Cultura

Publicado: Segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Iniciadas as obras de reconstrução do Museu da Língua Portuguesa

Na área externa da Estação da Luz já se vê os andaimes.

Crédito: Arquivo Museu da Língua Portuguesa Iniciadas as obras de reconstrução do Museu da Língua Portuguesa
As obras serão realizadas até dezembro de 2018. Já a implantação da museografia tem início em 2018, com previsão de conclusão até março de 2019

A reconstrução do Museu da Língua Portuguesa acaba de ser iniciada, um ano após o incêndio que consumiu parte do Edifício da Estação da Luz, com a restauração das fachadas e esquadrias. As intervenções dessa etapa, com duração de doze meses, vão restabelecer a ambiência arquitetônica, com o restauro das quatro fachadas do prédio atingidas pelo incêndio, bem como a recuperação e reconstrução das esquadrias de madeira atingidas pelo incêndio. O projeto de restauração das fachadas e esquadrias foi aprovado pelos três órgãos do patrimônio histórico – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan); Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), órgão de âmbito estadual; e Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp).

Em paralelo à restauração das fachadas e esquadrias, já estão em desenvolvimento o projeto da estrutura da cobertura, de climatização, elétrica, hidráulica e combate a incêndio, revestimento da cobertura em zinco e consultoria ambiental - o projeto foca na obtenção do selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), certificação para construções sustentáveis, concebida e concedida pela Organização não governamental americana U.S. Green Building Council (USGBC). As obras serão realizadas até dezembro de 2018. Já a implantação da museografia tem início em 2018, com previsão de conclusão até março de 2019. A data de inauguração só será definida após a conclusão dos projetos.

Toda a reconstrução do Museu da Língua Portuguesa será baseada no projeto original, aprovado pelos órgãos reguladores na época da inauguração do Museu, em 2006. Serão contempladas, ainda, adaptações relativas à adequação às mudanças na legislação e à experiência de uso do prédio durante seus dez anos como museu. O arquiteto Pedro Mendes da Rocha, que desenvolveu o projeto original do Museu da Língua Portuguesa junto com Paulo Mendes da Rocha, é responsável pelas adaptações necessárias no projeto de arquitetura.

O custo total da reconstrução está estimado em R$ 65 milhões. O valor de investimento da iniciativa privada é de R$ 36 milhões, em até 4 exercícios, que se somam aos R$ 34 milhões da indenização do seguro contra incêndio. Do montante total reunido, R$ 3 milhões já foram investidos nas ações emergenciais; e R$ 2 milhões serão destinados para contribuir com o primeiro ano de manutenção do Museu.

O Museu da Língua Portuguesa é uma iniciativa do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Estado da Cultura, concebido e realizado em parceria com a Fundação Roberto Marinho. Tem como patrocinador máster a EDP, patrocinadores Grupo Globo e Grupo Itaú e apoio do Governo Federal, por meio da lei federal de incentivo à cultura. O IDBrasil é a organização social responsável pela gestão do Museu.

Histórico da reconstrução

Apenas 48 horas após o incêndio, foram iniciadas as ações emergenciais na Estação da Luz e no Museu da Língua Portuguesa, com o objetivo de preservar o conjunto arquitetônico, protegendo as áreas descobertas das chuvas e retirando os escombros. Dentre elas, a impermeabilização das lajes expostas, instalação de sistemas de drenagem e construção de uma cobertura provisória, além da limpeza de equipamentos e mobiliário.

Em janeiro de 2016, foi firmado convênio entre a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, a Fundação Roberto Marinho e a organização social IDBrasil, com o objetivo de reconstruir o Museu da Língua Portuguesa. A Fundação Roberto Marinho, instituição ligada ao Grupo Globo, responsável pela criação original do Museu da Língua Portuguesa, é a responsável pela execução das obras de reconstrução, restauro e reinstalação, incluindo atualizações museográficas, com colaboração da Secretaria da Cultura do Estado e do IDBrasil.

Em março, o Governo do Estado de São Paulo e a Fundação Roberto Marinho deram início a uma articulação junto à iniciativa privada para apoiar a reconstrução. A aliança solidária foi realizada com o apoio da Granito & Partners, e resultou nos patrocínios firmados com a EDP, Grupo Globo e Grupo Itaú.

Três meses depois, foi realizado na Pinacoteca de São Paulo um seminário aberto ao público, com participação de profissionais envolvidos na criação e operação do Museu, com o objetivo de debater as conquistas e os caminhos para sua reconstrução, após o incêndio de dezembro de 2015. Ao longo de todo ano de 2016, o IDBrasil realizou atividades educativas e exposições itinerantes em São Paulo.

