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Publicado: Sexta-feira, 26 de agosto de 2005

A biografia do sobrado do Museu Republicano em Itu

Biografia de um sobrado: História do Edificio do Museu Republicano "Convenção de Itu"

Dra. Anicleide Zequini - [email protected]

 

 

RESUMO/ABSTRACTS

 

O texto refere-se aos resultados de uma pesquisa documental (inventários post-morten e livro de Notas) referente a trajetória do edifício qm que está instalado o Museu Republicano na Cidade de Itu-SP, extensão do Museu Paulista —Universidade de São Paulo. Assim, a partir de todas as informações pesquisadas podemos supor que a data de construção do edifício, que abriga o Museu, seja bem anterior a 1850, ano que lhe tem sido apontado em diversos textos. Este ano registra sim, a presença de uma das famílias moradoras daquele edifício: os Almeida Prado que receberam os Convencionais de 1873.

The text is about the results of a documental work of research (post-mortem inventory na Book of Notes) regarding the trajectory of the building in which The City of Itu (SP)’s Republican Museum (Museu Republicano na Cidade de Itu-SP) is installed na extension of Museu Paulista — Universidade de São Paulo. Therefore, from all the pieces of information researched we can infer that construction day of the building that shelters the museum, is a lot earlier than 1850, year which has been considered as such in many essays. This year register in fact the presence of one of the families that lived in that building: The Almeida Prado that hosted the Republicans Conventionals of 1873.

 

 

As datas atribuídas à construção do “Sobrado da Convenção”.

 

         O primeiro Guia do Museu Republicano “Convenção de Itu” foi publicado após vinte e três anos em que a instituição havia sido aberta ao público. Affonso de E. Taunay idealizador do Museu e organizador da primeira exposição procurou, em janeiro de 1946, explicar esse descompasso:

 

“Esperei, porém que os trabalhos de azulejamento do grande saguão do edifício estivessem concluídos para realizar tal desideratum agora”[1].

 

         Este azulejamento,  corresponde a um conjunto de azulejos pintados sobre temas e  personalidades relacionadas à História de Itu que haviam sido encomendados ao pintor Antonio Luiz Gagni para compor a exposição inaugural. Nesta ocasião adquiriu também, de diversas procedências, móveis e objetos  que, segundo Taunay pudessem oferecer aos visitante, a  “idéia do que eram o mobiliário e a ornamentação de uma casa rica brasileira pelas vizinhanças de 1870 [2]”.

         A escolha de azulejos, e não de outro material, para a realização daquelas pinturas foi determinada a partir da constatação de que este tipo de material estava presente no revestimento externo do edifício desde 1867, conforme inscrição encontrada na platibanda do prédio:

 

“E como víssemos azulejado o frontispício do Museu , entendemos que tal decoração poderia vantajosamente ser feita por azulejamento  das paredes do vestíbulo” [3]

 

         É também nesta  publicação que, pela primeira vez  encontramos mencionada a data de 1867 associada a construção do edifício:

 

“Acha-se o Museu Republicano Convenção de Itu instalado no belo e vasto sobradão sito à rua Barão do Itaim (outrora do Carmo) casarão construído em 1867 por José de V. Almeida Prado e, pouco depois, por ele vendido a seu irmão Carlos V. de Almeida Prado[4]”.

 

          Esta periodicidade  incorporada, posteriormente, em textos relacionados a História do Museu e a cidade de Itu permanece presente até a década de 90 do século XX. Num destes trabalhos, intitulado Itu-Quatro Séculos de História, comemorativo aos 120º. Aniversário da “Convenção Republicana” de 1873 publicado em 1995 constitui  exemplo desta constatação. Assim, num dos verbetes encontramos a seguinte informação sobre o Museu Republicano:

 

“No ano de 1867, os irmãos Carlos e José de Almeida Prado, construíram na rua Barão do Itaim um elegante sobrado, com sua fachada revestida de azulejos [5]”.

 

         Mas examinando o entorno deste edifício veremos que a data de sua construção pode ser anterior ao ano de 1850.

