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Publicado: Sexta-feira, 31 de agosto de 2018

A liderança inexistente

O mesmo assunto e as mesmas preocupações trazidas na crônica anterior.

Se não um desespero, ao menos o meio de extravasar o desconforto de como a barca da Nação continua a singrar por mares encapelados.

Não se há de fazer curso algum e não é hora de procurar meios e modos para que alguém exerça liderança no que quer que seja. A conduta própria e de cada um é diversificada.

Cuida-se neste propósito, apenas e com toda humildade, tentar expressar o espírito em geral do brasileiro, deixado ao Deus dará nesta imensidão de país. E, de novo e sempre a ressaltar o óbvio, tentar expressar como a maioria do povo se sente solta e largada e sem possibilidade de reorganizar a vida de cada um.

Surgiu aí então uma expressiva parcela, de nova caracterização de desempregados. Aquela dos que entregaram os pontos, compreensivelmente cansados e desiludidos de vez. Gente que fora digna e respeitável, a se transmudar aos poucos em miseráveis e desamparados, geração consequente de próximos moradores de rua.

E tudo por quê?

A nacionalidade brasileira está entregue à própria sorte, salvo algumas minorias de bem postos e aí muitos através de esforço, competência e aplicação, isto é, de um lado, o núcleo do empresariado honestamente bem sucedido e, de permeio, admitam-se, também os espertalhões de plantão. O país como tal, mesmo assim, na prática sem governo.

Executivo, Legislativo e Justiça “bem obrigado”, porque não se pejam e esquecem de que, na verdade, são os servidores do povo – ou deveriam ser.

Doeu na cara a pronta e prévia elevação de salários e mil penduricalhos auto aplicados, a provocar a imediata e igual regalia, que, em cascata, foi estendida a setores assemelhados e bem servidos.

E aí então, se avizinham novas eleições!

Inexistem líderes nesta falsa democracia!

E o povo, aquietado pela penúria, ainda é convidado a exercer o sagrado direito do voto. Que ironia. Que enganação.

Resultaria então como instância derradeira, o surgimento de nomes confiáveis e competentes. Há sim um turbilhão de candidatos novos, ingênuos, como se de repente os que se acham lá em cima fossem cair todos. A maioria fica e nada se altera.  

Pior ainda, mesmo que algum nome viesse revestido de confiabilidade, pois certamente os congressistas se colocariam inapelavelmente na condição de contrários e até urdissem sua deposição.

A atividade política neste país, em nenhum momento enxerga o povo.

A indiferença e a ousadia de privilegiados, tampouco, chega a lhes imprimir na face, nem ao menos um mínimo do mais disfarçado rubor.

Nação despida de lideranças.

A nau desgovernada.

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