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Publicado: Terça-feira, 30 de abril de 2013

A Broadway continua a fascinar

Crédito: John Marshall Mantel/NYT A Broadway continua a fascinar

Quem acreditou na decadência do quadrilátero entre as ruas 41 e 53 e 6ª e 8ª Avenidas de New York City, onde se concentram os principais teatros da cidade, apostou no cavalo errado. Com uma tradição mais que secular e receitas que em 2012 ultrapassaram US$ 1 bilhão graças a uma invejável audiência de 12 milhões de expectadores, ocorreu o contrário. "Estamos crescendo, vendendo cada vez mais, tanto em bons como maus momentos da economia", festeja Bob Hoffman. Ele dirige a Broadway Collection, uma organização que seleciona as montagens novas e clássicas com mais afinidade com as audiências fora dos Estados Unidos.

Para o viajante de negócios que busca conciliar trabalho com lazer e cultura, esta é uma excelente notícia. A Broadway vive um grande momento, com grandes espetáculos encenados todos os dias em seus 40 teatros com mais de 500 lugares cada um. Forma-se assim um rico mosaico de musicais e peças para qualquer gosto, numa harmônica colaboração entre prestigiados autores, diretores e atores a serviço da arte e entretenimento.

Neste momento, por exemplo, convivem lado a lado o moderno Spider-man Turn off de Dark, que encanta pela combinação de última tecnologia, música de Bono, e atos circenses com o tradicional Nice Work If You Can Get It, onde Mathew Broderick revive os anos da lei seca nos Estados Unidos, sob o embalo de preciosidades musicais criadas pelos irmãos Gershwin. O Fantasma da Ópera persiste em sua triunfante carreira de 25 anos, sem data para acabar, enquanto fenômenos como Wicked se firmam como novos ícones.

Mas não só de musicais vive a Broadway. O teatro também está presente, e com casas lotadas. Tom Hanks está à frente de Lucky Guy, sem causar qualquer prejuízo de bilheteria ao vizinho de porta Alec Baldwin, que atua em Orphans, ou mesmo a Sigourney Weawer, em Vanya and Sonia and Masha and Spike.

O grande desafio dos produtores é assegurar o fluxo contínuo de um verdadeiro exército de pelo menos 20 mil expectadores que todas as noites às 20 horas se forma no Distrito Teatral de New York. "Embora apenas 20% da audiência da Broadway seja constituída por visitantes internacionais, eles são fundamentais para o nosso negócio", revela Bob Hoffman. "Este grupo de turistas é o que permanece mais tempo na cidade e está disposto a assistir vários shows e teatros durante sua estada".

O executivo cita um levantamento que demonstra que embora a intenção de 80% dos viajantes ao chegar a Manhattan seja ir a um show da Broadway, mas 60% deles sai frustrado da cidade por não conseguir ingressos ou devido a preços exorbitantes. É que alguns hotéis chegam a cobrar até 35% de taxa adicional sobre os tickets, e não faltam intermediários prontos a dobrar o valor real de um assento. É para driblar abusos como estes que surgiu a Broadway Collection, ao viabilizar a aquisição de ingressos no país de origem por meio de operadoras locais, inclusive no Brasil. "Se não der para comprar o ticket antes de viajar, é melhor fazer isto diretamente na bilheteria do teatro", aconselha Hoffman.


*Este texto foi publicado originalmente na coluna Viagens de Negócio, de Fábio Steinberg, no dia 24 de abril de 2013, no Diário do Comércio da Associação Comercial de São Paulo.

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