 

Itu e a economia açucareira

 

         Em 1774 havia na vila de Itu  779 casas, dois conventos de religiosos (Carmo e São Francisco) e a Igreja Matriz ainda em construção. Situada na área compreendida pelo “quadrilátero do açúcar”, Itu destacava-se pela presença de inúmeros engenhos de açúcar que eram responsáveis por 1/3 do açúcar fabricado na Capitania de São Paulo.

         A riqueza gerada, principalmente, por este produto estimulou o crescimento populacional da vila no período compreendido entre o final do século XVIII e início do XIX. Além desta questão demográfica, a economia açucareira intensificou o comércio, as artes e a urbanização[6]. Data deste período a inauguração da Igreja Matriz (1780), a Igreja do Carmo (1782) e melhoramentos urbanos, como a pavimentação das ruas em 1790.

         Podemos observar,  numa das primeiras plantas urbanas da Vila, executada por Sá e Faria em 1774, a presença de um traçado urbano formado por quadras retangulares delimitadas por ruas e becos. Característica que se apresenta, relativamente, preservado até o presente. (fig 1)

         Nesse documento aparece destacada algumas ruas da localidade, como a Rua do Carmo, atualmente denominada Barão do Itaim e áreas ocupadas por edificações, com destaque,  para a localização da “Igreja Nova” (atual Matriz da Candelária) e da Igreja-Convento  do Carmo.

        

          

A rua do Carmo (atual Rua Barão do Itaim)

 

         As primeiras casas de sobrado de Itu, conforme pudemos constatar através da pesquisa documental, foram construídas entre a virada do século XVIII e início do século XIX. As mais antigas localizavam-se nas áreas correspondentes  ao  alinhamento da Rua Direita (atualmente, Rua Paula Souza), Largo da Matriz (atual Praça Padre Miguel) e Rua do Carmo (atual Rua do Barão do Itaim) locais escolhidos para  residências dos Senhores de Engenho.

         A concentração de pessoas enriquecidas, sobretudo, pelo açúcar na Vila levou o vereador e Senhor de Engenho João Tibiriçá Piratininga  encaminhar em 1829 à Câmara de Itu, um pedido para que a localidade fosse dividida em duas áreas administrativas a “Vila Velha” e a  “Vila Nova”. (fig. 2)

         A Vila Nova constituída pelo Pátio da Matriz (atual Praça Padre Miguel), Rua do Carmo (atual Rua Barão do Itaim) e adjacências refletiu como poderemos observar, o período dedeclínio econômico do açúcar, que se estendeu até 1840. Nesta época o capital e parte da população de Itu começam a se deslocar para as zonas cafeeiras do “Oeste Paulista”[7]. Como parte desta constatação observamos que que ao longo do século XIX foram  construídos, naquela rua,  somente 3 sobrados, dois deles,  anteriores a 1830.

 

 

 

 O sobrado de Josepha Maria de Góes Pacheco

 

         Encontramos em 1825, a primeira a referencia sobre a edificação de sobrado na rua do Carmo (atual Rua Barão de Itaim). Pertencia este imóvel a  Josepha Maria de Góes Pacheco, proprietária, em Itu,  de um grande número de escravos e engenho de açúcar.

         Nesse mesmo ano, observamos que, na área correspondente ao Pátio da Matriz (atual Praça Padre Miguel), estava sendo construídos, sob a iniciativa do Tenente Elias Antonio Pacheco da Silva (Senhor de Engenho),  dois outros sobrados (um deles na esquina do Pátio da Matriz) e uma casa térrea (vizinha a Josepha Maria de Góes Pacheco) [8]. (fig 3), (fig 3a)e (fig 4)

          

         O primeiro desses sobrados tinha as paredes construídas de taipa de pilão e:

 

 “7  janelas na frente do largo da Matriz e 4 janelas na frente da rua do Carmo, com beiral forrado, ditas janelas assentadas, menos as folhas que só se acham  feitas, como também as competentes grades de ferro e o assoalho limpo por pregar, sem repartimento algum e só com algum taboado de forro limpo e alguns batentes de dentro aparelhados, cunhaisde pedra por assentar, escada do quintal quase concluída [9]”.

 

         Em 1859 este sobrado passou a pertencer à Fernando Pacheco Jordão e, no final do século XIX,  à Família Pereira Mendes [10].     

