Cultura

Publicado: Quarta-feira, 5 de abril de 2017

Semana Santa em Itu tem celebrações com música tradicional

Confira a programação de cerimônias na cidade!

Crédito: Jéssica Ferrari/Itu.com.br Semana Santa em Itu tem celebrações com música tradicional
Detalhe da Igreja do Carmo na Semana Santa

A partir do dia 8 de abril, sábado, tem início as celebrações da Semana Santa e Páscoa na Paróquia de Nossa Senhora Candelária de Itu. Algumas cerimônias são realizadas na cidade desde o século XVII. São belas demonstrações de fé unidas a um patrimônio religioso extraordinário, que revela expressões locais do que de melhor se produziu de música sacra, imagens religiosas da devoção do povo ituano, que transmitem a dor dos dias que lembram a Paixão e Morte de Jesus e a alegria da sua Ressurreição.

A Igreja Matriz, a Igreja do Bom Jesus e o Convento do Carmo concentram as mais tradicionais celebrações, que contam com a participação das Irmandades, Ordens Terceiras, as Bandas do Carmo e União dos Artistas, Coral Vozes de Itu e Schola Cantorum de Itu. A Secretaria Municipal de Cultura, o Museu da Música e o Instituto Cultural de Itu apoiam as tradicionais celebrações, como importante patrimônio da cultura imaterial paulista.

As cerimônias que contam com música tradicional são:

08 de abril (sábado), 19h30, na Igreja do Carmo, o Solene Ofício de Trevas
A cerimônia, conduzida pelo Prior do Carmo é a recitação solene do Ofício de Matinas de Laudes da Quarta-Feira Santa. Os salmos e as antífonas serão entoados em cantochão e Canto Gregoriano pela Schola Cantorum de Itu. As lições, também em Canto Gregoriano, serão feitas pelos congregados marianos. Os responsórios, compostos em Itu em 1872 pelo Maestro Elias Álvares Lobo serão entoados pelo Coral Vozes de Itu e solistas. Através de um grande candelabro (tenebrário), com quinze velas, se pode acompanhar o desenrolar da cerimônia. A cada salmo uma delas é apagada.

09 de abril (domingo), 19h - Procissão de Passos
A solenidade, promovida pela Ordem Terceira do Carmo e Congregação Mariana, é conduzida pelo Prior do Carmo e trata-se de uma Via Sacra solene composta de sete estações (passos). A contemplação dos sete Passos é feita, desde o século XVIII em casas de família, na região central da cidade. A procissão do Senhor dos Passos sairá da Igreja do Carmo e da Senhora das Dores da Igreja Matriz, conduzida pelo Pároco Padre Francisco Rossi. O encontro se dará na Igreja do Bom Jesus. O primeiro Passo será armado na residência da Família Bispo, o segundo na residência da Família Xavier de Oliveira, o terceiro na Igreja do Bom Jesus, onde haverá o Sermão do Encontro pelo Padre Adriano Francisco da Silva. O quarto Passo será no Museu da Música – Itu, o quinto na residência da Família Sousa, o sexto na residência da Família Bernardini e o sétimo na Igreja do Carmo, onde haverá o Sermão do Calvário pelo Frei Antonio Bento. Em cada Passo canta a Verônica, o canto composto pelo Padre Jesuíno do Monte Carmelo e o Coral Vozes de Itu a Schola Cantorum de Itu acompanhados de pequena orquestra cantam os Motetes do Maestro José Mariano da Costa Lobo. As belíssimas imagens foram esculpidas por Pedro da Cunha no Rio de Janeiro, no século XVIII. Em alguns Passos ainda se conservam os quadros pintados pela artista italiana Lavinia Cereda. A Corporação Musical União dos Artistas executará, no caminho, as Marchas do Senhor dos Passos, compostas por João Narciso do Amaral.

14 de abril (Sexta-feira Santa), 10h, na Igreja do Bom Jesus, o Sermão das Sete Palavras
A cerimônia é realizada em Itu desde 1867, a primeira que existiu no Brasil, completando 150 anos em 2017. Diante de um grande cenário representando o Calvário, as sete últimas frases ditas por Jesus, já pregado à Cruz são contempladas pelo pregador, que neste ano será o ituano Padre Almir de Andrade. A cada reflexão o Coral Vozes de Itu canta um motete específico, todos compostos também há 150 anos por Elias Álvares Lobo (1867). Ao final, contemplando a morte de Jesus um tocante cortejo conduz a imagem do Senhor Morto, enquanto se canta o hino medieval Vexila Regis, que recorda a morte como algo efêmero diante da ressurreição.

14 abril (Sexta-feira Santa), 15h, na Igreja Matriz de N. Sra. Candelária, a Adoração da Cruz
A cerimônia oficial da Igreja Católica, celebrada no mundo inteiro exatamente na hora em que é lembrada a morte de Jesus. É um ritual discreto e conta com diversas partes cantadas em Canto Gregoriano. A maioria das músicas é polifônica e foi escrita por Tristão Mariano da Costa (1876), meditando os momentos da morte de Jesus. Tudo é cantado pelo Coral Vozes de Itu e Schola Cantorum de Itu. Não há missa. Todo o povo participa da adoração. No final é distribuída a comunhão ao som dos Motetes de Passos de José Mariano. A celebração é conduzida pelo Padre Francisco Rossi, Pároco.

14 abril (Sexta-feira Santa), 19h, na Igreja Matriz de N. Sra. Candelária, a Meditação às Sete Palavras de Jesus e Procissão do Enterro
Na noite de Sexta-feira Santa, o povo se reúne na Igreja Matriz para a meditação das sete Palavras de Jesus, conduzida pelo Padre Francisco Rossi, Pároco. A cada meditação um Coro de Câmara canta As Sete Palavras de Nacif Farah (Tatuí). Em seguida sai daquela igreja a Procissão do Senhor Morto, em que a imagem, esculpida em 1796, é conduzida pelas ruas centrais de Itu acompanhada pelas irmandades, banda de música e pelo Coro de Câmara em tocante cortejo fúnebre. A cada parada a Verônica canta seu hino próprio, composto pelo Padre Jesuíno do Monte Carmelo, e se cantam os motetes do Maestro Elias Lobo.

15 de abril, sábado, 9h, na Igreja do Bom Jesus, o Ofício de Matinas de Sábado Santo
Muito parecido com o Ofício de Trevas, nesta cerimônia recitam-se salmos, antífonas e responsórios, próprios em Canto Gregoriano e cantochão. A Schola Cantorum de Itu incumbir-se-á dos salmos enquanto professores cantarão os responsórios compostos por José Tescari em Itu, em 1912.

Encontro Cultural:

12 de abril (Quarta-feira Santa), 19h30, na Igreja do Bom Jesus, o Encontro Cultural
Um encontro cultural para explicar o sentido da cerimônia das Três Horas de Agonia será realizado pela Biblioteca Histórica Padre Luiz D’Elboux. O objetivo é buscar as raízes do cerimonial no teatro sacro medieval. Conduzirão as discussões o Padre Almir de Andrade e o Prof. Luís Roberto de Francisco (da Biblioteca Histórica). 

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