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Publicado: Quinta-feira, 9 de abril de 2015

A despedida do campeão

Crédito: Miguel Schincariol/Ituano FC A despedida do campeão
Cristian, que completou 50 jogos pelo Galo, foi um dos poucos que rendeu em 2015

O atual campeão paulista se despediu do Paulistão 2015 com um empate em 2 a 2 contra o Palmeiras na noite de ontem. Durante toda a competição, o Ituano foi coadjuvante. Após a histórica campanha do ano passado, o rubro-negro decaiu muito e nem de longe lembrava o forte, valente e audaz time comandado por Doriva.

A má campanha do Galo tem muitos “culpados”. Um deles foi o técnico Tarcísio Pugliese. Sem conseguir dar padrão de jogo ao time, o treinador também falhou muito em diversas substituições ao longo das partidas. Outro problema foi o desequilíbrio entre ataque e defesa: o Ituano tomou poucos gols, mas também fez poucos.

O ataque pode – e deve – ser muito responsabilizado. Ricardinho, Jheimy, Misael, Claudinho e cia. fizeram apenas 12 gols em 15 jogos. Muito pouco para um time que ostenta o escudo de atual campeão estadual. Sim, me recordo que o time de 2014 também fazia poucos gols, mas conseguia as vitórias – e não ficava só no empate.

Aliás, empate foi o resultado mais comum para o time de Itu na competição. Foram oito ao todo, sendo cinco por 0 a 0. Em muitos desses empates o Galo poderia ter saído com a vitória, como foi contra Penapolense, Linense e Portuguesa. Esses resultados custaram a classificação para a segunda fase e a vaga no Campeonato Brasileiro da Série D, que garantiria ao clube uma competição maior no segundo semestre.

O torcedor ituano – ausente como sempre – também tem certa culpa na fraca campanha. É fácil torcer quando o time está bem, brigando por título. Difícil é ir num jogo domingo à noite pra ver derrota para o Audax... Mas a torcida merece um desconto: o salgado preço dos ingressos e a falta do passaporte – comum nas últimas temporadas – espantaram o rubro-negro menos assíduo do Novelli Júnior.

Mas o ano ainda não acabou para o Ituano. O Galo tem grandes chances de avançar na Copa do Brasil e chegar até mais longe. Fora que ainda tem a Copa Paulista no segundo semestre. Juninho Paulista terá muito trabalho pela frente. A definição do treinador é a primeira. Tarcísio fica ou sai? Saberemos em breve. Muitos jogadores também devem sair, deixando espaço para a garotada da base.

Na questão sobre o técnico, eu apostaria minhas fichas em Vinicius Bergantin. O capitão do título estadual de 2002 tem feito um bom trabalho no sub-20 e é auxiliar no profissional. Conhece bem o Galo e pode virar um “novo Doriva”. Ele pode fazer a transição do jogador da base para a equipe principal com mais facilidade e, quem sabe, levar o rubro-negro mais longe nas próximas competições.

Agora resta ao torcedor esperar. Esperar que 2016 seja diferente, que o time volte a fazer uma boa campanha, que o mesmo espírito visto no Paulistão 2014 e na Copinha deste ano se repita. Esperar que a diretoria acerte nas contratações e nas ações de marketing para atrair mais público. Enquanto isso, o negócio é lamentar a despedida um tanto melancólica do campeão...

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