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Publicado: Sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

A decisão de André. O arroubo de Pedro.

 
O tempo avança célere e janeiro já vai pela metade.
 
Chega-se neste dia 18 ao 2º Domingo do Tempo Comum.
 
De outras vezes já se falou – e a mesma tecla é de propósito repisada de quando em quando – para lembrar que a liturgia católica distribui os evangelhos dominicais, dias de preceito, pois, para os chamados Anos “A”, “B” e “C”, atribuídos aos apóstolos Mateus, Marcos e Lucas.
 
E isto, com a particularidade de que o ano litúrgico, não coincidente com o civil, principia em fins de novembro.
 
Vive-se no momento o tempo de Marcos.
 
Entretanto, no correr das semanas, eventualmente, surgem partes do Novo Testamento ditadas não necessariamente pelo evangelista que predomina no seu tempo. A depender das festas e dos textos, outros atuam.
 
É o caso hoje, de um relato da lavra do apóstolo João, colhido já no seu capítulo I, com os versículos de 35 a 42, abaixo transcrito:
 
“ Naquele tempo, João estava de novo com dois de seus discípulos e, vendo Jesus passar, disse
 
Eis o Cordeiro de Deus!
 
Ouvindo essas palavras, os dois discípulos seguiram Jesus.
 
Voltando-se para eles e vendo que o estavam seguindo, Jesus perguntou:
 
“O que estais procurando?”
 
Eles disseram:
 
“Rabi (que quer dizer mestre), onde moras?”
 
Jesus respondeu:
 
“Vinde ver”.
 
Foram, pois, ver onde ele morava e, nesse dia, permaneceram com ele.
 
Era por volta das quatro da tarde.
 
André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram as palavras de João e seguiram Jesus. Ele foi primeiro encontrar seu irmão Simão e lhe disse:
 
“Encontramos o Messias” (que quer dizer Cristo).
 
Então André conduziu Simão a Jesus.
 
Jesus olhou bem para ele e disse:
 
“Tu és Simão, filho de João; tu serás chamado Cefas” (que quer dizer pedra).”
 
Os tempos mudaram e as evidências de que os costumes estão secularizados cada vez mais, qualquer um pode constatar. O sacro, o divino, cedem vez a facilidades e ousadia de toda ordem.
 
Essa contaminação malsã, do descrédito crescente nos valores espirituais, não desperta seguidores como outrora e, por conseqüência, faltam evangelizadores.
 
Ainda são numerosas as pessoas que, se perguntadas, hão de responder que pertencem a uma ou outra religião de fundamento cristão. Foram no entanto batizadas e só. No máximo, da maioria, uma tênue lembrança do que talvez se lhes tenha ensinado, muito superficialmente, nos primeiros anos.
 
Perceba-se – eis enfim o fulcro da lição de um trecho de evangelho tão simples e sucinto – o quanto é insinuante o testemunho de alguém que aninhou verdadeiramente Jesus Cristo no seu coração.
 
São João Batista, o precursor, anunciou o pastoreio de Jesus e o fez de alma e coração e, pelo seu testemunho, quem o ouviu com atenção nele acreditou. Na verdade, os dois discípulos que estavam com ele, tinham já seu íntimo sequioso de conhecer Jesus e eis que o Mestre lhes passa perto. Apontado por João, deixaram-no de pronto e foram atrás de Jesus.
 
Tendo ficado naquele dia com o Mestre, encheram-se de entusiasmo e alegria e a fizeram transbordar, ávidos de comunicar aquela sensação interior ao irmão e foram chamar a Pedro.
 
É preciso evangelizar.
 
Anunciar o nome de Jesus.
 
Mas só o podem fazer aqueles que um dia optaram por Ele, totalmente e sem reservas. Homens desta têmpera, hoje, lamentavelmente, seriam pouquíssimos.
 
E como trazer novos nomes a Jesus se não há quem os evangelize?
 
Seriam necessários homens com a decisão de André e com o arroubo de Pedro.
 
Vem daí a frieza que toma conta do mundo.
 
Explica-se também o porquê, para se dar exemplo recente, de a própria festa do Natal, como esta última, de há poucos dias, não mais embalar os fiéis para o seu verdadeiro e elevado sentido, o do primado da espiritualidade.
 
Aliás, - é só ver em torno – outras festas e datas religiosas, que, cada vez mai
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