         O outro sobrado anexo a esta construção edificado na Rua do Carmo (atual Rua Barão do Itaim) encontrava-se no mesmo estado do anterior, faltando apenas a construção das escadas dos fundos, área  que se encontrava a cozinha. Vendida em 1836 ainda inacabada, “cobertas de telhas, com o vigamento, portas e janelas de frente, e as de cima com grades de ferro” para a Loja Maçônica Ituana, foi  revendida em 1838, para Fernando Pacheco Jordão [11].Dessa forma os sobrados (da esquina do Pátio da Matriz  e da Rua do Carmo) passam a pertencer novamente à família Pacheco Jordão [12].

          Quanto a casa térrea, unida a estes sobrados,  também em construção em 1828 contava, nesta época,  apenas com as  portas e janelas assentadas, não possuía repartimento interno e estava coberta de telhas[13]. Na partilha realizada naquele ano, coube este imóvel a D. Antonia Fausta Rodrigues Jordão e com o falecimento dela este imóvel passou para seu filho Elias Antonio Pacheco Chaves que, pelo menos até 1890 aparece como seu proprietário [14].

         Nota-se que este conjunto de edificações, somente irá desaparecer do cenário urbano de Itu na década de 70 do século XX, ocasião em que foram demolidas aquelas edificações para construção de um outro edifício. (Fig. 5)

 

Josepha Maria de Góes Pacheco e o primeiro sobrado

        

         Em 1825 D. Josepha moradora da rua do Carmo foi também, neste local, a primeira proprietária de um sobrado. Em 1829 este imóvel, conforme pode ser constatado em seu inventário,  estava passando por algumas reformas como a colocação de “molduras para o forro” [15].Uma descrição mais completa deste sobrado, em 1828, indicava que ele possuía “7 janelas em cima e 7 portas embaixo” [16]. Fato  que faz supor que a parte inferior tenha sido destinada para o comércio, conforme “a tradição ibérica e a conjugação de comércio e residência [17]”.

 

A divisão do sobrado de Josepha e a constituição de duas moradias

 

         Em 1832 o inventário de Josepha Maria de Góes Pacheco não havia sido finalizado. Contudo os herdeiros já haviam entrado em acordo sobre a partilha de alguns de seus bens entre eles,  o sobrado da Rua do Carmo (atual Rua Barão do Itaim). Dois de seus filhos estavam requerendo a propriedade: Francisca Xavier da Fonseca e seu irmão Joaquim Manoel Pacheco da Fonseca.

         Para solucionar esta questão Joaquim pediu um parecer, transcrito abaixo, a dois peritos sobre a viabilidade de ser feita uma divisão da propriedade. Formuladas as perguntas responderam:

 

Primeira pergunta:

- Se tendo de separar a parede divisória por cima da escada, que arranjo deve ter

Resposta:

“que a escada deve ficar no corredor de baixo da quarta janela e seguira o primeiro andar, e o segundo lugar oposto do segundo andar da escada. Observarão a importância da parede divisória da casa até o quintal, entrando barrotes, ripas, moirão, caibros de goaratan e jornais de escravos, pela quantia de 41#360 Rs”.

 

Segunda pergunta:

“Enquanto a importância da parede divisória da casa e quintal”

Resposta:

 “declarou que a parede de cima não perde parede alguma, e que a de baixo não perde alcova porque deve mudar a escada para o lugar competente. Declarou mais que a mudança da escada avalião feitio e pregos – 18#000 Rs”.

 

 

Terceira pergunta:

“se por causa da mesma divisa a morada de cima vem perder uma parede ou não, e se a de baixo perde uma alcova”

Resposta:

“ Declarou que se fazer a escada nova para as casa do lado de cima – 57#200 Rs [18].”

 

         Com parecer favorável o sobrado foi dividido, provavelmente em 1832, formando duas habitações com extensões desiguais, sendo que a unidade mais próxima ao pátio da Matriz resultou composta de 4 janelas (em cima) e 4 portas (em baixo), portanto a outra unidade ficou com as restantes  3 janelas (em cima) e 3 portas (em baixo).

         A primeira unidade ficou para os herdeiros órfãos enquanto que a outra unidade ficou para  Francisca Xavier da Fonseca.

