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Publicado: Quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A Proclamação da República

Crédito: Google imagens A Proclamação da República
Obra Proclamação de República de Benedito Calixto

Foi no distante 15 de novembro de 1889.

O Marechal Deodoro da Fonseca, com o apoio dos republicanos, demitiu o Conselho de Ministros e seu presidente. Na noite deste mesmo dia, o marechal assinou o manifesto proclamando a República no Brasil e instalando um governo provisório.

Após 67 anos, a monarquia chegava ao fim. No dia 18 de novembro, D.Pedro II e a família imperial partiam rumo à Europa. Tinha início a República Brasileira com o Marechal Deodoro da Fonseca assumindo provisoriamente o posto de Presidente do Brasil. A partir de então, o pais seria governado por um presidente escolhido pelo povo através de eleições. Foi um grande avanço rumo à consolidação da democracia no Brasil.

A República impôs à sociedade brasileira uma nova e duríssima realidade. Com a queda da Monarquia, o advento do presidencialismo e do federalismo, o regime representativo foi ampliado, mas limitou o voto direto aos alfabetizados.

Os ares liberais e democráticos foram se esvaecendo quando grande parte da população foi marginalizada e as elites assumiram as lideranças dos governos estaduais. A nível nacional a realidade era a hegemonia política da burguesia cafeeira de São Paulo que fazia par com os proprietários de Minas Gerais.

Neste contexto nacional, a igualmente oligárquica política paulista, fez do Republicanismo, do Liberalismo e do Positivismo a bandeira principal do nascimento de um novo país.

Oligarquia e partido movimentaram-se numa sociedade marcada pela ideologia liberal, com tendências ao sistema competitivo, aceitando a exclusividade da burguesia agrária na condução da política. Contudo, as práticas excludentes das políticas e do partido viriam a entrar em crise em pouquíssimo tempo.

Em 1.889, no início da República, vivia-se um Brasil absolutamente tumultuado política e economicamente. Pudera, no ano anterior os escravos tinham sido libertados. Nas lavouras de café, a maior riqueza da Província de São Paulo, os fazendeiros lutavam para repor a mão de obra escrava contratando mão obra importada, a dos imigrantes.

Politicamente, as coisas não eram diferentes. A implantação do sistema republicano em substituição ao monárquico mostrava-se uma tarefa hercúlea. A ausência de leis que regulamentassem as nascentes Federações transformava o Brasil num país de desordem absoluta. Ainda demoraria muito tempo para a completa estruturação jurídica do país. E havia uma oposição atuante, os monarquistas, que viam na República uma ameaça à estabilidade do país.

A brava gente ituana que sempre se distinguiu não só pelo seu patriotismo, fé e caráter, mas principalmente pelo seu liberalismo, aderiu as ideias republicanas, gerando no seio da sociedade ituana um grande número de adeptos. Escreve Francisco Nardy Filho que o povo ituano havia dado prova de fidelidade ao seu Soberano e amava a sua pátria acima da pessoa do imperador, por isso optaram pelo regime republicano, entendendo que somente um regime da mais pura democracia levaria a grandeza e felicidade da Pátria.

Segundo Antonio Piza, Itu era o centro do liberalismo paulista de onde irradiava para todos os cantos da província belos exemplos de patriotismo e civismo. Foi a sagrada meca do republicanismo paulista.
Por estes ideais liberais muitos de seus filhos foram perseguidos por monarquistas e absolutistas e denunciados como perigosos a tranquilidade pública.

A existência de um numeroso e forte núcleo republicano em Itu muito antes da Proclamação da República, promoveu em 6 de setembro de 1.872 que a cidade patrocinasse uma reunião com um grande número de republicanos, onde foi assinada por 83 pessoas uma moção de apoio ao manifesto republicano de 1.870 e deliberada a fundação na cidade de um Clube Republicano.

Em 18 de Abril de 1.873, realizou-se em Itu a memorável assembleia da “Convenção de Itu”, fato de grande destaque na história da República que teve por fim assentar as bases do Partido Republicano Paulista.

A cidade de Itu foi escolhida como sede da Convenção, segundo Dr. Eugênio Egas, por ter maior número de republicanos do que as cidades de São Paulo, Campinas, Bragança, Atibaia, Itapetininga, Amparo, Jundiaí, Tietê e Jaú.

Foi muito marcante a contribuição da cidade de Itu para a implantação da República em nosso país, que viria a trazer alterações profundas na vida econômica, política e social do país.

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