Cultura

Publicado: Quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Prudente de Morais, o presidente do Brasil

Prudente de Morais, o presidente do Brasil
Prudente tornou-se o primeiro presidente a ser eleito diretamente e o primeiro presidente civil
Formação e início da carreira
Prudente José de Morais Barros nasceu em Itu, no dia 4 de outubro de 1841. Com menos de três anos perdeu o pai, um comerciante de animais, assassinado por um escravo. Graduou-se em direito na Faculdade de Direito de São Paulo em 1863 e, no mesmo ano, transferiu-se para Piracicaba, onde exerceu advocacia durante dois anos, até começar sua carreira de político.
 
No Império, pertenceu primeiro ao Partido Liberal, monarquista. Foi Eleito vereador em 1865, presidindo a Câmara Municipal. Em 1870, transferiu-se para o Partido Republicano Paulista (PRP), declarando-se republicano, tendência que representou na Assembléia Provincial. Foi deputado provincial em São Paulo e deputado à Assembléia Geral do Império, defendendo, além da forma republicana de governo, o abolicionismo.
 
Início da república
Proclamada a república, foi nomeado por Deodoro da Fonseca chefe da junta que governou São Paulo de 1889 a 1890. Elegeu-se em seguida senador, chegando a ser vice-presidente do Senado, e presidente da Assembléia Constituinte em 1890 e 1891.
 
Elaborada a Constituição, disputou com Deodoro da Fonseca a presidência da república. Após a derrota para Deodoro, eleito indiretamente com 129 votos contra 97, Prudente de Morais presidiu o Senado até o fim do mandato.
 
A Presidência
Na disputa pela sucessão de Floriano Peixoto - que chegara à presidência devido ao golpe de 23 de novembro de 1891 - candidatou-se pelo Partido Republicano Federal (PRF). Venceu as eleições presidenciais de 1894 e tomou posse no dia 15 de novembro daquele ano, tornando-se o primeiro presidente a ser eleito diretamente e o primeiro presidente civil. A sua eleição marcou a chegada ao poder da oligarquia cafeeira paulista em substituição aos setores militares.
 
O governo de Prudente de Morais foi marcado por turbulências políticas, na tentativa de pacificar dois lados antagônicos: os defensores do governo militar e os simpatizantes da monarquia. Uma das primeiras questões que o presidente teve que resolver foi a da Revolução Federalista no Rio Grande do Sul, assinando a paz com os rebeldes.

Em 1896, enfrentou a questão diplomática envolvendo os ingleses, que acharam por bem tomar posse da Ilha da Trindade sem nenhum motivo. Depois de muitos contra tempos, finalmente a questão foi resolvida de forma favorável ao Brasil.
 
Outro grave problema que ocorreu em seu governo foi a Guerra de Canudos. No sertão baiano, surgiu uma revolta de caráter sócio-religioso que contagiava cada vez mais pessoas. Liderados por Antônio Vicente Mendes Maciel, mais conhecido como Antônio Conselheiro, os sertanejos protestavam contra os valores dos impostos e as péssimas condições que viviam. O Governo Federal organizou um grande exército e acabou com o movimento.

As divergências internas no PRF e a Guerra de Canudos desgastam o governo. Mesmo com a vitória das tropas do governo na guerra, os ânimos não se acalmaram. Em 5 de novembro de 1897, durante uma cerimônia militar, Prudente sofreu um atentado contra a sua vida; escapou ileso, mas o marechal Carlos Machado Bittencourt, Ministro da Guerra, foi ferido em seu lugar e faleceu.

As dificuldades econômicas provocadas, principalmente, pela política do encilhamento obrigaram o Governo a fazer novos empréstimos, aumentando grandemente a dívida externa.
 
Prudente de Morais deixou a presidência em 15 de novembro de 1898, quando passou o cargo a Campos Salles e retirou-se para Piracicaba, onde exerceria a
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