Cinema

Publicado: Terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Abraccine elege "O Menino e o Mundo" como o melhor filme de animação

Confira as 100 obras mais importantes do formato!

Abraccine elege "O Menino e o Mundo" como o melhor filme de animação
"O Menino e o Mundo" (2013)

Como parte das comemorações dos 100 anos da animação brasileira, a Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) elegeu “O Menino e o Mundo” (2013) como a melhor animação brasileira de todos os tempos.

A escolha ocorreu durante eleição realizada entre os críticos associados da Abraccine e convidados, quando o longa-metragem de Alê Abreu, indicado ao Oscar em 2016 e vencedor do Festival de Annecy em 2014, foi o único filme citado por todos os votantes. Em segundo lugar ficou “Uma História de Amor e Fúria” (2013), de Luiz Bolognesi, também vencedor de Annecy. Na terceira posição, o curta-metragem “Meow!” (1981), de Marcos Magalhães, prêmio do júri no Festival de Cannes.

A pesquisa também revelou que Otto Guerra é o principal nome da animação brasileira, com quatro filmes na lista, dois deles entre os dez primeiros: “Até que a Sbórnia nos Separe" (2013), codirigido por EnnioTorresan Jr., em quarto lugar; e “Wood & Stock: Sexo, Orégano e Rock'n'Roll” (2006), em nono. O cineasta gaúcho ainda aparece na lista com o curta “Novela” (1992), em 32º, e o longa “Rocky& Hudson, os Caubóis Gays” (1994), em 50º.

O levantamento é o ponto de partida para o livro “Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais”, que será lançado no segundo semestre de 2018 pela Abraccine, em conjunto com Associação Brasileira de Cinema de Animação (ABCA), Canal Brasil e Grupo Editorial Letramento.

Além de “Meow!”, Marcos Magalhães surge com outro filme no top dez da Abraccine: o curta “Animando” (1983), décimo colocado. Completando a presença dos curtas entre os dez mais, aparecem “Dossiê RêBordosa” (2008), de Cesar Cabral, e “Guida”, (2014), de Rosana Urbes, respectivamente quinto e sétimo colocados.

Apesar do predomínio de longas entre os dez melhores, o formato de pequena duração é responsável por 83 títulos dos 100 ranqueados, reforçando seu papel no fomento da animação em termos de experimentação estética, narrativa e de linguagem.

A lista contempla filmes de diversas épocas, gêneros e formatos, sendo considerados apenas os trabalhos com cópias ainda existentes. Lançado em 1928, “Macaco Feio... Macaco Bonito…” (30ª posição), de João Stamato e LuisSeel, é a animação brasileira mais antiga presente no ranking.

Compõem a lista também outras obras historicamente importantes, como o primeiro longa animado, “Sinfonia Amazônica” (1953), de AnélioLatini Filho, em sexto; o primeiro longa colorido, “Piconzé” (1973), de Ippe Nakashima, em 18º; e “As Aventuras da Turma da Mônica” (1982), 12º colocado, assinado pelo diretor que mais longas animados dirigiu no país: Maurício de Sousa. Do criador de personagens como Mônica, Cebolinha e Cascão também foi listado “A Princesa e o Robô” (1983), 34º posto.

A lista final apresenta ainda produções recentes, três delas deste ano - “Torre”, de Nádia Mangolini, em 16º, “Vênus - Filó, a Fadinha Lésbica”, de Sávio Leite, em 67º, e “História Antes de uma História”, de Wilson Lazaretti, em 90º.

“A oportunidade de rever tantos filmes produzidos neste campo nos deu a dimensão da grande importância da animação brasileira, ajudando a entender o caminho traçado até a conquista dos prêmios em Annecy e a indicação ao Oscar. O primeiro lugar de ‘O Menino e o Mundo’ consagra o trabalho de Alê Abreu, mas não podemos nos esquecer de tantos outros nomes fundamentais nesta história, como Marão, Chico Liberato, Walbercy Ribas, Roberto Miller, Arnaldo Galvão, Luiz Sá, Stil, CaoHamburger, Allan Sieber e Rosaria, entre tantos outros”, declarou Paulo Henrique da Silva, presidente da Abraccine e um dos organizadores do livro ao lado de Gabriel Carneiro.

