Manege São Joaquim recebe alunos da Escola de Cegos Santa Luzia

Crédito: Deborah Dubner / itu.com.br

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Por Deborah Dubner

Para quem acha que pessoas com deficiência visual ou motora não podem montar em um cavalo, basta passar uma manhã no Manege São Joaquim para mudar de ideia. O projeto é fruto de uma parceria entre a psicóloga Claudia Poci e a coordenadora da Escola de Cegos Santa Luzia, Regina Sandei. Iniciado este ano, já apresenta resultados extremamente positivos: “Conseguimos perceber uma melhoria na autoestima e atenção, relaxamento, reconhecimento corporal, maior percepção e contato com os animais e consequentemente, o bem estar de nossos alunos e de seus familiares que acompanham o processo”, atesta Regina.

Projeto

Desde o início do ano, o Manege São Joaquim já recebeu cerca de 60 alunos, entre adultos e crianças, separados em pequenos grupos. No primeiro semestre, o objetivo era avaliar os alunos e para isso a visita ao Manege ocorreu mensalmente.

Para o segundo semestre, a proposta será trabalhar semanalmente com um grupo de dez crianças de 2 a 14 anos, que foi selecionado durante a avaliação. “Selecionamos as crianças que realmente precisam e vão se beneficiar mais com esse trabalho, para começar um processo mais intenso a partir do segundo semestre”, explica a coordenadora da escola. Vale ressaltar que além da deficiência visual, alguns alunos também apresentam um comprometimento motor.

A visita ao Manege inclui também a participação da família. “Achei bonito ver os irmãos ajudando”, comentou Danny Dubner (12) que estava visitando o local. A equipe que acompanha a atividade é composta por um Terapeuta Ocupacional e uma Pedagoga da escola e a psicóloga Claudia Poci, que acompanha todo o trabalho, auxiliada por um ajudante.

Equitação terapêutica: aprendendo na relação com o cavalo

Para Claudia Poci, que trabalha com equitação terapêutica há muitos anos, é fundamental a observação da criança junto ao animal. “Nós não fazemos equoterapia, mas sim um atendimento que une o terapêutico com o pedagógico, adotando uma conduta mais flexível. Eu estou focada no ritmo e interesse de cada criança e na sua relação com o cavalo. Algumas querem puxar, outras abraçar, outras correr, e para cada uma é dado um olhar e um atendimento personalizado, a gente deixa fluir”, destaca.

Tratando-se de animais, não são apenas os cavalos que interagem com as crianças. O Manege abriga cachorros de vários tipos e tamanhos, gatos e até mesmo coelhos, que ampliam a experiência, trazendo novos significados.

Escola de Cegos Santa Luzia

A Associação Ituana de Assistência aos Deficientes Visuais - Escola de Cegos Santa Luzia foi fundada em setembro de 1982, como uma entidade sem fins lucrativos, políticos ou religiosos, para atender a portadores de Deficiências Visuais em todos os aspectos sociais, sem limite de idade, formando e integrando-os como membros ativos da sociedade.

Trabalhando para que essa integração aconteça, a associação dispõe de uma equipe de Orientação e Mobilidade, Terapeuta Ocupacional, Psicóloga, Pedagoga, Professor de Braille, Assistente Social e Oftalmologista. Os atendimentos são totalmente gratuitos para a comunidade ituana e da região.

Apesar do nome, a Escola de Cegos Santa Luzia não atende apenas pessoas com deficiência visual, pois muitas apresentam também deficiência motora. Atualmente, a escola cuida de 105 alunos sem limite de idade. A nova sede, inaugurada em fevereiro deste ano, ampliou as possibilidades de atendimento à população de Itu.