Vereadores se reúnem com interventor da Águas de Itu

Crédito: Câmara de Vereadores de Itu

Uma comitiva formada pelo presidente do Legislativo ituano, Marquinhos da Funerária, e pelos vereadores Olavo Volpato, Zelito do Quiosque, Sérgio Castanheira, Jabá, Josimar, Nair Langue e Professor Feital, foi até a Águas de Itu para se reunir com o interventor da concessionária, Elso Marques, e esclarecer como está o funcionamento da empresa e, principalmente, o andamento das obras da adutora Mombaça.

Os vereadores que, de surpresa, vistoriaram a obra no último dia 21 de julho, encontraram poucos funcionários trabalhando e dizem estar surpresos com o tempo que a obra vem levando para ser finalizada. De acordo com os representantes do legislativo, a adutora não deve ficar pronta nem em seis meses, sendo que a primeira previsão seria de uma construção em apenas 100 dias.

“Vistoriamos as obras do Mombaça e do Pau D’Alho na semana passada e estamos preocupados com o ritmo que elas estão. Queremos saber a real situação”, declarou o presidente do Legislativo. Na ocasião da visita, a vereadora Nair Langue questionou se a obra estava parada desde a intervenção.

De acordo com Marques, a intervenção passa por um período de adaptação e é necessário tomar par de toda a situação jurídica, financeira e técnica da empresa para depois tomar novos rumos. Ele afirmou que a administração precisou resolver problemas internos, fazer investimento em manutenção de parte da rede que estava comprometida por falta de manutenção correta e principalmente negociar com fornecedores essenciais para o andamento do sistema.

A respeito das obras do Mombaça e do Pau D’Alho, Marques alegou que foi necessário a paralisação por um período para que pudesse ser feita uma análise técnica do projeto a fim de verificar se existiam erros no escopo ou na execução para que não comprometesse o andamento da obra. O interventor afirmou que voltou a dar andamento na obra, mas que ainda está negociando com os fornecedores de equipamentos da adutora para que estes sejam entregues e a obra possa ser concluída.

Questionado a respeito de um prazo, data ou uma perspectiva de entrega da obra, Elso Marques disse que não poderia ser dada uma data sem antes negociar com todos os fornecedores. Segundo o interventor, a real situação da empresa é que hoje não há em caixa dinheiro disponível para saldar as dívidas com todos os fornecedores de uma única vez e, portanto, é necessário estender o pagamento em diversas parcelas para garantir que eles sejam efetivamente pagos, sem comprometer o fluxo de caixa da empresa.

Com esta informação, o vereador Josimar indagou sobre possíveis empréstimos feitos pela Águas de Itu com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiamento das obras do Mombaça. Marques respondeu que não está ciente deste empréstimo, mas que ainda é necessário analisar os fluxos bancários da empresa de anos atrás que ainda não foram entregues a ele.

O interventor deixou claro que não se posicionará sobre a questão financeira e administrativa da empresa neste momento. “Eu sou o interventor e tenho prazo de 180 dias para análise da empresa. No final deste período entregarei um relatório com tudo que pude analisar da Águas de Itu. Enquanto isso, não me posicionarei a respeito da minha opinião sobre a administração da organização. Não posso falar se existe ou não este empréstimo. Só posso afirmar que não tenho caixa no momento e preciso negociar com os fornecedores”, disse.

Questionado pelos vereadores Prof. Feital e Jabá a respeito das compras dos equipamentos que, segundo a Águas de Itu e o prefeito Antonio Tuíze, já estão comprados e ainda não tinham sido entregues, Elso declarou que houve a compra, mas o que o prefeito não sabia que a concessionária não havia quitado os pagamentos dos fornecedores, que por sua vez suspenderam a entrega dos equipamentos.

Os vereadores ainda colocaram em questão o posicionamento da Agência Reguladora (AR-Itu) na crise da Águas de Itu, ou seja, se ela como órgão fiscalizador não deveriam ter alertado o Executivo sobre a real situação da concessionária. Sobre essa questão, Elso alegou que a agência veio relatando os problemas da concessionária, e que por esta analise a Prefeitura decidiu intervir.

Apesar do interventor Elso Marques atender de prontidão os vereadores e responder os seus questionamentos, os representantes saíram insatisfeitos da reunião, pois não foi deixado claro uma data para entrega das obras. “A população precisa de respostas, ninguém quer passar de novo pela humilhação que viveu ano passado com a falta de água. Precisamos de uma data para entrega das obras. A população precisa ser informada da real condição da água em Itu e de quando vamos poder contar com o Mombaça”, afirmou Marquinhos da Funerária.

Segundo o presidente do Legislativo, o interventor Elso Marques deverá comparecer em plenário da Câmara de Vereadores na segunda Sessão Ordinária, após o recesso, para esclarecer a população como está a questão da água em Itu.