Em 12 de dezembro de 2016, o Governo do Estado de São Paulo e a Fundação Roberto Marinho anunciaram a consolidação da aliança solidária em prol do Museu da Língua Portuguesa. A EDP é patrocinador máster. E Grupo Itaú e o Grupo Globo são patrocinadores do Museu, que contará ainda com apoio da Lei Federal de incentivo à Cultura.

Sobre o Museu da Língua Portuguesa: Em 10 anos de funcionamento, o Museu recebeu cerca de 4 milhões de visitantes (319 mil destes em ações educativas). Primeiro do mundo totalmente dedicado a um idioma, trouxe ao país um novo conceito museográfico, que alia tecnologia e educação. Com uma narrativa audiovisual e ambientes imersivos, permitiu aos visitantes descobrir novos aspectos do idioma, elemento fundador da cultura do país. Foi eleito pelo Trip Advisor um dos três melhores museus do Brasil e da América Latina em 2015. Sua instalação na Estação da Luz é simbólica: foi ali o ponto de chegada de imigrantes de vários lugares do mundo, com diferentes idiomas e sotaques, no coração de São Paulo – maior cidade de falantes de português do mundo.

Sobre a Fundação Roberto Marinho: A convicção de que a comunicação pode ser instrumento para transformação social motivou a criação da Fundação Roberto Marinho, em 1977. Suas iniciativas promovem o direito à educação, incentivam o protagonismo, valorizam a cultura brasileira e o meio ambiente. Dentre elas estão o programa de educação Telecurso; de educação profissional, Aprendiz Legal; os museus da Língua Portuguesa e do Futebol, Museu de Arte do Rio, Museu do Amanhã e Museu da Imagem e do Som; o Futura, um projeto social de comunicação que alia programação com conhecimento útil para a vida e ações de mobilização social; e iniciativas de educação ambiental, com foco na gestão sustentável dos recursos naturais (Florestabilidade), e no incentivo à ciência e tecnologia (Prêmio Jovem Cientista).

Sobre a EDP: O Grupo EDP está entre os grandes operadores europeus do setor de energia, sendo um dos maiores operadores energéticos da Península Ibérica, e o maior grupo industrial português. A EDP é o único grupo empresarial do setor de energia da Península Ibérica com atividades de produção, distribuição e comercialização em Portugal e na Espanha. Em termos internacionais, o Grupo EDP é o hoje o terceiro maior produtor mundial de energia eólica através da EDP Renováveis, empresa do grupo EDP que marca forte presença nos Estados Unidos da América, através da EDP Renewables North America (anteriormente Horizon Wind Energy) e na Europa, com ativos de produção eólica e projetos em Portugal, Espanha, França, Bélgica, Polónia, Roménia, Itália e Reino Unido. A EDP Renováveis está também presente no Brasil. No Brasil, a EDP atua nos segmentos de Geração, Distribuição e Comercialização e Soluções de energia elétrica no País. Com sede na cidade de São Paulo, a EDP possui ativos em oito estados: Amapá, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, São Paulo e Tocantins. Controlada pela EDP Energias de Portugal S.A, uma das maiores operadoras europeias no setor energético.

Sobre o Grupo Itaú: A Itaúsa – Investimentos Itaú S.A é uma holding pura de capital aberto, que concentra todas as decisões financeiras e estratégicas das empresas que controla: Duratex, Elekeiroz e Itautec, do ramo industrial, e Itaú Unibanco e Itaú BBA, do setor financeiro. Essas companhias são líderes nos segmentos em que atuam. Por meio delas, a Itaúsa está presente no Brasil e em mais de 20 outros países. A holding também atua no setor cultural e socioambiental por meio do Itaú Cultural e da Fundação Itaú Social.

Sobre o Grupo Globo: O Grupo Globo é um conjunto de empresas de mídia, 100% brasileiro, que cria, produz e distribui conteúdo que chega a 99,6% dos lares do país, em todo território nacional. O grupo é composto pelas empresas Globo, Globosat, Globo.com, Editora Globo, Infoglobo, Sistema Globo de Rádio, Som Livre e ZAP, além de ser mantenedor da Fundação Roberto Marinho.

Sobre a Granito & Partners: A Granito & Partners é uma consultoria internacional especializada em maximizar o valor econômico e o potencial das empresas para contribuir para o desenvolvimento social e ambiental. Com práticas em finanças corporativas, responsabilidade social corporativa e investimentos responsáveis, opera no Brasil, Europa e Oriente Médio.

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