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Publicado: Quinta-feira, 14 de maio de 2009

A respeito da rotina

Na crônica anterior, deu-se vista da cena enfadonha e rotineira dos trabalhadores de grandes cidades, que desembarcam nos terminais, oriundos da periferia.
 
Fechados, semblante inexpressivo ou afundado em si. Vida amorfa.
Foi o foco dos menos favorecidos.
 
Seja tema agora, mera pincelada como a da anterior, a observação dos usuários do metrô, nas zonas centrais, com trajetos ou mais curtos ou pelo menos mais ligeiros. Aparência menos sombria e até bem vestidos, alguns.
 
A rigor, apresentam quase a mesma imagem, aquela do grupo dos mais modestos, descritos outro dia. Não conseguem propriamente esconder os efeitos causados por uma rotina assaz batida e repisada. Não chegam a uma descontração. Imersos em si também.
 
Admita-se que sofram muito menos do que os chegados dos arredores da urbe, eis que o percurso de casa ao emprego é bem mais curto, como se falou acima.
 
Provavelmente, ao menos no final do dia, tenham ânimo de um papo e troca de idéias com os familiares. As crianças particularmente poderão desfrutar de um pouco do colo da mamãe e do papai.
 
Mesmo que seja quando eles sentam-se no sofá, para ver, até meio sonolentos, como se desdobrou o capítulo da novela de ontem, do suspense final ao deslumbramento da noite seguinte, um recurso maroto usado e abusado pela televisão, a cutucar a curiosidade dos aficionados.
 
Final de semana, aí sim podem ocorrer algum relax e certamente passeios, na cidade grande ou em localidades próximas, entretenimentos de um dia.
 
Ainda assim, - característica das metrópoles e afinal de todos os vinculados ao trabalho – senhores e senhoras, jovens e adultos, continuam de certo modo ligados e atentos, porque a essa altura a segunda-feira já bate à porta.
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