Critérios de votação

A eleição das 100 melhores animações brasileiras é fruto de uma parceria da ABCA com a Abraccine. Num primeiro momento, a associação de animadores escolheu internamente os 100 trabalhos mais representativos de sua história, sem qualquer ordem de preferência no resultado final. Em seguida, a Abraccine montou uma comissão especial para incluir mais alguns títulos, ausentes na lista original, mas que pareciam importantes de serem considerados. A partir dessa lista de 115 títulos, os votantes escolheram os 50 melhores, em ordem de preferência. Os 100 mais bem posicionados compõem o ranking.

O Canal Brasil e a animação

Parceiro da Abraccine no lançamento dos livros “100 Melhores Filmes Brasileiros” (2016) e “Documentário Brasileiro – 100 Filmes Essenciais” (2017), o CanalBrasil exibe curtas e longas dos mais diversos formatos de animação desde seu lançamento, em 1998. Em 2010, a animação ganhou ainda mais destaque na grade do canal com a série“Anima Mundi Brasil”, que leva o nome e tem curadoria do mais importante festival de animação das Américas e o segundo maior do mundo do gênero. Toda semana, uma preciosaseleção de filmes mostra o que há de mais belo, moderno e interessante, desvendando as diferentes abordagens da arte animada, suas mais diversas estéticas e formatos de produção.

Ranking da Abraccine:

