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Publicado: Sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A tragédia dos índios brasileiros

Crédito: google imagens A tragédia dos índios brasileiros
Índio guarani-kaiowá

O tema passa despercebido de nós ituanos em função da distância que nos separa das reservas indígenas, mas a considerar pelo artigo da senadora Kátia Abreu (PSD/TO) na Folha de São Paulo de 3 de novembro último, a situação do nosso índio é trágica.

A senadora Kátia é presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e denuncia o lamentável suicídio de um jovem indígena guarani-kaiowá. Ela exige explicações da Fundação Nacional do Índio, a FUNAI, a quem cabe exercer a missão, em nome da União, de proteger e promover o direito dos nossos indígenas. Diz mais, “que a Fundação Nacional do Índio dos dias de hoje é incapaz de interpretar os anseios dos índios e garantir-lhes a vida”.

A incompetência é maior se levarmos em conta que a comunidade de etnia guarani-kaiowá é composta de apenas 170 índios.

O índio de hoje necessita de muito mais do que terra: assistência médica, remédios, escola, meios e instrumentos para cultivar a terra,

Continua a senadora dizendo que as terras indígenas ocupam hoje 12,64% do território nacional, são ao todo 109,7 milhões de hectares, segundo dados da FUNAI. Vivem nelas 517,3 mil indivíduos segundo o IBGE.

Já as terras agrícolas ocupam 39,2% do território nacional, fatia que cai para 27,7% sem as áreas de preservação ambiental. Entre proprietários, seus familiares e empregados do campo, são 16,5 milhões de pessoas.

Conclui a senadora: “A morte sempre aflige e, na forma extrema do suicídio, converte-se em lamentável tragédia. É impossível deixar de ter compaixão, virtude cristã, quando nos defrontamos com um jovem indígena demitindo-se da vida.”

Não sei se tem alguém na FUNAI preocupado com o motivo que levou o indiozinho ao suicídio. Eu estou. E fico imaginando quais motivos seriam esses. Poderia ser fome, miséria, falta de fé, ausência de perspectivas, desespero, solidão, medo, angústia?

Poderiam ser muitos os motivos que o levaram ao suicídio, menos a falta de terra, como querem fazer crer algumas ONGs internacionais, que aqui desembarcaram depois de destruir os povos indígenas em seus países de origem.

Agora, essas ONGs recheadas de bons moços colocam-se como salvadoras dos índios do Brasil e estão sempre prontas a opinar nos tamanhos das reservas indígenas, nas políticas agrárias, e tantas outros assuntos internos do nosso país

É o caso de se perguntar a essas ONGs: e os índios dos seus países de origem, onde andam?

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