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Publicado: Terça-feira, 13 de julho de 2004

Afinal, qual o sentido do Amor?

Os leitores da prestigiada “Folha de S. Paulo” devem ter lido na página A-3, do dia 5 de julho, na secção “Tendências/Debates”, o meu artigo dedicado ao problema do homossexualismo. Foi escrito a pedido do editor dessa página, pontualizando as inoportunas reflexões de J.S.T. no artigo “Por que celebrar o orgulho gay”, na edição do dia 28 pp. Agradeço as referências de bom número de amigos, ao meu artigo, ocupando já por quatro vezes o espaço que me foi oferecido.

Em “Sobre o Homossexualismo”, insisti em que a Igreja católica cumpre o seu dever condenando-o, valorizando o casamento, a família e a vida. Respeitando a opção pessoal dos homossexuais e lésbicas, mas exigindo dos mesmos respeito às nossas convicções em defesa da dignidade humana e na afirmação de que a conduta sexual é contra a natureza que temos e que o Criador nos deu.

Não tive tempo e espaço para responder à falsa e ingênua afirmação do autor do artigo, J.S.T. Pelo menos dez vezes ele se afirma feliz porque as recentes Paradas Gays de São Paulo e Rio de Janeiro provaram que, finalmente, venceu o amor sobre o preconceito e o tabu dos “homofóbicos”.

Este artigo aprofunda o anterior, em que insisti no amor como o primeiro e maior valor do Reino de Deus. Já os autores pagãos anteriores a Cristo, distinguiram o verdadeiro amor, “agapé” em grego, da paixão carnal, “éros”. Afirmei no artigo divulgado pela “Folha de S. Paulo”, que o amor é doação, benevolência e serviço, diálogo, perdão e respeito a todos e, de passagem, insisti em que o sexo é um valor, não, porém, fim, mas meio, rejeitando como inaceitável a busca do prazer sexual pelo próprio prazer. Defendendi, também, os nobres fins da sexualidade humana, do belo plano de Deus sobre o amor do homem e da mulher.

Confundir amizade e amor com carnalidade e genitalidade é incompreensível e inaceitável. Pessoalmente, tenho muitos amigos. Vai para 53 anos de ministério presbiteral e 28 de ministério episcopal, relaciono-me, com todo o respeito, com adolescentes, moças, mulheres solteiras e casadas. Sempre tive um grande amor pelos pais que me geraram, criaram e educaram, por meus irmãos e outros parentes. Deus sabe o que pude fazer por todos eles e o que eles fizeram por mim. Em nenhum caso tivemos um relacionamento homo ou heterossexual. Amor verdadeiro não envolve necessariamente um relacionamento sexual...

Nesse contexto, estou lamentando o falacioso argumento usado por J.S.T. em seu artigo na “Folha”. Sei que o “direito ao amor” é reivindicado pela maioria dos homossexuais como, também, por não poucos homens e mulheres descasados, vivendo uma segunda, terceira, quarta ou mais relações. Mas afirmar que a conduta, o comportamento homossexual é natural, confundindo-o com o verdadeiro amor, é demais. Uma coisa é a inclinação homossexual que um homem ou mulher podem ter. Outra é a expressão comportamental, certamente anti-natural, que possam ter. Ouso lembrar que a conduta homossexual normalmente envolve relações carnais, anal e oral. É para legitimar tudo isso que os Grupos Gays, a Comissão Parlamentar da Câmara Federal e, também, a atual Prefeita de São Paulo vêm apresentando Projetos de legalização do homossexualismo, como “casamento” e “família alternativa”, com direito à adoção de crianças e tudo o mais.

Além de ser vergonhoso, indecente e anti-natural — leia-se entre outros textos bíblicos o da Carta de Paulo aos Romanos, capítulo 2, versículos do 18 a 32 — a conduta homossexual é contra alguns dos mais sagrados valores do Ocidente: a dignidade pessoal, o casamento, a família e a vida. Os homossexuais e lésbicas não sejam reticentes. Digam com clareza o que desejam e como vivem. Não se iludam e não iludam os incautos, os inocentes úteis e os anticlericais de sempre. Por esse tipo de vida é que lutam os Grupos Gays do Brasil e do mundo. Pleiteiam o prazer pelo prazer e não o autêntico amor entre homem e mulher. Os homossexuais que desejam uma total liberdade sexual acabam de realizar o seu carnaval — viva a carne! — nas Paradas de São Paulo, do Rio e outras cidades do mundo. Fique bem claro que, antes de Cristo, em Sodoma e Gomorra, no paganismo de séculos atrás, as bacanais e orgias sexuais mereceram as críticas do Apóstolo Paulo e do ensino divino de Cristo, que restabeleceu o belo plano de Deus: “Deixará o homem seu pai e sua mãe. Unir-se-á à sua mulher e serão dois em uma só carne. Não separe o homem o que Deus uniu!” (Mt 19, 3-11).À luz dessas verdades científicas, racionais e reveladas por Deus vai para mais de dois mil anos, através de Moisés, dos Profetas de Israel e de Cristo, divino Mestre, pode a Igreja, pessoas e autoridades sensatas ter alguma dúvida sobre a ilegitimidade do homossexualismo e das práticas homossexuais?

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