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Publicado: Terça-feira, 24 de abril de 2012

Alimentação dos animais do Museu de História Natural exige cuidados

Conheça os procedimentos realizados pelos biólogos!

Alimentação dos animais do Museu de História Natural exige cuidados
O Museu tem mais de duas mil peças representantes dos ecossistemas brasileiros da Mata Atlântica, da floresta Amazônica, do Cerrado, do Pantanal Matogrossense e litoral paulista

A hora da alimentação dos animais que vivem no complexo do Museu de História Natural, no Bosque dos Jequitibás, exige cuidados especiais dos biólogos. A cada vinte dias as serpentes recebem alimentos, já os peixes e outros animais são alimentados diariamente. A ação torna-se um desafio para os profissionais, pois além da atenção com o ambiente do bicho é preciso estar atento as características de cada um.

No aquário, cada peixe possui uma dieta específica para sua espécie que varia entre ração, pedaços de peixes congelados, peixes vivos, artêmia (crustáceo) e folhas verdes. O tamanho das porções é de acordo com cada espécie e porte. Os peixes são alimentados uma vez por dia, com alimentos preparados pelos biólogos, na cozinha do aquário. Os peixes congelados são fatiados e separados em porções, assim como a ração, a artêmia e as folhas verdes. Os peixes vivos ficam em um aquário separado.

Já o sapo é alimentado com baratas e ratos recém nascidos; e as aranhas com baratas - todos criados no biotério do complexo. A dieta da iguana, por sua vez, é composta por folhas verdes e a do bicho pau, de folhas de goiabeira.

As serpentes, que ficam na “Casa dos Animais Interessantes”, são alimentadas a cada vinte dias, com ratos criados no biotério. Da mesma forma que os peixes, a porção varia de um a dois camundongos ou ratos, de acordo com o tamanho de cada serpente. Mas, diferentemente dos peixes, as serpentes precisam caçar sua presa. Elas possuem um órgão chamado fosseta loreal que lhes permite identificar a variação de temperatura para localizar com exatidão suas presas.

A diferença na alimentação das serpentes está entre as peçonhentas e as não peçonhentas. As primeiras picam o rato e esperam até que ele morra para então comê-lo, o que leva cerca de 50 segundos. Já as não peçonhentas se enrolam na presa e matando-a por estrangulamento. As que se diferenciam do grupo são a Caiçaca (espécie de Jararaca) e a Cascavel: ambas possuem comportamento mais agressivo, engolindo a presa assim que a picam.

O casal de jibóias, embora vivam juntos num mesmo ambiente – exclusividade no Bosque - têm de ser separados na hora da alimentação, pois caçam a presa, matam e a comem. O motivo da separação? “Deixá-las juntas na hora da alimentação pode causar briga”, diz a bióloga do complexo, Denise Polydoro.

Além dessa separação, os responsáveis pela alimentação das serpentes têm de tomar outro cuidado com as ferozes jibóias. O serviço de alimentação exige duas pessoas: uma só para abrir espaço e outra para colocar o rato, o camundongo ou o pintinho ao alcance delas.

Apesar de complicada, a rotina alimentar dos bichos do complexo é bastante importante para que os animais tenham um vida normal. Por isso a alimentação das serpentes é feita com determinada periodicidade, enquanto que a dos peixes é sempre no mesmo horário, quando não há visitantes. “As visitas podem distrair e estressar o animal, o que causa desequilíbrio no metabolismo deles” conta a bióloga Denise Polydoro.

Padronizando a alimentação, cuidando quando os animais sofrem algum problema e mantendo o ambiente adequado, os Animais Interessantes do Museu de História Natural do Bosque têm a garantia de que terão uma vida normal, mesmo fora da natureza.

O Museu

O Museu de História Natural localiza-se no Bosque dos Jequitibás, em Campinas, no interior do estado de São Paulo, Brasil. Foi inaugurado em 20 de maio de 1939, e é uma instituição tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico (CONDEPHAAT, em 1970) e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (CONDEPACC, em 1991), com a finalidade de difundir conhecimentos sobre a fauna e flora, promovendo sua conservação e desenvolvendo programas de Educação Ambiental e Biologia para crianças, professores e público em geral.

O Museu tem mais de duas mil peças representantes dos ecossistemas brasileiros da Mata Atlântica, da floresta Amazônica, do Cerrado, do Pantanal Matogrossense e litoral paulista, incluindo mamíferos, aves, répteis, peixes, insetos e outros invertebrados e, oferecendo, em exposição aberta ao público, mais do que 300 destas espécies. O museu também inclui em exposição uma diversidade de animais, botânica, Teratogênese, Taxidermia, fósseis, minerais e mais.

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