Bem estar

Publicado: Terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Estudo indica que câncer no cérebro é mais frequente em mulheres

Levantamento foi realizado entre 2010 e 2012 pelo Iamspe.

Estudo indica que câncer no cérebro é mais frequente em mulheres
Os meningiomas, tumores das meninges, foram os cânceres cerebrais primários mais encontrados

Um estudo realizado pelo Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) indica a predominância de cânceres cerebrais em mulheres. O levantamento foi realizado entre 2010 e 2012, com 369 pacientes do Serviço de Neurocirurgia do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE).

“Neste estudo, as mulheres tiveram maior presença nos principais tipos histológicos. Nos casos de tumores no SNC (sistema nervoso central), a representatividade foi de 54%; entre os tumores da hipófise foi de 53% e entre as metástases cerebrais foi de 65%”, informa José Marcus Rotta, neurocirurgião e diretor do Serviço de Neurocirurgia do HSPE.

Os meningiomas, tumores das meninges, foram os cânceres cerebrais primários mais encontrados. Eles ocorrem principalmente em pacientes entre 40 e 70 anos e são comuns no sexo feminino, com taxa de incidência 2,3 vezes maior em mulheres do que em homens.

Esses tumores localizam-se preferencialmente na convexidade cerebral, foice cerebral, tenda cerebelar, goteiras olfatórias e asa menor do osso esfenóide. A maioria dos meningiomas é considerada benigna (92,8%), somente 2,2% são considerados atípicos e 5% são considerados malignos.

“A exposição à radiação ionizante, fatores hormonais, polimorfismos genéticos, diabetes, tabagismo, hipertensão, epilepsia e atopia são considerados fatores de risco”, destaca Rotta.

Os gliomas foram o segundo tipo histológico mais encontrado. Novamente o estudo mostrou predomínio de glioblastomas em mulheres. Esse é um tumor cuja frequência aumenta com a idade. Maligno, de grau IV, seu caráter infiltrativo e de recrescimento torna difícil o seu tratamento, com baixas taxas de sobrevida (2,2% dos pacientes sobrevivem por mais de três anos após o diagnóstico).

Cada tipo de tumor localizado no SNC, seja ele primário ou metastático, tem a sua própria biologia, tratamento, prognóstico e suscetibilidade a diferentes fatores de risco.

E tumores considerados benignos podem ser letais por causa de sua localização no cérebro, sua capacidade de se infiltrar localmente e sua tendência à malignização, o que torna a classificação de tumores cerebrais uma ciência difícil e cria problemas na descrição epidemiológica dessa patologia.

A cirurgia visa restabelecer o quadro funcional dos pacientes, com melhora dos sintomas neurológicos e confirmação diagnóstica, promover paliação imediata e controle da doença.

“Porém, apesar de o tratamento cirúrgico, seguido de radioterapia, ter se mostrado superior em relação à sobrevida e recidiva local, comparativamente com a radioterapia isolada, há tendência crescente de realização da radiocirurgia nas lesões próximas a áreas eloquentes”, finaliza o especialista. 

Comentários