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Publicado: Segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A pior escola de São Paulo

A pior escola de São Paulo é a Orestes Guimarães, no Canindé.

Segundo nosso Secretário de Educação, a boa escola é a que a comunidade participa. Como a comunidade nunca participa não temos uma boa escola, mas vamos falar da pior.

Além da verba oficial, essa escola recebe ajuda de uma grande construtora, o que quer dizer que não é falta de verba. Temos uma escola miserável para onde converge uma montanha de dinheiro não fiscalizado.

Conselho de Pais e Mestres e Associação de Pais e Mestres não fiscalizam a escola, mesmo tendo pais que assinam junto. Imagina um pai que descobre os rombos na conta da escola e não tem para onde reclamar. Se ficar esperneando nas instâncias administrativas seus filhos vão ser perseguidos ferozmente. Melhor ficar de bico calado.

O diretor alega que a escola está mal das pernas, porque faltam professores. Acho que falta é outra coisa: uma instância onde os pais possam denunciar os abusos.

Uma instância dirigida pelos pais e pagas pelo governo. O que engorda o boi é o olho do dono. Os pais são os donos da escola. Os pais pagam e os filhos usam, mas os diretores dizem "minha escola" e se comportam como se a escola fosse deles e da panelinha.

A nossa escola contaminada pela impunidade.

Não falta professor, não falta verba.

A professora Ruth Cardoso, de saudosa memória, dizia que a escola pública recebe verba suficiente para uma escola de primeiro mundo. Continua sendo uma escola miserável que recebe uma verba milionária.

Tem tanto dinheiro que no final do ano sobra quase um bilhão de reais, que são divididos entre os professores com o nome de bônus.

Além da verba oficial tem as empresas privadas: bancos, telefônica, e muitas empresas ricas injetando gordas verbas na escola pública.

Precisamos de uma instância fora da escola, onde os pais possam denunciar e gerenciar.

Onde os professores tenham amplo direito de defesa, mas que sejam punidos e demitidos se for preciso. Do jeito que está não dá mais para ficar.

A escola recebe verba de tudo que é lado e não sai da privada.

A escola que está na privada é a escola onde o diretor abandonou na mão da panelinha.

Se com diretor presente e sério é difícil gerenciar uma escola pública. Imagina se a direção é ausente, todo mundo mandando.

Enquanto o governo não acordar e devolver a escola para seu verdadeiro dono que são os pais, ela pode receber verba de tudo que é lado que não vai sair da privada.

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