Cotidiano

Publicado: Segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

O toque de um olhar

Por José Carlos Safi.

Crédito: Jéssica Ferrari/Itu.com.br O toque de um olhar
"A pausa, o silêncio, os sentimentos, as lembranças, a presença de Papai do Céu..."

Itu, 12 de março de 2028.

Sob o olhar confortável, protegido e seguro do Colégio São Luís, em frente à Igreja São Luís Gonzaga, a beleza da Primavera da Praça do Largo do Colégio (reverenciada à altura pela sensibilidade e competência de Carlos Rubens Gírio), foi o cenário para o encontro do Apóstolo da Caridade São Bento Dias Pacheco e Padre Antônio Pacheco da Silva com Fábio Luis Grizoto, bacharel em turismo.

Daí, subiriam a travessa municipal, em direção ao Largo do Carmo e atravessariam o eixo histórico através das ruas do Carmo e Direita, passeando pelas praças nos Largos da Matriz, do Bom Jesus e de São Francisco, até chegarem ao Largo da Estação e seguirem pela Rua do Matadouro; o destino seria a Capela do Senhor do Horto. Sairiam desse percurso, para visitar a Santa Casa de Itu, com sua premiada restauração; o Largo e Igreja do Patrocínio, a Igreja de Santa Rita, a Igreja de São Benedito e o paradisíaco centro gourmet, localizado no revitalizado Mercado Municipal. Às 11 horas, haveria uma histórica cerimônia de comemoração dos 220 anos da Capela do Senhor do Horto e Hospital dos Lázaros, tudo carinhosamente preparado por Ditinha Schanoski. Os convidados de honra não poderiam se atrasar. Serão recebidos por Maria Claudete Camargo e Professor João dos Santos Bispo.

Em frente à Igreja do Carmo, chama a atenção de São Bento Dias Pacheco um lindo cartaz de divulgação e convite, organizado pelo Museu da Música-Itu para a apresentação da obra “Matinas do Menino Deus”, de Padre Jesuino de Monte Carmelo, regida pelo Maestro Vinícius Gavioli, com a participação do Coral Vozes de Itu e da Orquestra Maestro Tristão Mariano, em dois concertos: um na própria Igreja do Carmo e outro no deslumbrante Teatro Municipal de Itu. Fábio aproveitou a oportunidade para tecer comentários sobre Luís Roberto de Francisco, orgulho de nossa cidade, um ituano eleito Presidente da UNESCO.

Visitaram o Jazigo do Carmo, onde se encontram os restos mortais de ícones de nossa história, resgatando a nossa identidade e promovendo ainda mais o turismo em Itu. Ficaram felizes em saber que o Largo do Patrocínio, beneficiado por projetos inteligentes de urbanização, resgatou sua merecida visibilidade.

As Palmeiras Imperiais, plantadas por Barão de Itaim, representavam uma trajetória, cujos passos iniciais já haviam sido dados pelo Caminho Peabiru, pela Missão da Maniçoba e as Monções, todos como que conspirando para que fosse esculpido na região da “Cachoeira Grande” um esplêndido eixo histórico urbano, um patrimônio arquitetônico.

Fábio, em manhã inspirada, percorreu em todos os detalhes a riqueza de nosso patrimônio material e imaterial, o barroco paulista, os museus, as igrejas, a riqueza de nossa cultura, às vezes exagerando nos pedidos de desculpas, por literalmente achar que estaria ensinando o Pai Nosso ao Vigário, principalmente quando São Bento Dias Pacheco e Padre Antônio lembraram-lhe que as primeiras missas que celebraram em Itu, foram na Igreja do Bom Jesus.

Foi criado no antigo Ituano Clube, um excelente Ponto de Cultura, com exposição permanente de telas originais de Almeida Júnior, através de parceria com a Pinacoteca do Estado de São Paulo.

Acharam interessante a ideia de que o eixo histórico ficasse fechado para o trânsito de veículos, e brindaram a programação cultural mensal, com diversas atividades, para todas as faixas etárias, tanto de dia, como também resgatando a vida noturna de nosso centro urbano. Todas as classes sociais compartilhavam o mesmo espaço, valorizando a arte, a cultura, a diversidade e a inclusão.

Fábio informou que os empresários e as instituições comprometidos com Itu adquiriram ou alugaram os casarões do centro histórico, preservando suas características, dando missão e brilho a esses estabelecimentos, e apresentavam esses espaços aos seus clientes como verdadeiros cartões-postais de suas empresas.

As calçadas estavam impecáveis, a acessibilidade presente, e uma estrutura de sanitários públicos invejável, fazendo com que várias cidades do Brasil, ligadas ao turismo, viessem conhecer.

Os estabelecimentos comerciais estavam uma graça, tudo com muito bom gosto, ambientes atraentes, boas condições de higiene, aconchegantes. Bons restaurantes, docerias, cafeterias, charmosas livrarias, floriculturas, antiquários e ateliê de conceituados artistas com preços diversificados. Os bancos e as demais empresas competiam entre si para dar mais beleza e harmonia ao nosso legado histórico.

Já não havia mais poluição sonora e visual, e São Bento Dias Pacheco ouviu com entusiasmo quando Fábio explicou o projeto que anos atrás colocou toda a fiação elétrica em plano subterrâneo.

A caminhada permitiu várias surpresas interessantes, a começar pelo exato momento em que passavam pelo coreto no Largo da Matriz, quando um grupo de cidadãos ituanos, aproveitando a presença da centenária Banda União dos Artistas, cantava o “Parabéns a você” a dois policiais que há anos faziam a segurança do local.

O bolo era de dar água na boca, e São Bento Dias Pacheco comeu apenas um pequeno pedaço, pois faltava pouco para degustarem a deliciosa guloseima que há tanto tempo esperavam. Houve outros momentos interessantes. Quando cruzavam com grupos de turistas de todas as idades, Fábio não se privava de dar ótimas sugestões para valorizar o passeio: o Parque dos Ipês, uma referência, como um dos mais belos parques do Brasil; a Estrada Parque, antiga Estrada dos Romeiros, orgulho de Itu como exemplo mundial de resgate ambiental; o Parque do Varvito, contando com um centro de pesquisas geológicas e cursos de graduação; o Parque dos Matacões, local de rara beleza, onde pode ser observada uma paisagem de curiosas formações rochosas rodeadas de mandacarus, utilizada no passado como cenários de filmes; o atraente passeio pelo Trem Republicano, o Parque Temático dos Exageros, uma justa homenagem ao humorista Simplício; o turismo rural e as Casas Bandeiristas, um patrimônio da arquitetura colonial paulista, que revitalizou antigas fazendas, onde se pode vivenciar os costumes do caipira, o funcionamento dos engenhos de cana-de-açúcar e o beneficiamento do café. Padre Antônio demonstrava um xodó maior pela Chácara do Rosário, e fez referências aos seus primeiros anos de vida nessa propriedade de sua família desde 1756.

Ao chegarem ao Largo da Estação, outra bela surpresa: as faixas de pedestre eram respeitadas. As pernas cansadas poderiam atravessar os cruzamentos em paz. Todos ouviam o apito da Maria Fumaça, chegando com muitas crianças curiosas a respeito do funcionamento das antigas máquinas a va

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