 

 

 

 

 

 

O sobrado de Francisca Xavier da Fonseca e a constituição do sobrado de  Francisco de Almeida Prado

 

         Francisco de Almeida Prado, descendente de uma das primeiras famílias a receber sesmaria em Itu,  era um destacado Senhor de Engenho.

         Em 1835 possuía um sobrado na Rua do Carmo (atual Rua Barão do Itaim) composto por 4 janelas (em cima) e 4 portas (em baixo), adquirido entre os anos de 1832-1835.Edificação que correspondia a unidade partilhada, em 1832, dos bens do inventário de Josepha Maria de Góes Pacheco[19].

         A unidade restante, composta de 3 portas (em baixo) e de 3 janelas (em cima) pertencente a herdeira Francisca Xavier da Fonseca foi vendida em 1839, para  Estanislau do Amaral Campos que, no ano de 1843, a revendeu para Francisco de Almeida Prado.

         Desta forma, Francisco de Almeida Prado reunifica o antigo sobrado no qual, em 1923,  foi instalado o Museu Republicano “Convenção de Itu” em Itu-SP[20].

        

Sobrado dos Almeida Prado: um nova partilha

 

         Em 1857 com o falecimento de Francisco de Almeida Prado, o sobrado é herdado por Anna Joaquina de Vasconcellos Noronha (segunda esposa) que residiu no local até 1866[21]. Durante este período, o interior do edifício passou por alguns melhoramentos como o revestimento das paredes internas com “papel pintado” e a instalação de lustres[22].

         A fachada (parte superior) concluída em 1867, conforme se constata pela data inscrita na platibanda, foi reformada recebendo revestimento de azulejos, a substituição das janelas por portas e a instalação de grades de ferro.

         Novamente  partilhado, em dezembro de 1866, coube a José e Carlos Vasconcellos de Almeida Prado ( filhos de Anna Joaquina) a propriedade do sobrado. Neste edifício em 18 de abril de 1873 realizou-se a sessão de encerramento da Convenção Republicana de Itu ocasião em que foi lida, aprovada e assinada a ata contendo as bases para a organização do Partido Republicano Paulista[23].

                       

A transferência do sobrado para a família Leite de Barros

 

            Em 1890 Carlos Vasconcellos de Almeida Prado vende o sobrado para Francisco de Paula Leite de Barros [24]. Descrição deste ano demonstra que o imóvel possuía: sete portas no pavimento superior e ainda mantinha as sete portas (em baixo), as quais foram posteriormente substituídas por seis janelas e o assentamento de uma porta principal.     (fig. 6 e 7 ) 

            Tendo sido este sobrado novamente partilhado em 1894 coube a propriedade ao   sobrinhos de Francisco de Paula Leite de Barros  que passaram a ser os novos proprietários. Em 1922 a Fazenda do Estado de São Paulo adquire o edifício para a instalação do Museu Republicano. Após a realização de uma ampla reforma sob a direção de Affonso de E. Taunay inaugura-se na Cidade de Itu, em 1923,  o Museu Republicano “Convenção de Itu” como anexo do Museu Paulista da Universidade de São Paulo.

             Assim, a  partir de todas as informações pesquisadas  podemos supor que a data de construção do edifício, que abriga o Museu, seja bem anterior aquele que lhe vem sido atribuída e que o ano de 1850 marca a presença  de uma das famílias moradoras daquele edifício: os Almeida Prado que receberam os Convencionais de 1873.

           

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                       



[1] E. TAUNAY. Affonso de. Guia do Museu Republicano “Convenção de Itu”. São Paulo: Indústria Gráfica Siqueira, 1946. p. 3

[2]  Idem, p.11

[3]  Idem, p. 12

[4] Idem p. 11

[5]MAIA, Tom. et al. Itu: Quatro séculos de história. São Paulo: Expressão Editorial, 1995. p.130-131.

[6] LISANTI FILHO, Luiz. Comércio e Capitalismo: o Brasil e Europa entre o fim do século XVIII e o início do século XIX. O exemplo de três Vilas: Itu, Porto Feliz e Campinas. Doutorado. SP: IFLCH-USP, 1962. p. 109

[7] DEAN, Warren. A Fábrica São Luiz de Itu: um estudo de arqueologia industrial. Anais de História, Assis, ano VIII, 1976. p.11.

