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Publicado: Quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Projeto Vidart completa 10 anos e prepara apresentação especial

Espetáculo de arte circense tem entrada gratuita.

Projeto Vidart completa 10 anos e prepara apresentação especial
Alunos do Vidart durante apresentação

Com saltos, cores, música, alegria e acrobacias. É assim que cerca de 750 alunos da Rede Municipal de Indaiatuba desenvolvem habilidades artísticas com o projeto de arte circense Vidart. Este ano a Secretaria Municipal de Educação comemora os 10 anos do projeto e para consagrar a data especial haverá apresentações nos dias 12 e 13 de novembro, às 19h30, no Centro Integrado de Apoio a Educação de Indaiatuba (Ciaei) com o espetáculo “10 Anos de Vidart”.

Nos dias 19 e 20 de novembro, os espetáculos foram marcados para às 19 horas com “As Aventuras no Fundo do Mar” também no Ciaei. As apresentações têm entrada gratuita.

Na ponta da história do Vidart está o sonho de um casal de professores, Jader Ferreira de Moraes e Fernanda Vignoto Scicia de Moraes. Eles elaboram o projeto de arte circense e o implantaram em 2004 na Emeb ‘Profª Eliazabeth de Lourdes Cardeal Sigrist’ no Jardim Morada do Sol. Mas antes de chegar ao Vidart, Jader iniciou sua história de acrobacias ainda criança. “Minha vida esportiva começou aos 9 anos de idade com a Ginástica Olímpica e fui evoluindo. Na fase adulta comecei a treinar na equipe de Campinas e foi lá que sofri uma grave lesão no joelho e fiquei em uma luta para continuar na área. Foi então que comecei com o trabalho de recreação e me liguei ao trabalho artístico me especializando no assunto”, explica Jader. “Quando conheci minha esposa [Fernanda de Moraes] ajudava em um projeto de música para as crianças da Emeb Elizabeth Sigrist, com coreografias e malabares. Foi então que nos unimos como casal e ela me motivou a desenvolver um projeto somente de circo. A Fernanda ficou com a parte pedagógica do projeto e eu com a parte prática. Tudo iniciou em agosto de 2004”, relata Jader.

Inicialmente os alunos escolhidos para o projeto eram dos 4º e 5º anos que apresentavam dificuldades de comportamento em sala de aula, como: déficit de atenção e dificuldades motoras. Para permanecer no projeto era preciso apresentar bons resultados em classe. E como todo começo é difícil com o Vidart não foi diferente. “Trabalhava na época com praticamente uma mochila. Tinha bolinhas de tênis, uma perna de pau e um monociclo. Assim iniciei ensinando a parte primaria acrobática e foi dessa forma que o Vidart começou. Atendíamos 30 alunos por período sempre buscando aqueles com mais dificuldades sociais, indicações dos professores e alguns com baixa alta estima”, relembra o professor.

Em 2005 a proposta do projeto foi ganhando forma e a intenção era atender 20% da massa escolar. “Naquele ano o Vidart passou a fazer parte da Rede Municipal de Ensino incluindo o projeto no currículo escolar. A primeira atividade de encerramento de ano foi a ‘circo-olimpíadas’, onde os alunos faziam competições de bamboleado; perna de pau; corda jogando bolinhas de malabares; voltas com monociclo; corrida de tambor e corrida de rolo”, diz Jader.

Em 2006 os alunos do Vidart já estavam prontos para o primeiro espetáculo, com tema ‘O Circo Novo’ a história falava sobre uma garota que morava em um orfanato e queria sair dali, pois a governanta da casa era uma pessoa má. Em um dos sonhos ela consegue sair do orfanato e chegar ao Circo Novo. No retorno da fantasia a garota se torna uma pessoa mais feliz e consegue transformar o mau em bom. “Com a chegada dos espetáculos, começamos a ganhar apoio da comunidade, os pais e familiares ajudavam na produção das fantasias e senários. Muitos davam ideias para as apresentações e apoiavam o desenvolvimento artístico dos filhos. Mas em contraponto também tinham familiares que não apoiavam o projeto e esse foi o grande desafio, mostrar para a comunidade que o Vidart, além de ser um projeto artístico, oferecia um ganho pedagógico e esportivo”, explana Jader de Moraes.

No ano seguinte os alunos do projeto apresentaram no final no ano, como encerramento das atividades, o espetáculo Saltimbanco. A essa altura o Vidart já alcançava cerca de 300 alunos. “Em 2007 trabalhei a questão da história do circo; como os artistas se encontravam e se apresentavam nas ruas. Em 2008 fizemos o espetáculo Vida que falava sobre as mudanças climáticas. Naquele ano expandimos o Vidart para a Emeb ‘Profª Renata Guimarães Brandão Anadão’ de Período Integral”, esclarece Jader e continua. “Em 2009 finalmente chegamos ao ápice das apresentações com o grande espetáculo África Mágica”.

Aquele evento reuniu palhaços, malabares, acrobacias sobre andaimes, dança, trapézio, jump, tecido, barras de equilíbrio, pista acrobática, contorcionismo, monociclo, aro, roda de equilíbrio e pernas de pau em uma história envolvente. A aventura na África foi em torno do menino Kimbá, que brincando na floresta encontrou uma máscara com a cara de uma girafa. Mas, ele não sabia que há milhares de anos essa máscara, que pertencia ao Rei da tribo Zulú, havia sido perdida após um ataque da Mama África no qual destruiu toda a tribo. Ao colocar a máscara em seu rosto, Kimbá viajava no tempo e encontra Zazú, um macaco feiticeiro que protegeu Kimbá na tribo de seus antepassados e o coroou como Rei. A coreografia foi de Jader Morais, Ednaldo Brasil, Jimena Zoppi, José Felipe Melussi, Fernando de Lima e Mônica Angelucci.

Em 2010 o espetáculo foi “O vale Encantado da Terra do Nunca” e o último ano de participação do professor Jader teve como tema “O Pequeno Príncipe” em 2011. A escolha do tópico aconteceu pela oportunidade de aproximar ao máximo a atividade pedagógica da atividade circense por meio de uma clássica obra literária. O livro ‘Pequeno Príncipe’ aborda temas que são atuais como: a busca pelo conhecimento, a valorização do ser e os valores morais da construção do ser humano, o que o tornou um tema educativo. “Todas as histórias que eu desenvolvi tinham relação com o que eu sentia, sempre desejei ser pai e as histórias refletiam a busca por uma criança. O espetáculo do Pequeno Príncipe foi quando minha esposa ficou grávida e materializou a espera do meu pequeno príncipe. Esse foi meu último show”, revela Jader e continua. “Fico feliz em ver o Vidart do tamanho que está. Ainda colho frutos deste projeto e não pude continuar, pois atualmente tenho uma empresa a qual toma muito tempo. Minha maior alegria foram os alunos, pois erámos uma família. Ainda passo pela comunidade e recebo um carinho enorme de todos”, salienta.

Após a saída do professor Jader de Moraes, a Secretaria de Educação continuou com o Vidart e apresentou em 2012 os espetáculos “Sítio do Pica Pau Amarelo” e “Brincando no Picadeiro”, as apresentações foram divididas por escola. Em 2013 os espetáculos foram &ld

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