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Publicado: Quinta-feira, 6 de setembro de 2007

A Sorrir

A Sorrir
O atleta brasileiro, Franck Caldeira, venceu a maratona nos Jogos Pan Americanos e repete a proeza na meia maratona do Rio. Os kenyanos, temidos de outrora, nem o assustaram.
 
Venceu com larga margem.
 
Quem viu os orientais no fabuloso Circo Nacional da China, no Via Funchal, fim de agosto, ficou pasmo diante do espetáculo em que os chineses operaram manobras incríveis em termos de malabarismo, equilíbrio, contorção, tudo com absoluta destreza, muita força, concentração e disciplina.
 
Talvez seja o simpático Kaká (ele se fez no São Paulo; só poderia ser...) o melhor dos exemplos de habilidade futebolística, considerado o atleta como um todo. Personalidade e postura, além do produtivo futebol que pratica. Serve os companheiros de bandeja – cooperativo – e faz também ele próprio seus gols notáveis em fulminantes arrancadas.
 
Em Fortaleza, neste setembro, um movimento denominado Missão da Luz, recebe na cidade, pela décima primeira vez, quiropatas (mestres numa área da medicina pouco conhecida, voltada para o alinhamento da coluna vertebral). Trata-se de atendimento gratuito ao povo carente. Esses profissionais fecham suas clínicas temporariamente para vir ao Brasil e pagam suas próprias passagens. Ficam hospedados num alojamento dirigido por freiras. São japoneses, americanos, espanhóis e canadenses.
 
A gente poderia continuar na citação de pessoas dotadas das mais variadas virtudes e aptidões, para se constatar que obra maravilhosa de Deus é o ser humano. Feito para o bem, o homem, é verdade, sente de outro lado o peso latente do convite para o mal.
 
Ah, se todos se concentrassem no seu lado positivo e exercessem todos também atos e ações em favor dos semelhantes. Ah, se todos se dessem as mãos. Não existiriam carentes nem necessitados. Aquele, de eventual mal físico, seria bondosamente suprido ou até carregado por alguém mais forte. Uma sensação inimaginável, a de vencer horários normais de refeição sem comer, passar fome enfim, disso ninguém padeceria. Quem não tem duas bolachas a mais a dar a quem precisa?
 
Ninguém se obrigaria a cumprir longas jornadas a pé, salvo por esporte, porque sempre um veículo está a transitar pelas ruas, moto que seja. Quanto custa dar uma carona? Nada. Não seriam só as crianças de pais ricos ou pelo menos com emprego fixo, a rir das palhaçadas inocentes no circo. Qualquer menor se derreteria também nas proezas do trapezista. E comendo pipoca.
 
O homem, dotado pelo Criador, de dois braços e duas mãos, não aprendeu a construir a imensa rede de mãos dadas a abraçar o mundo, para desinstalar da terra a penúria, a dor e o sofrimento. Um potencial formidável, a união de todos para o bem.
 
Os homens, socorrendo-se mutuamente, alcançariam todos os desideratos. Todos se ajudariam. Restaria pouco espaço à infelicidade, ao mal generalizado, à violência.
 
Sonho? Quimera? Utopia? Ideal ingênuo?
 
Tente começar por você mesmo, sem pejo de ser diferente. Há muito mais felicidade no dar do que no receber, máxima sobejamente conhecida, porém não exercitada convenientemente. O apego e a ganância a refreiam. Uma pena que poucos se aventurem a essa proeza. Têm de sobra e não repartem.
  
Mãos dadas. O mundo entrelaçado, a olhar o irmão à direita e à esquerda, os homens prorromperiam numa fraternidade só.
 
A sorrir.
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