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Publicado: Terça-feira, 24 de abril de 2012

Chega de preguiça. Deixe o sedentarismo de lado

Confira dicas de especialistas e dê o primeiro passo!

Crédito: Arquivo pessoal Chega de preguiça. Deixe o sedentarismo de lado
'Mais do que uma atividade física, a corrida é um meio de integração, de união', Eunice Michelin da Silva

Por Camila Bertolazzi

Estresse elevado, hipertensão arterial, taxas de colesterol, triglicerídeos e glicose alteradas, além daquela gordurinha indesejada, são algumas das consequências de uma vida sedentária. Para reverter esses resultados e reduzir o risco de morrer de forma prematura, não é preciso muito. Atividades simples como ir a pé ou de bicicleta ao trabalho, limpar a casa ou trocar o elevador pela escada podem ser um ótimo começo.

Segundo o Educador Físico, Augusto Cruzoline, a ideia é começar devagar respeitando os limites do próprio corpo. “É importante ter consciência do seu grau de condicionamento, que deve ser levado em conta para estabelecer a melhor maneira de se trabalhar. Não é apenas decidir se exercitar e ir do zero para o cem de um dia para o outro”.

Nesses casos, o acompanhamento de um profissional é essencial para que os movimentos ocorram de maneira natural, sem forçar mais do que necessário. “Toda atividade física tem que ter o respaldo técnico de um especialista que, dentro das possibilidades, trabalhará para que as necessidades do atleta sejam atingidas”. O mesmo conselho vale para os mais experientes, para “sanar as dúvidas e evoluir”.

A coordenadora de RH Eunice Michelin da Silva, de 53 anos, começou a frequentar academia por necessidade, para cuidar da saúde, uma vez que o corpo começava a dar sinais de desgaste, e, desde então, treina com o acompanhamento de um profissional. “Quando saio correr sozinha, sempre procuro seguir as orientações que foram passadas pelo especialista”.

Cansado, sempre indisposto e acima do peso, o jornalista Valdyr Daldon, de 36 anos, sentiu que era hora de mudar. O primeiro passo para uma vida saudável foi procurar um cardiologista e um ortopedista, e, conforme manda o figurino, realizou os exames médicos necessários. “Optei por caminhar pelo menos meia hora por dia. Gradualmente, o tempo da caminhada aumentou e resolvi arriscar alguns minutos de corrida, que também foram aumentando diariamente. Em três meses, eu já estava correndo uma hora sem interrupções. Para mim, isso era algo que eu nunca imaginaria”, conta.

Segundo o cardiologista Cláudio Schmidt, a atitude do novo atleta está correta, e deve servir de exemplo para quem quer mudar de vida. “Ninguém deve se submeter ao exercício físico sem fazer exames cardiológicos primeiro”. E explica: “Através deles, o paciente saberá quais são as condições do coração e receberá orientações sobre o que e o quanto pode se exercitar”.

“Quando percebi que a caminhada tinha se transformado em corrida e que essa prática estava constante, além da orientação na parte da saúde, resolvi conversar com esportistas mais experientes. Busquei informação com gente que entende do assunto, como atletas e professores de educação física. Foi com esse pessoal que aprendi sobre alongamento, aquecimento, alimentação adequada, frequência de treino e, inclusive, a importância de usar um tênis adequado para a prática da corrida. Isso me deu mais tranquilidade e segurança para correr”, afirma o ex-sedentário convicto.

Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia em 2007 - com 2.012 pessoas entre 18 e 70 anos – revelou que metade dos brasileiros não pratica atividade física. Dos 50% que fazem exercícios, apenas 20% se exercitam diariamente, forma considerada ideal pelos médicos. A pesquisa também revelou que os homens são mais adeptos ao esporte dos que as mulheres: 60% contra 41%. O país-modelo na questão sedentarismo é a Finlândia: apenas 8% dos habitantes não praticam atividade física. Já nos Estados Unidos, esse índice ultrapassa os 60%.

Mas mesmo com toda a correria da vida moderna, pesquisas anuais realizadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que o brasileiro está cada vez mais preocupado com a saúde e a forma física e que esse aumento vem acompanhado da redução, de forma mais acentuada, do percentual de sedentários. Pelo menos 29,2% da população encontravam-se nessa situação em 2007. No ano seguinte o número caiu para 26,3%.

Dr. Cláudio Schmidt ressalta que “essa mudança de atitude é muito importante para o nosso bem-estar e inclusive para a nossa saúde”. Segundo ele, quem pratica exercício físico de forma regular e orientada retarda o aparecimento de infarto e derrame, e prolonga a vida.

Campeonatos

Incentivado por um grupo de corrida, o Analista de Marketing Luís Fernando Grigolon Rodrigues, deixou o sedentarismo de lado em busca de autoestima e saúde para o corpo. O ituano levou o esporte tão a sério que, desde 2008, participa de, em média, cinco campeonatos por ano. “As corridas são importantes para desafiar os limites que o corpo está sofrendo e também no âmbito da disputa ‘profissional’ com outros competidores, mas ela [a competição] não é a minha prioridade na prática esportiva”.

São poucos os casos de ex-sedentários que deixam o “título” em busca de medalhas. A maioria deles começa a praticar atividades físicas para estar bem consigo mesmo e os campeonatos veem como complemento. Eunice Michelin da Silva participa de corridas de rua quase que mensalmente, mas confessa que sempre opta por aquelas que reúnem o maior número de amigos. “Mais do que uma atividade física, a corrida é um meio de integração, de união”. E completa: “Independentemente da classificação, cruzar a linha de chegada é sempre uma vitória, pois em cada corrida busco vencer a mim mesma e superar meus próprios limites”.

A 27ª Volta Pedestre de Itu foi a primeira competição que Valdyr Daldon participou, e ele não se deu por satisfeito. Esse ano, ele voltou às ruas e baixou o tempo em quatro minutos. “Foi ótimo, super divertido. Uma experiência emocionante e inesquecível, mas por enquanto é suficiente”. O jornalista correu dez quilômetros em menos de 44 minutos. “Foi um bom tempo para um ex-sedendário, mas não me cobro resultados, sabe? Corro só pelo bem-estar, pelo prazer”, acrescenta.

Já o jovem Kaio dos Santos Monteiro admite que sonha com uma medalha no ciclismo. “Ainda não me sinto preparado para participar de campeonatos, quem sabe depois de mais treinamento. Vontade não falta!”. Até dezembro de 2010, o sorocabano pedalava cerca de cem quilômetros por semana, mas esse número caiu para 35 depois que ele começou a trabalhar.

Alimentação Saudável

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