Cultura

Publicado: Segunda-feira, 17 de abril de 2017

Ituanos e turistas assistem ao Estouro do Judas na Praça da Matriz

Tradição reuniu grande público no Centro da cidade.

Crédito: Jéssica Ferrari/Itu.com.br Ituanos e turistas assistem ao Estouro do Judas na Praça da Matriz
Explosão dos bonecos que representavam Judas e o Diabo

Veja as fotos desta notícia no Flickr

O tradicional Estouro do Judas foi realizado em Itu neste domingo de Páscoa, 16 de abril, atraindo grande público à Praça Padre Miguel (Matriz). Ituanos e turistas puderam assistir a uma grande explosão, organizada pela Prefeitura de Itu, por meio da Secretaria de Turismo, Lazer e Eventos.

Ao meio-dia em ponto, as bombas começaram a ser detonadas uma a uma, seguindo o ritual. Minutos depois, o boneco que representava a figura do Diabo caiu bruscamente sobre os ombros de Judas, o traidor de Cristo. Então juntos, os dois bonecos foram detonados, arrancando aplausos do público.

O costume ituano difere da malhação do Judas de qualquer outro lugar do país. O Estouro do Judas é um acontecimento exclusivo da cidade de Itu, que mantém a tradição da literal explosão dos bonecos representando as figuras do traidor de Cristo e do Diabo. Ao invés de realizar o espancamento do boneco, os ituanos inventaram um espetáculo no qual Judas, acompanhado do demônio, é detonado com bombas.

Para evitar acidentes, a Praça da Matriz foi sinalizada com faixas de segurança e contou com a presença de bombeiros, para que todos pudessem assistir ao espetáculo pirotécnico de uma distância segura.

História

A história conta que em 1985, um artista pirotécnico machucou suas mãos com uma bomba que tinha fabricado e a partir dessa data resolveu fazer todos os anos um boneco recheado de pólvora, representando Judas, e queimá-lo.

Quando este artista se mudou de Itu, o estouro do Judas ficou por conta dos irmãos Joaquim e Inácio Corneta, que não deram assiduidade à festa, sendo interrompida algumas vezes. Os irmãos Parnaíba assumiram o cargo quando aqueles faleceram, e fizeram transformações no espetáculo, adicionando a imagem do diabo em meados de 1910.

Em 1931, o Sr. Zico Gandra fez seu primeiro Judas, que foi queimado com querosene, paralelamente ao boneco oficial que se queimava na Praça Miguel. Em 1938, ele assumiu o cargo de responsável pelo evento, dando continuidade até 2003, sempre inovando e aprimorando o sistema de confecção do Judas. A manifestação cultural está registrada no livro Guinness dos recordes, desde 2006 e atrai anualmente muitos turistas para a cidade. 

Comentários