Cotidiano

Publicado: Sexta-feira, 20 de abril de 2007

Conventinho de Itu, muito mais do que clausura

Além das orações, as Irmãs fabricam doces, licores e vinhos.

Crédito: Lilian Araujo Sartório/ www.itu.com.br Conventinho de Itu, muito mais do que clausura
O licor segue uma receita tradicional há 55 anos

Por Lilian Araujo Sartório

O Mosteiro Concepcionista Nossa Senhora das Mercês, ou Conventinho, há 55 anos, com a chegada da já falecida Madre Gema, produz doces, licores, geléias e vende frutas e especiarias.

DELÍCIAS ESPECIAIS

Madre Gema veio de São Paulo e com ela trouxe as receitas e uma ajuda especial do médico Archimedes Lammoglia, que doava frutas e trazia essências de uma loja paulistana, da qual chegam as encomendas até hoje.

Algumas essências da produção do licor são caseiras, como as de laranja, abacaxi e jenipapo. A calda é feita com 1 quilo de açúcar para 1 litro de água, depois se coloca a essência curtida no álcool.

A Irmã Maria Auxiliadora do Menino Jesus, que vive há 56 anos no convento, é uma das responsáveis pela coordenação da fabricação destes produtos. A maioria das frutas utilizadas para as compotas são das árvores do convento, como goiaba, acerola, banana e uva.

Em determinadas épocas, a produção aumenta, principalmente a de jabuticaba, que é usada para a produção de vinho e também de licor. Todos os produtos são vendidos na lojinha do convento, inclusive as nozes nacional ou nozes pecam, provenientes das árvores do convento.

A VIDA DAS IRMÃS

Irmã Maria Auxiliadora vive em clausura com mais 13 Irmãs. A sua vida é simples e regrada, composta de oração e devoção. As monjas vivem inteiramente segregadas do mundo, podem receber visitas em parlatórios (atrás de grades que as separam das pessoas).

O dia das irmãs começa às 5h30 da manhã, quando partem para a igreja fazer suas orações, assistem à missa e depois tomam seu desjejum. Após o café, cada irmã segue para o seu trabalho. Irmã Maria Auxiliadora trabalha na cozinha, orientando as demais, já que não consegue mais exercer tantos trabalhos devido a uma deficiência.

Às 11h, é executada uma procissão até a igreja, onde se reza pelas almas. O almoço, que é um momento sagrado para as irmãs, é feito em silêncio depois que as conselheiras benzem a mesa. As irmãs têm 30 minutos para repousar.

A tarde toda é composta por orações. A janta é considerada um “recreio” pela irmã Mª Auxiliadora, já que elas podem conversar, assistir ao telejornal e fazer suas próprias orações. Antes de se recolherem, há mais uma oração.

Os domingos são livres para que as Irmãs recebam suas famílias no parlatório, executem seus afazeres pessoais e freqüentem a missa. Na igreja do Conventinho, o andar superior foi todo cercado com grades para que as irmãs assistam à missa junto à comunidade.

Muitas pessoas não aceitam o modo de viver das monjas concepcionistas, mas assim como todos são livres para fazer suas escolhas, as irmãs fizeram a sua: viver em clausura!

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