A democradura da escola pública

Averiguação Preliminar para esclarecer acusação contra profissional de educação é uma coisa desnecessária, improdutiva e, o que é pior, prejudica o esclarecimento dos fatos.

Um mecanismo criado para blindar o mau profissional.

Professora, dirigente regional de ensino, diretora, vice diretora, coordenadora e coordenadores pedagógicos são cargos políticos.

Pelo menos 25% das diretoras não são concursadas, mas sim indicadas.

As supervisoras que tem meses para averiguar um abuso na escola podem amanhã vir a ser subordinadas daquela que ela investiga hoje, nas voltas que a vida política dá.

Uma dificuldade para a supervisora decente. Porém, entre salvar preventivamente a própria pele e não conseguir punir a professora ela prefere salvar a sua pele.

Além disso, a professora que a supervisão entendeu como culpada não pode ser punida imediatamente com o tal “amplo direito de defesa”. Esses direitos são mecanismos administrativos criados para não punir ninguém.

RESQUÍCIO DA DITADURA, NA ESCOLA PÚBLICA VIROU DEMOCRADURA.

O mais cruel regime político. Democrático para o mau professor e ditadura para os pais e alunos.

Na Ditadura Militar era crime criticar agentes do governo. Não mudou nada, até piorou.

Professor como agente do governo não pode ser punido. O bom professor desestimulado pelo baixo salário e certeza, que se trabalhar é trouxa, uma vez que ninguém lhe cobrará nada.

Se por ventura a Averiguação Preliminar quiser punir o professor que exagerou e muito nos abusos, o professor vai ficar na Diretoria de Ensino. Vai ficar como um inimigo na Diretoria de Ensino. Se fizer algo ali, vai fazer errado para se vingar. Qualquer coisa errada que vir na Diretoria de Ensino ele vai caguetar. Então mais fácil a Averiguação Preliminar não ver nada.

Esse é um problema que poderia ser solucionado com um lugar específico para essa turma do Mal.

Seria uma espécie de escolinha para ele frequentar, com lições de ética, psicologia, didática, legislação. Um “reformatório” com um nome bonito para não humilhar.

Quando a Diretoria de Ensino resolve enfrentar tudo e punir o mau professor, fica com a “mala” durante anos. O final da linha seria a Procuradoria Geral do Estado, onde os processos ficam por anos. Agora, por exemplo, tem cinco mil processos ali esperando solução…

São cinco mil que furaram o cerco, e tem milhões que ficam pelo caminho.

No caso da E.E.Lucas Rosquel Rasquinho, a Averiguação Preliminar optou por não ver nada.

O caso da E.E.Octacilio de Carvalho Lopes, eles optaram por promover o professor acusado de promover bullying e espancar alunos. Fizeram uma provinha fajuta e promoveram o professor a Coordenador Pedagógico na E.E.Estadual Adelaide Ferraz de Oliveira .

Esse professor era queridinho da diretora e da panelinha da Diretoria de Ensino Leste 4, e tinha feito vários concursos e não passara. Então durante o processo apareceu outro concurso e ele fez; e passou. Passou com nota 6,00, contando os títulos e o tempo que era OFAS. Quer dizer: nem passou, foi empurrado e protegido.

Hoje, amparado pela impunidade e pela efetivação, ele tem a mesma conduta de antes.

Só não espanca aluno no meio de todos: ele os recebe em sua sala e, de lá, eles saem chorando e apavorados.

Horário ele não cumpre mesmo. Se é amigo do REI tem a mulher que quer na escola e na cama que ele escolhe…

Por causa disso e de outras as Averiguações Preliminares, não averiguam nada.

O jeito é fazer o povo fiscalizar através de Conselho de Escola, onde os pais poderiam receber um pro-labore de incentivo e onde os outros pais, sabendo que o seu representante recebe vai cobrar e, por conta desse incentivo, os pais iriam em massa concorrer ao cargo que hoje deixam de lado. Ninguém gosta de trabalhar de graça, além dos puxa-sacos e amiguinhos que lambem a bota da direção.

Os pais recebendo, mesmo que pouco, seriam incentivados e cobrados por seus pares.

Então é isso.

Sugestões a gente tem, falta a coragem e vontade política das autoridades.

Do jeito que está, as Averiguações Preliminares não funcionam. Nem podem.

O bom professor sem espaço para exercer sua função e os maus inchando a rede e se proliferando numa banda podre fétida e letal.