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Publicado: Sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Ação e reflexão: agir para o bem comum

Crédito: Howard Gardner - Harvard University Ação e reflexão: agir para o bem comum
Precisamos agir para o bem comum

Tenho trabalhado muito. Aprendi com meu pai que o trabalho engrandece a alma e fortalece o caráter humano. Ele estava certo.  As oportunidades de melhoramento oferecidas a cada novo projeto profissional me renovam.  E justificam a dedicação, o empenho e o esforço diário.  

Logo no início da minha carreira, a Prof.ª Guiomar Namo de Mello me ensinou que a única forma de livrar a rotina do tédio e da mesmice é a prática constante da ação-reflexão-ação. Ou seja, só a experiência refletida pode nos libertar das ações robotizadas e estagnadas. Só a condição de aprendiz nos permite acompanhar a mudança dos tempos e a compreender a complexidade das sociedades contemporâneas.

Ainda bem. Não suporto rotina, não tenho paciência com as resistências e sofro demais quando a mesmice impera a vida. Já disse, mas repito, somos mutantes: somos hoje tão desiguais ao que fomos ontem, tanto quanto do que seremos amanhã.

Pude perceber esse movimento na postura acadêmica de Howard Gardner, autor das Inteligências Múltiplas, teoria que revolucionou a ciência do desenvolvimento humano e influenciou positivamente a pedagogia. 

Promovido pela Mind Lab Brasil, o Simpósio Internacional Inteligência se Aprende contou com a vídeo-conferência de Gardner na consistente programação oferecida aos professores deste nosso Brasil. Aliás, não posso deixar de dizer, de novo, que o Projeto  MenteInovadora da  Mind Lab tem  inovado e revolucionado a Educação Brasileira com excelência profissional. 

Voltando ao Gardner, pura inspiração destas minhas palavras, ainda sinto-me enfeitiçada pela condução humana assumida em sua teoria.   Incrível como só os verdadeiros talentos são capazes da humildade... Posicionando-se como aprendente; sempre. 

Gardner reforçou a urgência da educação em compreender a pluralização das inteligências, de forma que o professor invista cada vez mais nas diferentes formas de ensinar o mesmo conteúdo em sala de aula.  E explicando melhor, nos disse que quando o professor é capaz de promover diferentes estratégias didáticas, além de alcançar mais alunos no impacto da aprendizagem, ele mesmo vivencia as muitas manifestações da inteligência, testemunhando ao aluno que um ser humano pode desenvolver muitas formas de compreender o mundo. 

Concepção fundamental para os professores que insistem em uma única forma de fazer escola; que resistem às mudanças e com isso, reforçam a ideia errônea de que a inteligência humana se manifesta de uma única forma.  

Mas, a mensagem que de fato ficará desse prazeroso momento com o Prof. Howard Gardner, está nas entrelinhas das suas palavras; na simplicidade da sua fala; na crença de que os indivíduos podem ampliar suas inteligências, e, sobretudo, na sua postura ética e profissional em manter o compromisso da vídeo-conferência mesmo diante a chegada do furacão Irene.

E como se nada disso bastasse, concluiu sua fala dizendo que ultimamente seus estudos estão voltados a entender a formação e o desenvolvimento de pessoas dedicadas ao trabalho e à cidadania, porque aprendeu com as pesquisas das inteligências múltiplas que o mundo não precisa de pessoas com mais QI (Quoeficiente de Inteligência), mas sim, dispostas a agir para o bem comum: que não façam guerras e ajudem aos pobres.   

Certamente a Ciência lhe agradece, Professor. E nós, mais ainda:Thank you very much, Gardner!!!!

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