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Publicado: Terça-feira, 6 de março de 2012

A dança de salão no Brasil

No Brasil, a organização de bailes dançantes se iniciou com a vinda da Corte Portuguesa para o Rio de Janeiro, em 1808. Após esse acontecimento, a prática da dança se intensificou profundamente, uma vez que a vinda da Família Real também trouxe para cá a cultura da corte europeia. Assim, professores europeus vieram ao nosso país para ensinar à nobreza brasileira, de modo que esta pudesse se atualizar com o que acontecia na Europa em relação à dança. No Velho Mundo, saber dançar era também sinônimo de boa educação e requinte. A dança fazia parte da educação básica das pessoas, sendo que nas aulas de dança se transmitiam as noções de etiqueta.

Por volta de 1837, registra-se a primeira dança a dois enlaçada, a Valsa. Em seguida, em 1845, chega ao Brasil a Polca, dançada no Rio de Janeiro por uma companhia francesa de teatro, no Teatro São Pedro de Alcântara. Depois, foi a vez do Xótis e da Havanera, duas danças que aqui chegaram no final do século XIX, sendo a primeira de origem alemã e a segunda derivada da Habanera cubana. Mais tarde, em 1870, foi a vez do Maxixe, que se firmou como primeira dança de salão brasileira, sendo considerado um amálgama da Polca (europeia), da Habanera (cubana), do Lundu (afro) e do Tango (argentino). No início, o Maxixe foi considerado pelas famílias tradicionais como sendo uma dança inferior, indigna de ser dançada pelas suas referências eróticas. No entanto, o Maxixe acabou por se firmar e passou a ser dançados nos bailes da elite.

Nesse trajeto, ainda pode ser encontrada a Quadrilha, que igualmente apareceu no final do século XIX. Antes dançada pela corte imperial, a quadrilha é hoje lembrada nas tradicionais festas de São João. Também o Batuque, originário de Angola e do Congo, é merecedor de destaque. Mais antigo que a quadrilha, já no século XVIII era o divertimento do negro escravo, do qual participavam, além dos bailarinos, os músicos e mesmos os expectadores. Com forte marcação pelos quadris, sapateados, palmas e estalar dos dedos, o Batuque apresenta a semba ou umbigada, que os bailarinos dão nos figurantes escolhidos da roda, significando uma escolha de par. É considerado como o ritmo mãe do nosso samba.
 

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