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Publicado: Terça-feira, 15 de março de 2011

A morte da professora

A professora morre em frente à escola estadual no Embu, grande São Paulo. Qualquer morte é lamentável, a morte violenta ainda mais. Quando a vítima é jovem é pior.

Um caso nebuloso. A grande imprensa queria porque queria transformar a professora em vítima de aluno. Ele, o aluno, é sempre visto pelos programas policiais como um criminoso em potencial.

Se a professora é assassinada, mesmo que seja fora da escola, o principal suspeito é o aluno, claro.

O Datena na Band de hoje, na sua postura de sempre. O preâmbulo é o professor que tem medo do aluno.

Depois da sua "contribuição" pede o rebaixamento da idade penal, ou que na falta disso que o prisioneiro morra de fome. Não existe pena de morte no Brasil, mas ele vive dizendo que é um horror ter que pagar a comida do preso, acha que preso não tem direito a banho de sol.

Privar o cidadão de liberdade, mas o estado tem a obrigação de mantê-lo vivo, pelo menos vivo, se é que o que se vê nos presídios pode se chamar de vida. O Datena acha pouco, quer morte por inanição e sem ver a luz do sol.

Bem, o adolescente preso e suspeito de matar a professora, e para fazer a ponte entre o crime e o aluno, encontraram a namorada dele.

Ela estava matriculada para vender droga na escola. Nunca tinha assistido uma aula; só entrava na sala de aula para vender droga.

Como assim?

A professora teria repreendido a aluna que passava um papelote de cocaína na sala de aula.

Como assim? Ela só entrava na sala vendia o papelote ou "pino" e saía?

A professora era Coordenadora e tida como linha dura. Ela não permitia que aluno entrasse na escola de boné, mas com cocaína podia? A aluna que traficava foi repreendida e então ela armou uma cilada para matar a professora?

Bem, eu também gostaria que o assassino da professora fosse preso, mas não que tivesse morte lenta e dolorosa. Ser privado de liberdade, já estava de bom tamanho.

A força que fazem para transformar o aluno de escola pública em criminoso é que não entendo.

Não sei onde a pedofobia e a alunofobia da imprensa quer chegar.

Em tudo que é pais adiantado a criança e adolescente é tratado, protegido e tido acertadamente como a matéria prima do pais.

Aqui no Brasil a imprensa nutre um ódio surdo e irracional contra aluno de escola pública.

Me ajuda aí ô... ou será que estou errada?

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