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Publicado: Segunda-feira, 19 de julho de 2010

A morte do goleiro

Crédito: Internet A morte do goleiro
Vai que é tua, Bruno!

Até agora esperei o desenrolar dos fatos. Acompanhei diariamente as notícias, para ver se encontrariam o corpo da tal Eliza Samudio. As informações, já conhecidas por todos, são chocantes pela frieza que descrevem os acontecimentos.

Asfixiada e esquartejada, teve seu corpo jogado aos cães famintos. Os ossos foram provavelmente concretados em algum lugar. Da moça restaram apenas vestígios tristes. Marcas da violência que antecedeu sua passagem deste para o outro mundo.

Não gosto de eufemismos. O “politicamente correto” é uma forma moderna de hipocrisia. Vi jornais, sites e programas de televisão classificando Eliza Samudio de “estudante” ou “ex-amante” do ex-goleiro do Flamengo. Antes fosse...

A triste verdade é que Bruno, campeão brasileiro no ano passado, pelo time de maior torcida no país, tornou-se um desregulado por conta da fama e do dinheiro. Sabe-se lá a partir de quando, aprendeu a tratar mulheres como meros objetos sexuais.

Testemunhas afirmam que, em seus sítios e chácaras, era promotor de orgias e festinhas sexuais. Nelas compareciam mulheres ditas “modelos”, capas de revistas masculinas ou mesmo prostitutas de grife.

No meu entender, numa dessas festinhas algo deu errado e Eliza Samudio acabou grávida do goleiro Bruno. Vendo nisto uma oportunidade de uma bela pensão, para o rebento e para si mesma, ela decidiu levar a gravidez adiante. Decisão louvável num mundo que aprova e incentiva o aborto. Mas que teve conseqüências graves para ela.

Eliza terminou brutalmente assassinada. E seu filho, o Bruninho, só Deus sabe como irá crescer em torno de tão triste história. Esta novela terá ainda muitos e muitos capítulos. Sem a certeza de que saberemos, de verdade, quem é mocinho e quem é bandido no grande duelo.

A morte, de verdade, não foi de Eliza. Primeiro porque ela nunca foi conhecida antes desse episódio. Segundo, porque sempre será lembrada, pelos filmes que circulam na internet e por seu fim trágico. Quem morreu mesmo foi o goleiro Bruno.

De ídolo, passou a monstro. Perdeu contratos, perdeu dinheiro. Ganhou fama negativa para o resto de sua vida. Concordar, o mínimo que seja, com um plano de assassinato tão cruel, justifica todo o sofrimento pessoal que terá de encarar a partir de então.

Eliza não era a melhor das moças. Bruno também não é o melhor dos homens. Só me resta perguntar por qual razão, motivo, causa ou circunstância, alguém que venceu na vida se mete numa confusão dessas... O dinheiro corrompe as pessoas. E a vaidade cega a todos os que se deixam levar por ela.

Nisso, vidas se perdem. Desgraças acontecem. Pessoas sofrem e morrem.

Prisão. Cadeia. Jaula. Vai que é tua, Bruno!

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