Cães e gatos de rua vão contar com "Samu animal" em Campinas
Serviço deverá iniciar funcionamento em novembro.
Jéssica FerrariOs cerca de 20 mil cães e gatos de rua de Campinas contarão, a partir de novembro, com um “Samu animal”. O serviço terá uma ambulância medicamente equipada para o transporte de bichos feridos por atropelamento ou maus tratos físicos e mesmo os que se apresentarem gravemente debilitados por doenças. A analogia com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, usada para pacientes humanos, é válida porque o atendimento animal cumprirá o mesmo procedimento de resgate e transporte que evita que os transportados sofram traumas adicionais, podendo até perder movimentos corporais caso não sejam corretamente imobilizados durante o socorro.
O serviço para animais de rua será oferecido pelo Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal (DPBEA), da Secretaria Municipal do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, e será prestado pela empresa Ricardo de Almeida Souza, de Mairinque (SP). Vencedora da licitação, a empresa é a mesma que já opera o sistema de “castramóvel” na cidade.
O “Samu animal” atenderá exclusivamente animais de rua, não podendo ser acionado por donos e tutores de pets que vivem abrigados em residências e entidades protetoras. A ambulância ficará de prontidão no pátio do Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal, à disposição 24 horas por dia.
A ambulância terá dois socorristas, maca para remoção, tubo de oxigênio e os demais dispositivos para pronto atendimento. O veículo fará os resgates a mando do departamento.
A estimativa de que Campinas possui perto de 20 mil cães e gatos de rua é baseada em parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS). Traçados para o estabelecimento de políticas sanitárias, os números apontam que a cidade, pelo seu porte populacional humano, deve possuir ao menos 150 mil cães e gatos, ou seja, um para cada 15 habitantes; desse total, cerca de 20 mil são animais errantes.
O departamento já resgata animais em situação de risco e os leva para recuperação no Canil Municipal, onde permanecem disponíveis para adoção. A diferença agora é que essa prática será cercada de cuidados médicos mais intensos.
Segundo o diretor do departamento, o médico-veterinário Paulo Anselmo Nunes Felippe, “só de atropelamentos graves, recebemos uma média de três pedidos de resgate por semana. E se o resgate não for feito de forma adequada, há sempre o risco de um trauma adicional: uma possível sequela permanente”.