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Publicado: Sábado, 19 de março de 2011

A mesma janela

Crédito: Banco de Imagens A mesma janela
Abro espaço para o novo entrar pela janela...

Minha filha está morando em São Paulo, na casa da minha mãe. Faculdade, pois é.

Hoje estou com ela, que acabou de sair pra ir ao cinema. Ela desceu o elevador e eu a acompanhei pela janela do apartamento, vendo-a sair, tão menina-grande. De repente me dei conta de que eu estava olhando exatamente pela mesma janela que minha mãe tantas vezes me olhou, quando eu tinha a idade da minha filha, e morava aqui. A janela do meu quarto.

Em instantes, o tempo condensou quase 30 anos em um único segundo, no qual eu me vi na minha mãe, e vi minha filha em mim.
O espelho da história, a repetição que parece quase o mesmo passo, mas não é.

A velocidade das emoções, o ecoar das lembranças, o presente no passado e o passado no presente. Tudo que a vida contém e expande e tudo que passa, mas fica...

A percepção de que mudamos de lado sem perceber, e que isso é bom... e que isso também dói.

Visito a alegria da missão cumprida e a nostalgia da história que já foi. Honro o novo ciclo e desapego do que não cabe mais.

E abro espaço para o frescor do novo entrar pela janela... a mesma janela que emoldurou as emoções de minha mãe, e que agora emoldura as minhas...

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