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Publicado: Quarta-feira, 27 de abril de 2016

Adolescentes realizam oficina lambe-lambe no Creas de Porto Feliz

Coordenação foi do repórter-fotográfico Flávio Torres.

Adolescentes realizam oficina lambe-lambe no Creas de Porto Feliz
Adolescentes durante a oficina

Nos dias 11 e 18 de abril, ocorreu no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Porto Feliz, uma oficina de lambe-lambe com os adolescente que cumprem medida socioeducativa.

A oficina foi coordenada pelo repórter-fotográfico Flávio Torres, a partir de um projeto iniciado em novembro de 2015 para os adolescentes do Creas, em parceria com a socióloga Karen Polaz, onde foram realizadas oficinas de fotografia e encontros temáticos como sexualidade e gênero.

As oficinas fazem parte do trabalho socioeducativo desenvolvido pela equipe técnica do Creas, que busca por meio de atividades pedagógicas e lúdicas, abordar temas importantes e necessário na vida dos jovens acompanhados pelo serviço.

O encerramento do projeto ocorreu com a oficina de lambe-lambe, como forma de materializar o trabalho fotográfico realizado pelos adolescentes, sob orientação do fotógrafo Flavio Torres. A oficina teve como objetivo, apresentar aos jovens a técnica dessa arte de rua muito utilizada e respeitada por diversos artistas pelo mundo.

O lambe-lambe é forma de expressão com o meio urbano, o que a difere da propaganda, é sua mensagem espalhada no espaço público. Apesar da arte ter sido trabalhada em um espaço privado, residencial, as imagens registradas revelam o universo e territorialidade desses jovens, que responderam de maneira muito positiva, dedicando participação e colaboração autônoma no desenvolvimento da oficina.

Segundo Flávio Torres, “o aprender a observar e fotografar, interagir com as pessoas, com as ruas, faz com que o resultado seja positivamente impactante. O resgate da auto estima dos adolescentes e o fascínio pela fotografia impressa são os principais objetivos alcançados pela oficina.”

O serviço de medida socioeducativa do Creas conta com uma equipe interdisciplinar, formado por psicólogo e assistente social para o atendimento e acompanhamento semanal dos adolescentes e suas famílias. Oficinas como esta proporcionam espaço de acolhida e interação entre os jovens, na utilização de temas e conteúdos que atendam a realidade desses jovens em desenvolvimento, que necessitam cada vez mais de escuta, respeito e oportunidade na vida, para além do julgamento e métodos meramente repressivos e punitivos.

Segundo Michele Franco, Assistente Social no Creas de Porto Feliz, "estar neste local cumprindo a medida adequadamente, é garantir ao adolescente sua responsabilização perante a sociedade do ato praticado, além de proporcionar ao jovem, reflexão, restauração do dano causado e reconstrução dos laços afetivos e protetivos em sua vida. A sociedade precisa conhecer o trabalho que é realizado com os jovens infratores do seu município, precisamos despertar mudanças de paradigma no atendimento. A intervenção precisa ser rápida diante o ato praticado, atualmente o adolescente chega para o cumprimento de sua medida de 1 a 2 anos depois do ato infracional (de acordo com a gravidade do ato), como se trabalha o processo reflexivo e de responsabilização assim?”, questiona a assistente social.

O adolescente quando comete ato infracional precisa de intervenção e acolhida o mais rápido possível, tanto pela família como pela sociedade. “Enquanto o jovem continuar excluído das instituições na sociedade, sua inserção no universo infracional e danos causados pelas drogas se tornarão cada vez mais intensos em sua vida, são desafios e estão colocados para todos nós”, concluiu Michele Franco.

Serviço:

A exposição da arte de lambe-lambe produzida pelos adolescentes do CREAS sob coordenação do fotógrafo Flávio Torres, está disponível para o público no prédio da unidade, localizada na Rua Barão do Rio Branco, 138 – que funciona de segunda à sexta-feira das 08h às 15h.

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