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Publicado: Segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

A futilidade que assola o mundo

Oi

Começo com a contribuição de uma amiga baiana, que me brindou com uma contribuição sobre o Poupa Tempo baiano, lá chamado de SAC. Segundo ela copiou de algum site, ele foi criado em 1995, sendo uma iniciativa pioneira que revolucionou o conceito de prestação de serviços públicos no estado.

O SAC é uma unidade integrada que reúne, num mesmo espaço físico, diversos órgãos e entidades das esferas federal, estadual e municipal, além de instituições privadas. Os serviços são oferecidos em um ambiente agradável, climatizado, com espaço para espera e horário de atendimento ampliado, com o objetivo de proporcionar aos cidadãos redução de tempo e economia na realização dos serviços, por meio de um atendimento ágil e qualificado.

O modelo SAC de atendimento já foi difundido em diversas capitais brasileiras, a exemplo de São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Distrito Federal, dentre outras. Outra, paulista, veio discutir a paternidade do serviço! Nunca pensei que o Poupa Tempo fosse motivar reações...

Ontem, por acaso, peguei um taxi pela manhã, por volta das 08h30. Perguntei se eu era sua primeira cliente e ele disse que não, que tinha atendido uma chamada agendada para levar uma cliente ao Poupa Tempo (em SP). Eu comentei com ele que o metrô é tão fácil e ele respondeu que ainda bem que há quem não ache. Mais três taxis sobre os quais vale a pena falar, desta semana.

Um, na terça feira, durante o dilúvio. Eu tinha um compromisso com horário e estava numa reunião quando tudo começou. Fiquei olhando para fora e de repente parou um bem no ponto do prédio onde eu estava. Enchi-me de coragem, corri e o motorista abriu a porta, dizendo que dependendo para onde eu quisesse ir me levaria, porque não queria ficar ilhado. No fim, me levou para onde eu queria...

Em outro havia uma revista do começo de 2011. Li um artigo sobre o Christian Louboutin, para quem não sabe um designer (!!!) de sapatos (!!!) desses que cobra uma fortuna por um par deles. Interessante que uma de suas marcas registradas é a sola vermelha (porque ele – segundo a reportagem – achava as solas de sapato muito pouco atraentes) e hoje em dia há tanta gente que pinta seus solados dessa cor para mostrar que é chique (ou capaz de pagar uma barbaridade por um par de sapatos e saltos inandáveis).

Para melhorar o assunto do objeto de desejo, ainda citaram o seriado Sex in the City, cuja protagonista popularizou (modo de dizer, só trouxe ao conhecimento das mulheres e transformou em ícones de consumo) algumas marcas de sapato até pouco tempo antes desconhecidas (Manolo Blahnik, Jimmy Choo e o próprio Louboutin). Mas a matéria me chamou a atenção por um motivo absolutamente surrealista: dizia o criador (!) que mulheres que não estão dispostas a sentir um pouco de dor para ficarem maravilhosas, que usem sapatinhos baixos, que aliás ele também faz, embora só goste dos saltos agulha 12. Senhores, prestem atenção: salto agulha tem este nome porque sua largura é exatamente esta. Diz o artista (!) que há uma diferença muito grande entre sofrimento e falta de conforto, sapato (principalmente de festa) não é pantufa, mas o prazer que dá compensa tudo.

O que me chamou muito a atenção foi a explicação (inesquecível): uma mulher que experimenta um sapato salto agulha, 12, não começa a se olhar no espelho pelo pé. Começa pelo bumbum, depois vai aos seios e só no final olha os pés... Pois é, cada um usa ou faz as coisas com determinada finalidade. Meu critério para sapatos é conforto... Enfim, deve ser a idade.

O terceiro taxi tem mesmo uma característica de utilidade pública. Fui a uma festa num prédio que fica ao lado de um local (ai, agora vai ser difícil explicar sem grosseria) onde mulheres trabalham na profissão mais antiga do mundo. Espero ter sido clara. Obviamente não fui de carro e o taxi que levou a mim e a outras duas amigas sabia exatamente que o prédio ficava ali mesmo, mostrando que se trata de uma atração da cidade. Mas na hora de sair, pedi para chamarem um.

Quando ele chegou, ele me disse que aos sábados o movimento é fraco, que só é bom mesmo de segunda a quinta. Sexta e sábado, quase só pessoas de fora de São Paulo, ainda bem que aqui há muitas feiras, congressos e até turismo de consumo. E ainda, aos sábados fecha cedo, quase nunca depois das 3 da manhã. Achei que o motorista tem um trabalho pouco monótono (mas pode ser só impressão)

Além dessa revista com o sapateiro chic, ainda tive a oportunidade de ler nas últimas semanas revistas daquelas que os franceses chama de pipól (não sei como se escreveria, mas é a pronúncia que seria a francesa para people), vulgo de futilidades. Consegui comparar algumas coisas entre a realidade portuguesa e a nossa. Por exemplo (e isso me chamou a atenção para um traço de nossa cultura), o nosso vestido tomara que caia pelo menos nas revistas portuguesas se chama caicai. Oras, caicai me parece muito mais apropriado, porque é assim que ele fica, volta e meia as mulheres que o usam ficam dando uma ajeitada, justamente para ele não cair. Já o nosso traz uma intenção maléfica, um desejo de que caia... os otimistas dirão que é algo maroto, mas me pareceu muito pouco gentil.

Por outro lado, no que diz respeito às fofocas propriamente ditas, nas nossas revistas sempre se pode ler (sobre gente que eu – pelo menos – não conheço) quem está saindo com quem, que não sei quem é a amada (ou o amado) e assim vai. Na revista portuguesa (não sei qual é), a coisa era má. Só se falava de traições. E, claro, quem eu já conhecia das pessoas citadas? As de família real. Falavam da rainha Sofia, que o príncipe a traía e ela ficava quieta. Da rainha Elizabeth, que ainda era apaixonada pelo príncipe Philip e perdoava suas puladas de cerca. Mas o mais chocante foi sobre Kate e William.

Enquanto nas revistas brasileiras se escrevia que ele tinha dado de presente para a princesa um cachorrinho porque ele era lindinho... e aí, coitadinho, ia passar não sei quantas semanas em exercícios militares, na portuguesa se comentava que ele fora visto aos beijos com não sei quem, em baladas às quais era levado pelo seu irmão mais novo e que ela estava tristíssima. O cachorro tinha virado um consolo para ela... de tanto sofrimento. Ou seja, nas nossas a felicidade (ou a pretensão a ela). Nas dos nossos descobridores, o lado menos risonho da vida e do amor...

Por outro lado, um sábio e queridíssimo amigo português me abriu os olhos para uma realidade que até hoje, nessa idade, não me tinha ocorrido. Muitas vezes, em restaurantes, eu como o prato até o fim pensando nos ensinamentos de mamãe, de que não se deixa comida no prato. Mas ele, ao ouvir este comentário freudiano, disse uma das cois

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