Cultura

Publicado: Terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Museu Republicano de Itu preserva documentos de Edgard Carone

Arquivo pessoal do historiador contém entrevistas e fotografias.

Crédito: Arquivo Museu Republicano de Itu Museu Republicano de Itu preserva documentos de Edgard Carone
Entrevistas são relacionadas, principalmente, com militantes e políticos

O Museu Republicano de Itu terá como uma de suas prioridades em 2011, a preservação e organização de centenas de documentos e fotografias que formam o Arquivo Pessoal do historiador Edgard Carone, doado ao museu no ano de 2005.

Segundo a doutora Anicleide Zequini, colunista do itu.com.br, uma etapa já está concluída, pois todas as 29 entrevistas em formato de cassete, já foram convertidas para outro suporte. Os documentos feitos por Carone contêm entrevistas das décadas de 1970 e 1980, principalmente relacionadas com militantes e políticos.

Foram encontradas entrevistas com Eulindo Salzano, Sebastião Francisco, João Amazonas, Plínio Melo, Aziz Simão, Luiz Carlos Prestes, José Del Royo, Tito Batini, Antonio Candido, Elder Sader, Antonio Correa Costa e Armênio Guedes.

Os documentos desse arquivo espelham, particularmente, toda a produção historiográfica e da carreira acadêmica do Professor Carone. Pode-se encontrar entre os papeis guardados por ele, cópias de jornais de várias ideologias, originais de publicação e anotações de pesquisas que foram a base para seus trabalhos acadêmicos.

O Arquivo Histórico do Museu Republicano “Convenção de Itu” /MP/USP possui, aproximadamente, 500 metros lineares de documentação que compreendem desde finais do século 18 a meados do século 19.

Uma parte do acervo de Carone, já disponível para consulta (em áudio e textos), está localizado nas dependências do Centro de Estudos do Museu Republicano, na rua Barão do Itaim, 140 – Itu/SP. Mais informações e agendamento de visitas pelo telefone (11) 4023-2525, ramal 5 ou pelo e-mail: [email protected].

Edgar Carone

Historiador brasileiro, filho de um imigrante libanês, nasceu em São Paulo (1923). Passou a interessar-se por história ao trabalhar com o conceituado sociólogo brasileiro, Aziz Simão, interessando-se pelas idéias esquerdistas do período da II Guerra Mundial, e contou como nenhum outro, a história da República e do movimento operário e esquerdista brasileiro.

Formou-se em História, pela Universidade de São Paulo (1948) e nos doze anos seguintes, ficou recluso na fazenda que seu pai tinha em Bofete, no interior de São Paulo, pesquisando ativamente sobre o período republicano, sobretudo os movimentos revolucionários ocorridos nas duas décadas anteriores e apaixonou-se por esse momento histórico nacional.

A influência do seu irmão Maxim, que era filiado ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), e a amizade com intelectuais de esquerda, como Aziz Simão, Antônio Cândido, Paulo Emílio Salles Gomes e Mário Pedrosa direcionaram a construção do seu pensamento político. Simpatizante do PCB, quando da cisão comunista (1962) ficou do lado do grupo liderado por Prestes que constituiria o PC brasileiro. Publicou Revoluções do Brasil Contemporâneo (1922-1938) (1965), sua primeira obra.

Tornou-se professor titular de História do Brasil. Foi o historiador par excellence do período republicano brasileiro e foi, também, historiador do movimento operário e socialista brasileiro.

Publicou uma obra em três volumes, Movimento Operário no Brasil, que é uma coletânea de documentação, comentada, sobre a luta e organização dos trabalhadores no Brasil de 1877 até 1984.

Morreu em São Paulo, em 31 de Janeiro de 2003, aos 79 anos.

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