Colunistas

Publicado: Segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

A árvore seca

A árvore seca
Lourdinha Oliva - 94 anos Uma Lição de Vida

Uma das curiosidades da vida de colunistas de jornais é o frequente desencontro entre seu interesse pelos assuntos escolhidos e o grau de interesse despertado nos leitores. Há algumas semanas atrás, falávamos sobre os encantos da melhor idade, resumindo aspectos no tratamento das pessoas com mais de 70 anos. Os dados ultrapassam nossas expectativas, o que nos leva a retornar ao assunto, agora apenas para acentuar as preferências legais imposta nos cuidados de que os mais antigos carecem.
           
Com foco neste tema, certo dia, para uma matéria, fomos visitar um lar de idosos. Num vão da escada havia um tronco de árvore seca e, junto dela esta legenda: “Ninguém agradece à árvore seca o seu passado”.

Temos muitas vezes recordado esta imagem e esta inscrição. Quando alguém é jovem e simpático, consome e colabora, vale muito mais aos olhos da sociedade. Mas quando uma pessoa se transforma em árvore seca, não se agradece pelo que ela serviu antes de secar.
         
Quantos serviços prestam nas famílias tantos idosos, tantos avós! E se já não podem servir, também é valiosa a sua vida, com direito a ser cuidado, acompanhado e estimado. Hoje não se valoriza suficientemente o idoso, enfermo em particular, porque ele é a memória viva da precariedade. E esta cultura atual tende a esquecer e a esconder.
        
O idoso é um símbolo do passado e nós não queremos, por vezes, que o passado conte. O idoso não é produtivo no presente, é um caminhante para um futuro que o nosso mundo tende a não valorizar e a não crer.
           
Com o passar dos anos, e o prolongamento da vida, o idoso torna-se mais fragilizado e vivem cheios de enfermidades, algumas específicas e inexistentes em outros tempos, e em outros casos, doenças crônicas que o invalidam.
           
E muitos idosos vivem sós, sentindo-se abandonados, ou vive em situações de grande precariedade econômica e social, o que é mais grave, sentem-se discriminados por razões de idade e em outros casos são também vítimas de maus tratos.
           
Enfim, a situação é grave! Trata-se de uma situação, não só grave como delicada que devemos por na consciência de todos. Olhemos à nossa volta: Será que na casa ao lado não tem um idoso precisando de ajuda ou... socorro???
           
Pense nisso!!!

Comentários