[8] O Tenente Elias, irmão de Josepha Maria de Góes Pacheco era proprietário do Engenho Grande (atualmente Chácara do Rosário), herdado de seu pai o Sargento-mor Antonio Pacheco da Silva, sertanista em Cuiabá. Como outros Senhores de Engenho que habitavam Itu nessa mesma época, Elias encaminhou seus filhos para estudar Direito. Um deles, Fernando Pacheco Jordão estudou em Portugal na Universidade de Coimbra, enquanto que Francisco de Assis Pacheco Jordão e José Elias Pacheco Jordão estudaram em São Paulo.

[9] Relação e Avaliação de Bens. In: Inventário de D. Antonia Fausta Rodrigues Jordão, ACCI-MR, 1º. Of., 1825, fl. 8. Sobre a Família Pacheco consultar: ASSIS PACHECO BORBA, Frederico de. Pacheco de Itu: antepassados e descendentes de Elias Antonio Pacheco da Silva. São Paulo: Vaner Bícego, 1977, 247p.

 

[10]  Inventário do Dr. Fernando Pacheco Jordão. ACCI-MR, 1º. Of. 1859 fl. 9

[11] Livro de Notas, 1836 fls. 77v. e de 1838, fls.145.

[12] Idem, 1838 fls. 145

[13] Idem , ibidem

[14] Elias Antonio Pacheco Chaves, formado em Direito residia em São Paulo.  Foi fazendeiro de café e exerceu alguns cargos políticos no Estado de São Paulo, como o de Deputado Geral. Casado com Anézia Prado, faleceu em 1903.

[15] Inventário de Josepha Maria de Góes Pacheco. ACCI-MR, 1º. Of., cx. 36 A, 1829. fl. 31

[16] Idem

[17] Análise sobre esta questão ver: BARBUY, Heloísa Maria Silveira. A Cidade-Exposição: comércio e cosmopolitismo em São Paulo, 1860-1914 (estudo de história urbana e cultura matéria).2001.  Doutorado. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, USP, São Paulo. P.39-49

[18] Inventário de Josepha Maria de Góes Pacheco. ACCI-MR, 1º. Of., cx. 36 A, 1829. fl. 31

[19] Francisco de Almeida Prado, filho de Lourenço de Almeida Prado que adquiriu sesmarias em Itu em meados do século XVIII. O sítio Esperança  em 1835 possuía engenho de açúcar  com moendas movidas por  força animal (bois).

[20] Livro de Notas, 1839 fl. 64.

[21] Francisco de Almeida Prado foi casado duas vezes. A primeira  com Maria Dias Pacheco, ver: Inventário, ACCI-MR,  1º. Of., cx. 43, 1835. e depois com Anna Joaquina Vasconcellos Noronha. ver: Inventário de Anna Joaquina Vasconcellos Noronha. ACCI-MR, 2º. Of., cx. 51, 1866.

    Em 1855 Francisco de Almeida Prado possuía em Itu duas fazendas com engenho de açúcar (São Borja e Capoava) e outras duas glebas de terra  (Sitio Curimã e Braiyá).  Havia adquirido na localidade de Limeira na região do  “Oeste Paulista” mais duas outras propriedades rurais: o Sítio Paraguassu com engenho de açúcar e plantação de café e uma gleba de terra denominado Sítio Palmeira. A busca por terras novas marca uma transição de interesse econômico que identifica alguns grandes proprietários rurais de Itu, quando a  partir de 1850 o café que apresentava maior lucratividade em relação ao açúcar,  passa a ser difundido na região da “depressão periférica” Paulista.

[22] Inventário de Anna Joaquina de Vasconcellos Noronha. ACCI-MR, 2º. Of., cx. 51, 1866.

[23] A Acta da Convenção de Itu. In: E. TAUNAY, Affonso. Op. cit. p. 61-63.

[24] O imóvel entregue como parte do pagamento era um sobrado existente na “Travessa da Matriz, canto com a Rua da Palma”.  Livro de Notas, 2º Of., 1890 fls. 15-17.

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