Cinema

Publicado: Quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

"Better Call Saul" segue a linha de "Breaking Bad" e conquista fãs

Série que estreou nesta semana mostrou a que veio.

"Better Call Saul" segue a linha de "Breaking Bad" e conquista fãs
Bob Odenkirk mostra toda a sua versatilidade e vai do cômico ao dramático com facilidade

Por André Roedel

Os fãs de “Breaking Bad” estão sorrindo à toa. “Better Call Saul”, série derivada da saga de Walter White, estreou nesta semana na Netflix brasileira e mostrou a que veio. Centrada no passado do advogado canastrão Saul Goodman (Bob Odenkirk), a produção tem diversas características semelhantes à sua matriz e aposta num humor-negro e ácido que combina de forma certeira com seu estilo.

A série começa com acontecimentos pós-“Breaking Bad”, o que dá pra supor que a trama vai abordar mais que o passado do personagem. Filmada em preto e branco, a cena mostra Saul como gerente em uma lanchonete de Nebraska. O olhar entristecido e uma certa mania de perseguição demonstram que ele passou por grandes adversidades.

No decorrer do episódio piloto, vemos ainda diversos elementos que irão ditar o ritmo dessa primeira temporada. Um deles é o dilema moral vivido por Saul, que quer se tornar um advogado de prestígio, mas ainda tem os escrúpulos que o mesmo personagem visto em “Breaking Bad” não tem. Aliás, em “Better Call Saul” ele tem até outro nome: Jimmy McGill, que atende num enfadonho escritório nos fundos de um salão de manicure.

O primeiro episódio ainda traz um rosto familiar aos fãs de “Breaking Bad”: Mike Ehrmantraut, vivido por Jonathan Banks. Os poucos minutos em cena mostram a mesma característica ranzinza, mas ao mesmo tempo adorável, do personagem – que deve evoluir muito nos próximos episódios. Outro rosto familiar aparece no último minuto do primeiro episódio – mas não irei revelar para não estragar a surpresa.

Com os mesmos ângulos inusitados e jogos de câmera comuns em “Breaking Bad”, a nova série ainda conta com a irreverência e versatilidade de Bob Odenkirk. O ator cinquentão, experiente em comédias, mostra que consegue alternar com facilidade entre o tom cômico e o dramático. Por isso, “Better Call Saul” não pode ser resumida como uma série de um só gênero.

E o grande responsável disso tudo é Vince Gilligan. Junto com Peter Gould, ele criou um show de primeira categoria digno do atual momento da TV americana – que é chamado de “Era de Ouro”. Com apenas dois episódios lançados e recorde batido (teve a estreia de seriado mais vista da história da TV a cabo nos EUA), “Better Call Saul” tem tudo para repetir o sucesso de “Breaking Bad”. E não será surpresa alguma se conseguir.

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