Tiago Negrão de Andrade
Tiago Negrão de Andrade

Alimentação Viva e Ecologia

Educador e Chef em Alimentação Viva. Educador do projeto Terrapia Fiocruz- RJ. Diretor do projeto Ecologia Mágica. Graduado em Comunicação Social - UNISO.

Tempo para Reflorestar a Crise Hídrica

Publicado: Quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016
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Plantio

A Crise Hídrica é uma oportunidade Verde para retomar a relação do corpo físico com a nutrição do solo.

Se o Planeta Terra visto por satélite é uma pérola azul, porque, em Itu, falta água?

Passei 1 ano no Rio de Janeiro, em 2015, e tive a honra de fazer um curso de Agroecologia pelo Terrapia, um projeto social dentro da Fundação Oswaldo Cruz que trabalha pela promoção da saúde do ser humano e do planeta, com a Alimentação Viva e a Agroecologia.

Uma das bases da visão deste movimento agroecologico que está tomando o planeta é a Ecobiótica. Uma ciência que estuda o corpo como um ecossistema interagindo entre sistemas vivos. Este tema leva o mesmo fundamento da proposta da pedagogia para restauração de áreas desmatadas e improdutivas feitas com os Sistemas Agroflorestais. Estes sistemas são movidos pela permacultura e utilizam espécies nativas e simulam os ciclos da natureza com intervenção manual do homem. No Brasil e no mundo, está área está tomado por diversos jovens que querem viver em ecovilas, cultivar seus próprios alimentos e viver criativamente uns com os outros dentro de uma economia em harmonia, irmandade e proteção do ambiente como um todo. Para entender mais sobre esse movimento, basta assistir o documentário Dirty The Movie, um filme que fala que o solo é um ser vivo e nos ajuda a compreender a interação viva do ser humano com o húmus, humanidade, a Terra.

Para compreendermos a crise hídrica em Itu, é importante observamos, desde essa visão sob os sistemas vivos, como é a nossa relação como seres humanos com a sociedade e com o solo, desde nossas raízes culturais e históricas, o que nos levaram as condições atuais. Primeiro, vamos analisar o ciclo da chuva.

O ciclo hidrológico das chuvas é um verdadeiro show da natureza. Um ciclo com as forças do solo, das águas superficiais e subterrâneas, como também das plantas.

Já perceberam que em Indaiatuba, em Sorocaba, em Araçoiaba Serra (cidade linda) chove constantemente. Tenho um grande amigo filósofo holandês, o Robert Happé, fundador do Centro de Educação Espiritual em Araçoiaba da Serra, local que frequento desde minha adolescência, e quando estou lá, eu sinto uma grande diferença na húmidade do ar, o que me leva a perceber que, em Itu, o ar está seco.

E por quê em nossa cidade não chove?

Para responder, desde minha ótica essa visão, poderia fundamentar:

- Ciclos históricos de agricultura animal em antigas fazendas coloniais devastaram áreas nativas de plantas espontáneas, o que afetou o ciclo hidrológico;
- Condomínios fechados aonde a terraplanagem afeta nascentes de água e o desmatamento de áreas.

Não sou geólogo, mas sou um ambientalista convicto de que a nossa relação com o planeta se dá por nossas intenções sociais e nossa relação alimentar com o solo. Neste mesmo ano, fiz a formação para me tornar Educador do Projeto Terrapia e ser chef Alimentação Viva. Nossa liberdade nos sistemas sociais depende da mudança alimentar. A nossa relação com a comida nos liberta e pode mudar a nossa visão do mundo, pois age diretamente na mudança do Ph do sangue e na vibração com a clorofila, pigmento verde do solo, enquanto uma relação com a alimentação animal é um modelo de destruição da natureza humana, desde o corpo físico do homem até o solo do planeta.

Para fundamentar o que estou escrevendo, recomendo assistirmos o filme COWSPIRACY: The Sustainability Secret que conta a saga de um jovem que investigou realmente as principais causas da crise hídrica e do efeito estuda de forma global no planeta. Percebeu que os dados estatísticos da agricultura animal está oculta e pouco explorada por diversas corporações e ONGS mundiais com, a primor e principalmente, o Greenpeace.

A principal problema da crise hídrica, segundo o filme, é a agricultura animal.

Aqui relaciono alguns dados em números do documentário:

- 51% das emissões globais de gases com efeitos de estufa têm origem na pecuária e produtos derivados. A percentagem desce para 13 quando falamos do impacto dos transportes (rodoviários, aéreos, ferroviários e marítimos);
- 7 mil milhões de seres humanos habitam o planeta Terra. Animais de quinta criados por humanos são 70 mil milhões;
- 50% é quanto uma dieta alimentar vegetariana pode diminuir a pegada de carbono na Terra;
- 2500 litros de água é a quantidade necessária para a produção de um hambúrguer e ou para dois meses de banhos de chuveiro;
- 46% do consumo de água na União Europeia diz respeito à pecuária. O consumo doméstico fica-se pelos 3%;
- 40Kg de carne é o consumo médio anual, por pessoa, em todo o mundo;
- 91% da destruição da floresta da Amazónia é causada pela pecuária.

Como podemos fazer nossa parte?

- Comendo menos carne;
- Apoiando projetos agroflorestais;
- Valorizando pequenos agricultures organicos de alimentos;
- Plantando mais árvores, jardins, toda qualquer verde que faça mais fotossintese.

Da ideologia para a biologia. Nossa relação com o solo deverá ser retomada quando entendermos, desde nossa ideologia, nossa função dentro de uma biologia que necessita se curar (nossa cidade sem chuva), da mesma forma como agem as células de um sistema, para regeneração do corpo que habitamos, que é a nossa cidade, parte do planeta azul.

Tags: meio ambiente, água, florestas, sustentabilidade, planeta terra, reflexão, crise hídrica, reflorestar


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