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Publicado: Terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Salto encaminha relatório sobre o Tietê ao MP e Governo

Quase 80 toneladas de resíduos foram retirados do rio.

Crédito: Divulgação/AI Salto Salto encaminha relatório sobre o Tietê ao MP e Governo
40 toneladas de peixes mortos foram retiradas do Córrego do Ajudante

A Prefeitura da Estância Turística de Salto está finalizando um relatório sobre problemas relativos à poluição do Rio Tietê, entre os quais a mortandade de 40 toneladas de peixes na última semana. O documento será entregue ao Ministério Público (MP) Estadual e a órgãos do Governo do Estado.

“No final do mês de julho, aproveitando a estiagem, realizamos um trabalho de limpeza das margens do Rio Tietê e retiramos 14 toneladas de resíduos”, explica Juvenil Cirelli, prefeito de Salto. “Agora acabamos de recolher 40 toneladas de peixes que morreram num afluente fugindo da poluição do rio”, completa.

Segundo Juvenil, o município já tem os Planos Municipais de Resíduos Sólidos e Saneamento, faz a coleta seletiva e trata 100% do esgoto coletado. “Mas até o momento só temos sido penalizados pela falta de cuidado de terceiros”, lamenta juvenil. “Somos uma Estância Turística, temos no Rio Tietê um importante atrativo turístico e eu tenho defendido que precisamos tratá-lo com mais respeito”, completa.

No último final de semana, através da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, 40 toneladas de peixes mortos foram retiradas do Córrego do Ajudante, próximo ao Rio Tietê, em Salto. Os peixes foram parar no afluente, fugidos do rio, que no dia 27/11 ficou com a água preta, segundo nota da CETESB à imprensa, por resíduos do solo de afluentes que teriam sido carregados pela chuva.

“As chuvas elevaram o nível da água no Córrego do Ajudante, que acabou servindo como uma opção de fuga para esses peixes”, explica o Secretário Municipal de Meio Ambiente, João De Conti Neto. “Porém, cessadas as chuvas, o Córrego voltou ao nível normal e antes que pudéssemos realizar uma ação de resgate dos peixes eles começaram a morrer”, explica.

Uma máquina de esteira com um braço de 16 metros teve que ser alugada pela Prefeitura para a ação de limpeza do córrego. Outras duas retroescavadeiras e três caminhões da Prefeitura foram envolvidos na ação iniciada às 7 horas do sábado e finalizada na tarde de 1 de dezembro. “Tivemos que retirar os peixes das margens do córrego para dentro da água e conduzi-los até um ponto possível de acesso pelo o maquinário”, explica o Secretário.

Juvenil Cirelli afirma que, mais do que qualquer indenização ao Município pelas despesas que teve que realizar para solucionar o problema, a expectativa é despertar o Governo do Estado e os municípios da região para a necessidade de despoluição do Rio. “O Tietê é um dos principais atrativos turísticos de Salto e, despoluído, pode nos proporcionar um potencial de desenvolvimento incomparável”, conclui Juvenil.

A ação de retirada de resíduos das margens do Tietê durante os meses de julho e agosto envolveu treinamento específico à equipe de limpeza, que necessitou o uso de rapel. Nesse período também houve a mobilização de estudantes que deram um abraço simbólico no rio pedindo sua despoluição, assim como o tema foi debatido em reunião da Associação das Prefeituras das Cidades Estâncias do Estado de São Paulo (Aprecesp).

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