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Publicado: Sexta-feira, 25 de julho de 2014

Retiradas 2,6 toneladas de lixo do Rio Tietê em Salto

Baixo nível de água contribuiu para a limpeza.

Crédito: Prefeitura de Salto Retiradas 2,6 toneladas de lixo do Rio Tietê em Salto
Equipe de limpeza realiza reconhecimento do local para iniciar os trabalhos de retirada do lixo

A Prefeitura de Salto, por intermédio de uma ação da Secretaria do Meio Ambiente, está limpando as margens do Rio Tietê no salto, principal atração turística do município. Até o final da tarde de quarta-feira, dia 23 de julho, a equipe de limpeza da empresa Corpus, responsável pela limpeza urbana do município, retirou do leito do rio 2,67 toneladas de lixo.

O material, proveniente das cidades que margeiam o Tietê antes de chegar a Salto, estava localizado, principalmente, na lateral esquerda da Ilha dos Amores e em baixo da Ponte Pênsil, onde existe um canal que acaba represando todo o tipo de resíduo trazido pelo rio. Para o prefeito Juvenil Cirelli, o principal objetivo da ação é chamar a atenção da opinião pública para a necessidade de despoluição do Rio Tietê.

“Nós que somos acostumados a venerar a queda d’água, sabemos bem dos reflexos negativos da falta de políticas sérias para coleta e destinação de resíduos sólidos, assim como de um trabalho de conscientização das comunidades ribeirinhas”, observou. “A limpeza que realizamos nesses dois dias e vamos continuar na próxima semana é simbólica e deve servir de alerta para a necessidade de integração entre o Poder Público e a Sociedade Civil Organizada”, disse.

A questão vem sendo defendida pela Prefeitura também em fóruns regionais como na Associação das Prefeituras das Cidades Estâncias do Estado de São Paulo (APRECESP) e no Consórcio Intermunicipal Hidrovia Tietê Paraná. Para Juvenil, a despoluição do Rio Tietê deve ser uma bandeira turística das Estâncias.

A ação

O serviço de limpeza começou no dia 18 de julho, no trecho da Ilha dos Amores, espaço que é utilizado como um mirante, de onde foram retiradas 1,2 tonelada de resíduos. Os trabalhadores atuaram por oito horas e utilizaram luvas e máscaras de proteção.

Já para garantir a segurança dos trabalhadores na ação de limpeza sob a Ponte Pênsil, que é um local de difícil acesso, toda a equipe realizou um treinamento de Rapel (atividade que utiliza cordas para a descida de paredões), com o apoio da empresa Salto Adventure, especializada em esportes radicais.

No primeiro dia de treinamento, os trabalhadores desceram uma altura de aproximadamente quatro metros. No segundo dia o desafio aumentou e a descida foi realizada em um trecho da ferrovia que passa por Salto, com 27 metros de altura.

Instruídos e treinados, todos os funcionários da limpeza colocaram em prática o que aprenderam nas manhãs de 22 e 23 de julho e desceram até o canal sob a Ponte Pênsil, passando por pedras e realizando a primeira parte da remoção da sujeira. Somente no início dessa ação foi retirada 1,47 tonelada.

A ação foi toda acompanhada por homens do Corpo de Bombeiros de Salto e pelos profissionais da empresa de esportes radicais. Já a supervisão do trabalho foi feita pessoalmente pelo prefeito Juvenil e pelo Secretário Municipal do Meio Ambiente, João De Conti Neto.

Próximos passos

Com base na previsão de chuvas pela meteorologia a Prefeitura determinou que o serviço fosse interrompido na quinta e sexta-feira (dias 24 e 25 de julho). “Como em todo o trecho existem muitas pedras, as mesmas acabam ficando escorregadias e o risco de queda é bastante grande”, explica João De Conti Neto.

Segundo o secretário, os trabalhos serão retomados na segunda-feira, dia 28 de julho, e, respeitando a previsão de chuvas, seguem até que todo o lixo seja retirado. Como ainda não se tem uma dimensão da profundidade do local onde está depositado o lixo, a Prefeitura não possui uma estimativa de quantos dias serão necessários para a limpeza total. Todo o resíduo está sendo retirado do Rio Tietê em grandes sacos e transportados de caminhão até o aterro sanitário.

Seca do Tietê auxiliou na limpeza

O secretário João De Conti Neto explica que a diminuição do volume de água do rio possibilitou que a limpeza fosse realizada. Segundo ele, a equipe local sempre executa um monitoramento do rio, e em uma dessas ações, percebeu que a seca fez com que o lixo ficasse mais exposto, o que deixou a aparência da cachoeira ruim. “Vendo tudo isso a gente estudou durante duas semanas como poderíamos retirar essa sujeira do rio sem danificar a paisagem e sem oferecer risco a equipe”, relata.

Para o secretário, como Salto é uma cidade onde 100% da coleta de lixo é mecanizada, 90% do município possui coleta seletiva e tem tratamento de esgoto, a população e a Administração local acabam evitando que o rio seja poluído, porém, a ação das cidades por onde o Tietê passa antes de chegar a Salto acaba incomodando.

“Além de a gente já fazer um trabalho para evitar que os nossos poluentes não sejam despejados no Rio Tietê, nós acabamos tendo que fazer um trabalho que não é nosso, pois todo cidadão saltense ou turista que visita a nossa cidade se sente incomodado ao ver esse lixo no rio”, ressalta.

Ao citar que o trabalho feito por Salto mostra que todas as outras cidades por onde o Rio Tietê passa também podem trabalhar para a sua limpeza, o secretário destaca a questão histórica desse fato. “Essa semana de trabalho e a próxima serão históricas para Salto, pois a gente conseguiu limpar dois trechos do Rio Tietê onde o lixo se acumula há 10, 20 anos”, disse João De Conti Neto. 

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