Sustentabilidade

Publicado: Quinta-feira, 27 de julho de 2017

INEVAT alerta para aumento da contaminação por metais pesados no Tietê

Instituto participou de reunião do CBH-SMT em Itu.

O Instituto de Estudos Vale do Tietê (INEVAT) participou da 47ª Reunião Ordinária do Comitê da Bacia Hidrográfica dos Rios Sorocaba e Médio Tietê (CBH-SMT) realizado em Itu, no dia 20 de julho, com a presença do seu presidente Francisco Moschini e do diretor de Meio Ambiente Ismar Ferrari.

Na oportunidade a entidade com sede em Itu e Salto, protestou pelo reduzido espaço dado para manifestação dos representantes do Médio Tietê. Dos quinze itens da Pauta da Reunião, apenas um tema foi dedicado a nossa região.

Ismar Ferrari, diretor de Meio Ambiente do INEVAT alertou para a gravidade do fato do aumento da contaminação por metais pesados nas águas do Tietê. O ambientalista opina que a poluição do rio é de maior gravidade em comparação com o que acontece com o desastre de Mariana. Neste caso, os rejeitos seriam do tipo areia, portanto inertes, enquanto que no caso dos contaminantes chumbo, mercúrio e outros liberados dos esgotos industriais, os quais são descartados a muitas décadas, a partir da região Metropolitana de São Paulo são produtos cancerígenos e mutagênicos, causadores de câncer e má formações. Tais substâncias são cumulativas ao longo do tempo, principalmente nos peixes que são consumidos pela população ribeirinha.

Outros problemas também mencionados dizem respeito a presença de elevado teor de sais nutrientes (cálcio, potássio e outros) dissolvidos nas águas poluídas e que são responsáveis pelo desenvolvimento de algas. Neste caso todo o oxigênio existente nas águas acaba sendo consumidos e apenas micro organismos patogênicos anaeróbicos conseguem sobreviver sem oxigênio.

Francisco Moschini, presidente do INEVAT apresentou Proposta para a criação do Sub Comitê da Bacia Hidrográfica do rio Tietê dentro do atual Comitê Sorocaba – Tietê, justificando o seu pedido em razão da gravidade dos problemas do nosso rio, em comparação com outras questões relacionadas ao rio Sorocaba. O dirigente opina que a indenização pedida pela organização SOS Mata Atlântica é irrisória em comparação com os prejuízos sofridos pelo Médio Tietê e pede que no cálculo dos danos seja incluído o custo social e de saúde pública decorrente da presença de substâncias cancerígenas nas águas do Tietê. No cálculo da SOS Mata Atlântica, a organização leva em conta apenas o dano decorrente da redução do oxigênio na água, parcela insignificante do problema maior da poluição presente no rio.

Outros prejuízos decorreriam da impossibilidade do aproveitamento esportivo, lazer e turístico do rio no trecho entre Pirapora e Salto, onde o rio se apresenta encachoeirado com queda total de 200 metros.

Outra reclamação de Francisco Moschini se refere a presença de lixo sobrenadante liberados por São Paulo. Chama atenção para o fato de que o Governo do Estado assumiu compromisso em Audiência Pública no ano de 1995, na cidade de Porto Feliz, de instalar barreiras acima de Santana do Parnaíba para a contenção destes materiais.

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