1. O Menino e o Mundo (2013), de AlêAbreu
2. Uma História de Amor e Fúria (2013), de Luiz Bolognesi
3. Meow! (1981), de Marcos Magalhães
4. Até que a Sbórnia nos Separe (2013), de Otto Guerra e EnnioTorresan Jr.
5. Dossiê RêBordosa (2008), de Cesar Cabral
6. Sinfonia Amazônica (1953), de AnélioLatiniFilho
7. Guida (2014), de Rosana Urbes
8. Boi Aruá (1984), de Chico Liberato
9. Wood & Stock: Sexo, Orégano e Rock'n'Roll (2006), de Otto Guerra
10. Animando (1983), de Marcos Magalhães
11. Frankenstein Punk (1986), de CaoHamburger e Eliana Fonseca
12. As Aventuras da Turma da Mônica (1982), de Maurício de Sousa
13. Até a China (2015), de Marão
14. Cassiopéia (1996), de Clóvis Vieira
15. O Projeto do meu Pai (2016), de Rosaria
16. Torre (2017), de Nádia Mangolini
17. De janela pro cinema (1999), de QuiáRodrigues
18. Piconzé (1973), de IppeNakashima
19. O Grilo Feliz (2001), de WalbercyRibas
20. Linear (2012), de Amir Admoni
21. O Dragãozinho Manso: Jonjoca (1942), de Humberto Mauro
22. Castillo y el armado (2014), de Pedro Harres
23. A Garota das Telas (1988), de CaoHamburger
24. As Aventuras do Avião Vermelho (2012), de Frederico Pinto e José Maia
25. Menina da Chuva (2010), de Rosaria
26. Almas em Chamas (2000), de Arnaldo Galvão
27. Historietas Assombradas (para crianças malcriadas) (2005), de Victor-Hugo Borges
28. Vinil Verde (2004), de Kleber Mendonça Filho
29. As Aventuras de Virgulino (1939), de Luiz Sá
30. Macaco Feio... Macaco Bonito… (1928), de João Stamato e LuisSeel
31. Deus é Pai (1999), de Allan Sieber
32. Novela (1992), de Otto Guerra
33. Amassa que elas gostam (1998), de Fernando Coster
34. A Princesa e o Robô (1983), de Maurício de Sousa
35. Minhocas (2006), de Paolo Conti e Arthur Nunes
36. Eu queria ser um monstro (2009), de Marão
37. The MaspMovie: O Filme do Masp (1986), de Hamilton Zini Jr., Salvador Messina e Sylvio Pinheiro
38. O Divino, De Repente (2009), de Fabio Yamaji
39. O Quebra Cabeça de Tarik (2015), de Maria Leite
40. Adeus (1988), de Céu D'Ellia
41. Ritos de Passagem (2012), de Chico Liberato
42. Quando os Dias Eram Eternos (2016), de Marcus Vinícius Vasconcelos
43. O Átomo Brincalhão (1964), de Roberto Miller
43. O Céu no Andar de Baixo (2010), de Leonardo Cata Preta
45. Vida Maria (2006), de Márcio Ramos
46. Josué e o pé de macaxeira (2009), de Diego Viegas
47. Pudim de Morango (1979), de Ingrid, Rosane, Elizabeth e HelmuthWagner
48. Furico e Fiofó (2011), de Fernando Miller
49. Graffiti Dança (2013), de Rodrigo EBA!
50. Rocky& Hudson, os Caubóis Gays (1994), de Otto Guerra
51. Jonas e Lisa (1994), de Daniel Schorr e ZabelleCôté
52. Balloons (2007), de Jonas Brandão
53. Calango Lengo - Morte e vida sem ver água (2008), de Fernando Miller
54. Passo (2007), de AlêAbreu
55. Tyger (2006), de Guilherme Marcondes
56. Faroeste: um autêntico western (2013), de Wesley Rodrigues
57. Noturno (1986), de Aída Queiroz
58. TzubraTzuma (1983), de Flavio del Carlo
59. Deu no Jornal (2005), de Yanko Del Pino
60. Yansan (2006), de Carlos Eduardo Nogueira
61. Casa de Máquinas (2007), de Daniel Herthel e Maria Leite
62. Hamlet (1975), de José Rubens Siqueira
63. Tempestade (2010), de Cesar Cabral
64. Ballet de Lissajous (1973), de AluizioArcela Jr. e José Mário Parrot
65. Até o Sol Raiá (2007), de Fernando Jorge e Leandro Amorim
66. Os Anjos do Meio da Praça (2010), de Alê Camargo e Camila Carrossine
67. Vênus - Filó, a fadinha lésbica (2017), de Sávio Leite
68. Cabeça Papelão (2004), de QuiáRodrigues
69. Balanços e Milkshakes (2010), de Erick Ricco e Fernando Mendes
70. Céu, inferno e outras partes do corpo (2011), de Rodrigo John
71. A Saga da Asa Branca (1979), de Lula Gonzaga de Oliveira
72. Caminho dos Gigantes (2016), de Alois Di Leo
73. O Ex-mágico (2016), de Maurício Nunes e Olímpio Costa
74. Abstrações: Estudos n°. 1 (1960), de BassanoVaccarini e Rubens F. Lucchetti
75. AmigãoZão (2005), de Andrés Lieban
76. Castelos de Vento (1998), de Tania Anaya
77. Dia Estrelado (2011), de Nara Normande
78. Planeta Terra (1986), coletivo
79. Viagem na Chuva (2014), de Wesley Rodrigues
80. El Macho (1993), de EnnioTorresan Jr.
81. Quando os Morcegos se Calam (1986), de Fabio Lignini
82. Chifre de Camaleão (2000), de Marão
83. Faz Mal... 2, Super-Tição! (1984), de Stil
84. Aquarela (2003), de Andrés Lieban
85. Belowars (2008), de Paulo Munhoz
86. A Lasanha Assassina (2002), de Ale McHaddo
87. Cidade Fantasma (1999), de Lisandro Santos
88. Primeiro Movimento (2006), de Érica Valle
89. Peixonauta - Agente secreto da O.S.T.R.A. (2012), de Célia Catunda e Kiko Mistrorigo
90. História Antes de uma História (2017), de Wilson Lazaretti
91. Égun (2015), de Helder Quiroga
92. Campo Branco (1997), de Telmo Carvalho
93. Informística (1986), de Cesar Coelho
94. Fluxos (2014), de Diego Akel
95. Engolervilha (2003), coletivo
96. Juro que Vi (2003-2009), de Humberto Avelar
97. Lúmen (2007), de William Salvador
98. Os 3 Porquinhos (2006), de Cláudio Roberto
99. Reflexos (1974), de Antônio Moreno e Stil
100. Linhas e Espirais (2009), de Diego Akel 

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