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Publicado: Segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A Divina Providência!

Não há dúvida, o ser humano é a obra-prima da criação. Fomos criados por Amor e com muito esmero e carinho.
Fomos concebidos para viver de modo natural, mas os avanços tecnológicos provocaram grandes mudanças, tornaram nossa vida complexa demais e em diversos aspectos mais difícil, apesar do progresso.
Muito embora o homem goste de achar que pode tudo, a realidade é bem outra. Somos limitados e falhamos muito. A tentativa de resolver tudo sozinho, de achar que as reações podem facilmente ser controladas, e a capacidade infinitamente ampliada, é uma doce ilusão. Os freqüentes “desastres” ou insucessos provam isso. Na verdade temos que aceitar que não dominamos todas as situações.
Nosso desempenho depende de muitos fatores e, nem sempre dispomos pessoalmente de todos eles; por isso nossa vida precisa de parcerias, seja com pessoas, com máquinas, mas sobretudo com nosso Criador.
Um assunto que sempre nos causa um certo embaraço é a presença de Deus no meio de nós e a sua ação no mundo, especialmente na nossa vida.
Não são poucas as situações, os acontecimentos que escapam ao nosso controle; expressões espontâneas confirmam isso: “que susto...”, “por um tris...”, “só por Deus...”, “quase...”, “que sorte...”.
Simples coincidências, pura sorte? Mas será possível que Deus nos criou, deu-nos o mundo e nos abandonou à própria sorte? Quem ama cuida e Ele nos ama. Basta isso para uma recondução do nosso raciocínio secularizado. Deus verdadeiramente age no mundo, não de maneira ruidosa, mas invisível e silenciosamente. Não faz a nossa parte, não assume as nossas responsabilidades, não tolhe as nossas iniciativas, não anula a nossa liberdade, mas está conosco e, na medida de nossa necessidade, na hora certa, estende sua mão a nosso favor. Só percebemos se quisermos, até porque Ele não nos manda a cobrança...
Vejamos as palavras do Papa Bento XVI a respeito: “Naturalmente, Deus não age de modo mágico. Ele age somente com a nossa liberdade. Não podemos renunciar à nossa liberdade. Deus interpela a nossa liberdade, convida-nos a cooperar com o fogo do Espírito Santo. Estas duas coisas devem caminhar juntas. O Batismo permanecerá durante toda a vida um dom de Deus, que imprimiu o seu selo nas nossas almas. Mas depois será a nossa cooperação, a disponibilidade da nossa liberdade a dizer o "sim" que há-de tornar eficaz a ação divina.” (Homilia na festa do Batismo de Jesus - 2007)
O problema é que temos liberdade para perceber ou não a presença Divina em nossa vida; podemos ou não contar com sua ajuda e até mesmo recusá-la por conta do nosso orgulho, da nossa auto-suficiência. Podemos mesmo escolher viver sem Deus, atribuindo tudo à força humana.
Graças a Deus! Deus ajude! Deus lhes pague! Se Deus quiser! Essas expressões são comuns na boca das pessoas que amadureceram na fé, colocaram efetivamente Deus em suas vidas, aprenderam a contar com Ele; não se decepcionam e são felizes assim; fazem sua parte, lutam e se esforçam, mas sabem que só o humano não basta, como bem expressa Pe. Zezinho em uma de suas músicas:
“E quando se acabarem as palavras
E quando não deu certo o que era humano
E quando se esgotarem os recursos
E já não adiantar nenhum discurso

E quando eu tiver feito o que é possível
E quando fazer mais for impossível
Então descansarei bem mais tranqüilo
Então meu coração se lembrará

Confia no Senhor
Confia no Senhor
Procura o ombro dele que ele é Pai
Confia no Senhor

Confia no Senhor
Se não conseguiste
Deus conseguirá!”
Quando precisamos, há sempre a mão amiga de Deus a nos colocar no colo, a nos proteger até que estejamos novamente em segurança e conforto ou até que tomemos pé da situação. Nem mais, nem menos, na medida certa da nossa necessidade!
É a Divina Providência a cuidar de nós. Nada estranho, nada anormal. Silencioso e sem agredir, sem anular, sem substituir nossa capacidade de agir, Ele entra na jogada e resolve.
Assim se expressou Ingrid Betancourt, prisioneira das FARC durante 7 anos, na audiência com o papa Bento XVI (02/09/2008): “Há muitas pessoas que estão distantes de Deus e não querem acreditar, e tantas pessoas que têm vergonha de crer em Deus. A única coisa que posso lhes dizer é que há alguém que nos ouve e nos fala com palavras e que, se nós entendermos como falar com Ele, Ele vai nos ajudar”.
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