Trabalho de combate à dengue em Itu é abordado em evento em Sorocaba
Reunião ocorreu na sede da Diretoria Regional de Saúde XVI
Jéssica FerrariA Prefeitura de Itu, por meio da Secretaria Municipal da Saúde, foi convidada pela Diretoria Regional de Saúde (DRS) XVI – Sorocaba para explanar sobre o trabalho de combate à dengue desenvolvido na cidade. A apresentação ocorrida no dia 26 de junho, na sede da DRS XVI, durante reunião com municípios da região com mais de 100 mil habitantes, ficou a cargo do agente fiscal sanitário que atua na área de processamento de dados do serviço de Controle de Vetores da Secretaria Municipal da Saúde e também integra o Núcleo de Educação Permanente e Humanização (Neph), Claussius Celsius Cardoso.
A reunião contou ainda com as presenças do coordenador do serviço de Controle de Vetores de Itu, o biólogo Gilberto Lucena, e do diretor do Nível Central da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), o engenheiro Antônio Henrique Alves Gomez.
Pontos importantes do trabalho desenvolvido em Itu, ao longo de todo o ano, foram abordados. A experiência da Sala de Situação, criada em 2013, que reúne periodicamente profissionais da Saúde para discutir estratégias e incrementar as ações de combate à doença foi mencionada como o ponto de partida para importantes mudanças nesse trabalho.
Cardoso destacou que, naquele momento, era preciso inverter a lógica de um trabalho de equipe para “não ter dengue”, porque os casos certamente surgiriam. “O vírus está lá, a dengue não acaba. Tem sempre um mosquito infectado e alguém carregando o vírus”, mencionou.
Segundo ele, o que ocorria em Itu é que a Rede Básica de Saúde não suspeitava de dengue no inverno, ou seja, quando a atividade do mosquito Aedes Aegypti diminui, mas não acaba. Explicou que a Sala de Situação decidiu que fossem feitos treinamentos com a equipe da Rede Básica, para que os profissionais suspeitassem de casos de dengue também no inverno.
Diante desse treinamento, houve aumento no registro dos casos de dengue. A conclusão foi a de que a cidade de Itu já começava a trabalhar com uma equipe sensibilizada e atenta para levantar precocemente as suspeitas, o que facilitava também a atuação dos profissionais do serviço de Controle de Vetores. Somado a esse trabalho, o bloqueio em pontos estratégicos e nos bairros onde havia registro de casos foram fundamentais para diminuir a força da epidemia de dengue neste ano.
O objetivo para a epidemia deste ano, considerando inclusive o contexto regional, era evitar óbito. Portanto, a equipe de Vetores trabalhou em Itu para combater os focos do mosquito Aedes Aegypti antes mesmo do período epidêmico e a equipe da atenção básica suspeitou precocemente e monitorou os casos.
O resultado dessa forma de trabalho, implantada em Itu desde 2013, com a criação da Sala de Situação, é que não houve registro de óbitos na cidade. Outra conquista é que os pacientes dos dois casos de dengue na forma grave e dos 145 casos com sinais de emergência, devidamente acompanhados pela equipe da Vigilância Epidemiológica (Viep), tiveram satisfatória evolução do quadro clínico.
“A Rede Básica suspeitou precocemente e quando o paciente apresentou piora, a Viep já estava na porta do hospital acompanhando o caso”, ressaltou. Ainda de acordo com Cardoso, a experiência de Itu tem mostrado bons resultados, mas também levantado dúvidas que precisam ser discutidas e existem questões a serem aprimoradas. Para aperfeiçoar esse trabalho, em julho, a Secretaria da Saúde de Itu realizará a 2ª Conferência Municipal de Dengue.