Educação

Publicado: Sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Volta às aulas: cuidado com o peso das mochilas

Saiba como as mochilas podem prejudicar sua saúde!

Reportagem especial -  por Camila Bertolazzi, Deborah Dubner e Lilian Sartório

Com a volta às aulas, a preocupação aumenta e os pais se perguntam qual é o peso ideal para a mochila dos filhos. Pensando nisso, a equipe do Itu.com.br fez uma reportagem de campo, conversando com pais, estudantes, educadores e especialistas, além de diversas leituras sobre o assunto, para informar você, nosso amigo-leitor, sobre os reais problemas dessa atitude.

O resultado deste trabalho, apesar de parecer óbvio, ilumina uma questão que é parte integrante da vida escolar, e não adianta negar: existe uma estreita relação entre o excesso de peso na mochila com alterações e dores na coluna e alterações no caminhar. Mais que isso: o peso que muitas crianças carregam traz patologias que com o passar dos anos tornam-se difíceis de tratar. Em alguns casos, as mochilas pesadas podem até mesmo lesionar as placas de crescimento dos ossos e, no caso das crianças, fazer com que os pequenos deixem de crescer.

Os Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que 85% das pessoas têm, tiveram ou terão um dia dores nas costas provocadas por problemas de coluna. Mas poucas pessoas sabem que essa dor pode estar relacionada ao peso da mochila que a pessoa usou na época da escola.

O excesso de peso nas mochilas é um problema grave que, além de dores nas costas, tem consequências irreversíveis no longo prazo para crianças, como escoliose idiopática infantil, que mesmo sendo congênita pode ser agravada por estes maus hábitos, além de cifose, hiperlordose da coluna lombar, da artrose precoce e má postura. Saiba os principais doenças da coluna vertebral e veja dicas para prevenir problemas de coluna.
 
O Ministério da Saúde recomenda que o peso da mochila não ultrapasse em mais de 10% o peso da criança, ou seja, uma pessoa de 30 quilos não pode carregar mais do que três quilos de material. Infelizmente, não é essa a realidade observada entre os alunos da rede pública e particular.

Um estudo feito nos Estados Unidos mostrou que as crianças chegam a carregar mochilas que pesam 30% a 40% do seu peso corporal. O problema vem se agravando tanto, que até a Indústria também está se adaptando e tomando medidas a fim de deixar os materiais mais leves. Algumas editoras, por exemplo, passaram a fabricar livros com a capa mole, menos pesados

Um estudo realizado na Faculdade de Medicina da USP, pela fisioterapeuta Susi Mary de Souza Fernandes, mostra que a orientação de pais, professores e das próprias crianças é o melhor caminho para corrigir a postura dos escolares e evitar que eles sofram, mais tarde, com dores na coluna.
 
Mesmo os pais que têm consciência sobre esse problema, muitas vezes se sentem impotentes para resolvê-lo, na correria do dia a dia escolar. É comum ouvir pais preocupados ou queixas de crianças, mas na prática, pouco se faz. O peso das mochilas continua sendo um peso na rotina.

Em todas as escolas de Itu por nós pesquisadas, existe a preocupação com este assunto. Algumas possuem armários, outras orientam com listas e acompanhamento. No entanto, isso parece não ser suficiente. Afinal, a quantidade de livros, cadernos e acessórios que os estudantes levam e trazem todos os dias costuma transbordar os parâmetros minimamente aceitáveis.

O que fazer? Seguem algumas dicas importantes que podem ajudar. Esperamos com esta reportagem ampliar a consciência sobre este problema, para que pais, educadores e alunos fiquem atentos e deem a devida consideração que esse assunto merece. Consciência é apenas o primeiro passo. Depois disso, ATITUDE!
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