Cotidiano

Publicado: Quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Vídeo monitoramento começa a funcionar no início de fevereiro em Itu

Sistema visa trazer mais segurança aos moradores da cidade.

Crédito: André Roedel/Itu.com.br Vídeo monitoramento começa a funcionar no início de fevereiro em Itu
Câmera de vigilância 360º foi instalada na Praça Padre Miguel (Matriz), um dos principais cartões-postais de Itu

Por André Roedel

O sistema de vídeo monitoramento começa a funcionar no dia 4 de fevereiro em Itu. As 24 câmeras instaladas em pontos estratégicos da cidade visam trazer mais segurança aos ituanos. “O sistema de vídeo monitoramento é extremamente eficaz”, afirmou o secretário municipal de Segurança, Trânsito e Transportes, coronel Marco Antonio Augusto, em entrevista ao Itu.com.br.

O projeto, que figura entre as propostas do plano de governo do prefeito Antonio Tuíze, foi iniciado na gestão anterior e saiu do papel graças a uma verba do Ministério da Justiça, que liberou R$ 582 mil. Porém esse valor só dava para 16 conjuntos de câmeras, sendo que a ideia inicial era ter 64. Após a licitação, vencida por uma empresa de Itu, houve uma economia suficiente para a instalação de mais conjuntos.

“Houve uma economia de 32%. Reduziu pra R$ 396 mil. A lei de licitação permite aditar ao contrato principal até 25%. Então nós pedimos o aditamento de R$ 93 mil. Com esse dinheiro, dava pra colocar mais quatro conjuntos completos de câmeras. De 16 passou pra 20. Sobraram mais R$ 93 mil. Com esse valor a gente fez uma nova licitação, que deu pra adquirir mais quatro conjuntos, passando para 24”, explica o secretário.

O sistema possui mais de 10 km de cabos de fibra óptica, onde podem ser acopladas novas câmeras. Algumas câmeras são fixas, outras têm rotação 360º com zoom de alta qualidade. “Nós fomos buscar o que tem de melhor e compramos os equipamentos de ponta”, disse o coronel. Ainda neste ano o vídeo monitoramento será ampliado. A ideia é chegar, no futuro, a 240 câmeras, alcançando a região do Pirapitingui.

Os 18 guardas municipais que irão operar o sistema foram treinados no Centro de Operações e Inteligência de Indaiatuba, cujo sistema irá “conversar” com o de Itu, tendo assim um auxílio mútuo entre os municípios. A central de vídeo monitoramento tem quatro telas nas quais os guardas poderão visualizar as imagens emitidas pelas 24 câmeras espalhadas pela cidade estrategicamente.

Além dos guardas que farão a vigilância, a central - que fica na sede da GCM - terá a presença de um policial militar, já que o governo municipal disponibilizou um assento para a corporação. Isso ajudará na comunicação das entidades, facilitando o deslocamento de efetivo para atender alguma ocorrência.

O software utilizado pelo sistema grava todas as imagens captadas e as arquiva em um banco de dados. Isso auxiliará a Polícia Civil ou o Ministério Público em algum caso, pois basta ao órgão solicitar à Guarda Civil Municipal as imagens para averiguação.

Menos homens na rua

Esse sistema também vai possibilitar diminuir o número de guardas nas patrulhas. “O que eu teria que colocar no terreno quatro ou cinco homens, com uma câmera de 360º eu tenho o olho vigilante que está vendo todo o entorno”, disse o secretário, que vê nisso uma vantagem. Mas a opinião de alguns moradores da cidade ouvidos pela reportagem está dividida. Alguns ainda preferem um policial no local.

“Pelo quesito de pessoalidade e coibição, acho que um GM é muito mais eficiente”, disse o advogado Henrique Rizatto. “Dependendo do crime, um policial poderia impedir ou socorrer, e nesse quesito a câmera perde. Se tivermos os dois, fica bacana”, comentou o profissional de TI David Ohio, que também vê o lado bom do sistema. “Uma imagem gravada e reproduzida é uma prova bem mais legal que o testemunho de um policial”, explica.

Outros moradores elogiaram o sistema. “Não digo que me sinto mais seguro, creio que não ainda, mas achei uma ação muito positiva e que futuramente irá inibir a ação de mal feitores, como acontece em Indaiatuba”, comenta o técnico em Administração Marcelo Sampaio. “Em caso de acidentes no local, acredito que evita o ‘achismo’ levando a conclusões mais eficientes”, afirma a estudante de Direito Carolina Ribeiro.

O secretário pondera. “Toda pessoa gostaria de ter um policial na porta da sua casa. Porém, a tecnologia possibilita que você também se sinta seguro com um sistema de vigilância”, comenta. Para ele, os avanços tecnológicos vieram para fica e ajudar Itu. “A gente vai buscar tudo que for possível de tecnologia para nossa cidade”.

Sensação de segurança

De acordo com o secretário, a função principal do sistema não é a redução da criminalidade, mas sim “a sensação do aumento da segurança das pessoas”. “Isso é natural: a pessoa verificou que existe uma câmera, ela muda o comportamento. Se ela é uma pessoa de bem, vai continuar agindo normalmente. Se é uma pessoa que está ali com outros fins, como a prática de delitos, ela vai sair daquele local”, disse.

Ainda segundo a autoridade, “o sistema de monitoramento vem para ajudar a cidade, não para prejudicar”. “Quando o sistema entrar no cotidiano das pessoas, nós vamos verificar que elas verão positivamente”, afirma Marco Antonio Augusto.

O sistema de monitoramento já é realidade em diversas grandes cidades do mundo, como Nova York. Umas das principais metrópoles norte-americanas viu a violência diminuir tendo na tecnologia uma grande aliada nisso. O uso das câmeras inclusive é defendido por especialistas de segurança, porém há ressalvas.

Segundo Paula Miraglia, diretora do Instituto Latino Americano das Nações Unidas para Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente (Ilanud), em reportagem da Folha de S. Paulo, é preciso clareza sobre as leis que cercam a gravação e o uso das imagens e a população tem que saber que está sendo filmada.

Vigilância e manifestações

Marco Antonio descarta qualquer comparação do sistema com o “Big Brother” descrito por George Orwell em sua clássica obra “1984”, onde a sociedade é constantemente vigiada e reprimida por câmeras instaladas nos televisores. Ele disse que o sistema tem como única finalidade a averiguação de ações contrárias à Lei, sem intenção de cercear o direito de ir e vir dos cidadãos.

O secretário também afirma que as câmeras não irão impedir que o povo faça manifestações, como vem acontecendo desde 2013. “A manifestação vai acontecer com câmera ou sem câmera, porque é um direito do cidadão”, disse.

Mais ações

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