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Sexta-feira, 26 de julho de 2013

Eu vi o Papa

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Foto
Eu vi o Papa e senti a emoção do povo.

SALATHIEL DE SOUZA, DO RIO DE JANEIRO

Na condição de jornalista devo ser sincero ao dizer que a organização da JMJ não deu condições adequadas para o trabalho na cobertura dos eventos com o Papa. Farei um relato do que aconteceu ontem e do dilema que enfrentei.

A orientação que os jornalistas receberam ao chegar no Centro de Imprensa foi a de que, por questões de segurança, ninguém poderia entrar ou sair do Forte de Copacabana entre as 15h e as 18h.

Dentro do Forte é que o Papa desceria de helicóptero para ir até o palco na cerimônia de acolhida. E nesse local, a organização não preparou nenhum local específico para a presença de jornalistas. Ao largo da orla de Copacabana, também não havia lugares para os jornalistas trabalharem no registro de imagens.

A situação fez surgir um dilema: ficar confinado no Centro de Imprensa, assistindo tudo pela televisão ou ir para a rua tentando a sorte? Com poucos minutos para decidir, escolhi a segunda opção. Na linha de ação do Papa Francisco, ficar entre o povo é sempre melhor.

 

Com o povo

Fui para a rua. Fiquei na porta do Forte de Copacabana por duas horas e meia. Em pé, sem banheiro, sem água, apenas umas balinhas. Não fazia calor, mas uns chuviscos de vez em quando. Durante a espera pelo Santo Padre, muita conversa com as pessoas que estavam próximas. Esse contato fazia os minutos passarem mais depressa.

A parte negativa é que, fora do Centro de Imprensa, não tinha acesso à internet e condições de trabalho. Com uma mini filmadora na mão, recebia notícias através do rádio do celular, principalmente da CBN. Assim, gastei boa parte do dia sem poder publicar nada.

A parte positiva é que, depois de tanta espera, consegui ver o Papa Francisco bem de perto, aproximadamente a uns dez metros de distância. Foi rápido, muito breve, mas consegui vislumbrar seu sorriso alegre e seus gestos cativantes.

 

Emoção

Após a breve aparição, vi muita gente chorando. As pessoas foram tomadas de uma emoção que só posso explicar como um sentimento divino. Sim, o Papa tem poder. Sua figura inspira. As pessoas olham e tocam o Santo Padre, sabendo que ele é um homem de Deus e o Vigário de Cristo nesta terra.

Apesar das precariedades e de alguma desorganização, está valendo cada segundo a minha estadia no Rio de Janeiro. Das experiências pessoais, nem todas serão relatadas. Mas posso garantir que Deus está realmente presente nesta peregrinação, comigo e com todos os participantes da JMJ.