Colunistas

Publicado: Terça-feira, 19 de julho de 2011

A escola pública, a OAB e a bola de neve

Certo que a OAB não abra mão do exame da Ordem, exame com todo rigor e seriedade. Errado divulgar a lista das 90 faculdades cujos alunos tiraram nota zero na prova.

Se o problema fosse essas 90 faculdades, seria muito fácil: era só fechá-las.

Expor essas 90 Instituições de ensino é expor as vísceras da nossa educação e deixar apodrecer sem resolver o problema que vem lá debaixo.

O grande número de reprovação não é culpa dessas 90 faculdades. Esse fracasso é a consequência. Têm faculdades que até dão cursos paralelos na tentativa de ajustar as coisas para os alunos fracos acompanharem os cursos. Em vão. A defasagem de 12 anos não se resolve com cursinhos paralelos.

Imaginemos os cursos de medicina, química, jornalismo, engenharia e etc, se fizessem um exame rigoroso.

O pior ainda está nos cursos de Pedagogia, que é chamado jocosamente de curso de PEDABOBOS. O curso que se exige menos pontos para entrar; então já pega os alunos mais fracos que não passaram em outros vestibulares e fazem pedagogia porque é mais fácil entrar e não precisa ter grande capacidade e conhecimento para acompanhá-lo.

Esses PEDABODOS vão cheios de pose dar aula e dirigir escolas públicas pelo Brasil afora.

Os sonhadores, os poucos que fazem pedagogia para aprender, logo percebem que precisam muito mais para serem chamados de professores.

Ainda foi pior. Tinha os tais cursos de magistério onde bastava um ano a mais do ensino médio e pronto, estava formado um professor meia boca. Ia dar aula meia boca e formar profissionais meia boca.

Um longo caminho de volta para percorrer, e correndo. Rápido para cobrir o prejuízo.
Precisa coragem e vontade política.

Será que a OAB encara esse desafio ou está apenas divulgando o nome das 90 faculdades para se eximir das cobranças e da grita geral dos reprovados?

A OAB pode. O remédio a gente já deu. Remédio amargo, mas que cura.

Como diz o Gustavo Ioshpe, precisa peitar o sindicato dos professores. Precisa entregar a escola pública aos pais, seus legítimos donos.

Professor prestador de serviço, sem nenhum demérito. Tem que prestar serviço e prestar contas.
Os pais têm que ter mecanismo para cobrar resultados e denunciar abusos. Instância independente da corporação.

Acabar com a corrupção e a impunidade com uma Via Rápida.

Pronto, está aí a receita do remédio. Simples.

Simples, mas precisa coragem.

Jeito tem, precisa coragem.

Acho até que se a imprensa, quarto poder, encampasse essa campanha, em vez de demonizar o aluno para endeusar o professor, seria uma alavanca e tanto.

Comentários