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Publicado: Segunda-feira, 12 de novembro de 2012

A revolta do "coxinha"

Aconteceu no Bairro da Brasilândia, um bairro carente da capital do Estado de São Paulo, como tantos outros. O policial militar ouve gritos da janela de uma escola, chamado de “coxinha” aos gritos por crianças entendeu que tinha que invadir a escola e ameaçar os alunos.

Pode ser que esse policial seja um profissional honesto e que não mereça ser ofendido e indiretamente ser chamado de achacador. Com certeza os alunos tem muita razão em não gostar de policias, que são chamados frequentemente na escola, pela direção de uma instituição falida moral e fisicamante.

Uma corporação que interfere na disciplina da outra. uma está falida e outra equivocada. Nunca é demais repetir o erro. Substituir educadores por policial, é falência da escola e equívoco da segurança pública.

Todo agente do poder público é visto pelos jovens como inimigo em potencial. Maus professores e policiais substituem os educadores nas escolas.As lições de casa são cada vez em maior número em escolas de excelência, onde aluno aprende em casa o que não aprendeu na escola. Isso sem contar que na escola perdem o referencial de honestidade que leva de casa, sob os olhares aterrorizados dos poucos educadores que insistem em trabalhar.

Ia deixar batido a “revolta do coxinha”, que repito pode ter sua razão na indignação, responder pelo erro de maus policiais não deve ser mesmo fácil de engolir. Só que ele acaba por dar razão aos alunos e apequena o valoroso trabalho da Gloriosa Corporação dos Policiais Militares.

Neste mesmo bairro, a TV e as redes sociais mostram detentos sentados nús no chão encurvados e completamente rendidos. Enquanto um grupo revirava as celas e jogava os pertences dos presos no pátio, cães ferozes e metralhadoras ficavam apontadas para eles.

Aqueles pertences destruidos eram fruto de suor de suas famílias que fazem o maior sacrificio para minorar um pouco o sofrimento de seus entes queridos. Violaram a lei, mas continuam sendo queridos, que não gostam do erro, mas acreditam na recuperação deles, tanto que lhes mandam tudo que é permitido pela lei e que seria de obrigação do Estado.roupas e objetos de higiene pessoal.

Enquanto o apresentador da Record exultava com a operação que ele chamara de “pente fino” , imagina como se sentia os familiares que tem parente preso? Como se sentes esses filhos, sobrinhos, irmãos e netos? Sabem que essa operação que leva horas acontece nos dias de frio também.

Então por mais que eu entenda o policial e respeito a sua indignação, acho que ele foi precipitado ao tentar tirar satisfação com as crianças. A escola imoral e falida não apresentou nenhuma reação na defesa dos alunos e nenhuma proposta pedagógica para o fato lamentável Assim como a Secretaria de Segurança não apresenta argumentos que justifiquem maus tratos e tortura em prisões.

Então lamento por todos. Pelos alunos e pelos policiais que numa situação dessa são todos vítimas de uma política equivocada, que entende ser a força e a repressão o remédio para a violência e a criminalidade.

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