Roberto Lorena: kartista de Itu quer se destacar ainda mais em 2011

Por Renan Pereira

Se você ainda pensa que os kartódromos espalhados pelo país são simplesmente uma ferramenta de lazer para os finais de semana difundida principalmente entre os jovens, apague de vez essa ideia da sua cabeça. Criado nos EUA e trazido ao Brasil nos anos 60, o kartismo tem crescido profissionalmente mundo afora e por aqui, apesar de ainda contar com uma divulgação insuficiente, o esporte tem dado também as suas demonstrações de crescimento. Destaque desde quando assumiu o volante em 2009, o jovem piloto de Itu Roberto Lorena tem esbanjado talento nas pistas e impressionado por onde passa.

Com apenas 15 anos, o corredor da Stock Racing – equipe liderada por Ulisses Roulien - coleciona bons resultados em competições de destaque em todo o território nacional. Só para destacar alguns: vice-campeão do GP Brasil de Kart – RBC (2010), vice-campeão do Festival Brasileiro de Kart (2010) e quarto colocado no Campeonato Brasileiro de Kart (2010). Logo após a consagração, os convites importantes não cessaram e os campeonatos de renome permaneceram na agenda: Copa São Paulo, Copa São Paulo Light, GP Brasil de Kart, Campeonato Brasileiro, Festival Brasileiro de Kart, Copa Litoral, Circuito Paulista e GP RBC foram algumas das disputas que contaram a ilustre presença do piloto.

Apesar de ter começado a correr bem depois da idade ideal, Lorena explica que a primeira vez que entrou em uma pista percebeu que levava jeito para a coisa. “Meu tio ia me fazer uma visita e decidi agendar algo para nos divertirmos. Nunca me importei muito com esse tipo de esporte, mas, como sabia que ele adorava kart, marquei uma bateria em Itu mesmo. Lembro que dirigi mundo bem e adorei a sensação de correr. A partir daí passei a me interessar pela modalidade”, conta.

Incentivado pelos pais, Lorena comprou o seu primeiro kart e no mesmo ano participou de sua primeira competição. Não tardou até os bons resultados aparecerem. Correndo pela categoria Novatos, o jovem foi um destaques da disputa. “A diferença estava na experiência. Enquanto todos ali haviam começado a correr muito novos eu estava fazendo a minha estreia em uma competição de grande porte”, explica o piloto – que atribui o sucesso a seus pais e ao dono de sua equipe. “Ele [Roulien] é responsável por praticamente tudo o que eu sei de kart. Já os meus pais, eles sempre falaram para eu ouvir atentamente todas as dicas que me derem. E é isso o que eu sempre faço”.

Futuro

Como já era de se imaginar, com tão pouca idade e tantas responsabilidades, o jovem piloto é obrigado a se virar nos trinta para conciliar sua vida pessoal com o esporte. “Até o momento tenho ido bem. Continuo estudando normalmente, mas não tem como evitar um número elevado de faltas. Tenho contado também com a compreensão da minha escola e isso tem me ajudado bastante”.

Apesar da carreira complicada e dos poucos recursos que o esporte oferece até o momento, Lorena pretende investir na profissão. “Vou continuar trabalhando sério para buscar novos patrocinadores e chegar aonde eu pretendo. Ainda não consigo lucrar com o kart, mas esse é o meu objetivo”. E faz planos. “Estou fazendo algumas pesquisas para 2012. Pretendo sair do Brasil em breve para buscar novas fontes e recursos em outro país; quem sabe até buscar outra modalidade. Ainda não tem nada certo, mas a ideia já existe sim”, diz.

A partir desta matéria, o Itu.com.br passa a acompanhar todos os passos do piloto ituano, inclusive os campeonatos internacionais que ele disputará nesse ano pela categoria Graduados, sob o comando da Legree Moto Sports. “As corridas acontecerão nos Estados Unidos e na Europa. Além do Florida Winter Tour (maior campeonato mundial com motores Rotax) integrarei também o SKUSA - Super Nationals (Campeonato Americano). Na Europa participarei do Campeonato Europeu e do WSK Nations CUP”.

Dos EUA para o mundo

Os karts foram originalmente criados nos Estados Unidos da América nos anos 50 após a Segunda Guerra Mundial por pilotos de aviões que tinham o objetivo de criar uma atividade de lazer para as horas de folga. O norte-americano Art Ingels é internacionalmente conhecido como o pai do esporte, construindo o primeiro kartódromo no sul da Califórnia em 1956. O desporto rapidamente se espalhou para outros países e atualmente é muito praticado na Europa.

No Brasil, o kart começou a tomar forma na década de 60. Atualmente, a corrida de maior destaque do kart nacional é a "500 Milhas de Kart Granja Vianna", na qual diversos pilotos do mundo inteiro disputam volta a volta, em 12 horas de prova. Em Portugal, o kart apareceu também na década de 60. Atualmente, há kartódromos espalhados por todo o país, principalmente na região central do país. Os principais nomes da história dessa modalidade no Brasil são Wilson Fittipaldi Jr, Emerson Fittipaldi, Ayrton Senna e Rubens Barrichello.

Esporte pouco explorado pela mídia brasileira, o kart ganhou destaque nos últimos anos principalmente na Europa, realidade que o corredor de Itu conheceu pessoalmente. “Os principais canais de lá transmitem as grandes competições ao vivo; bem diferente do que acontece aqui”, observa. O piloto explica que já pôde sentir na pele as diferenças que separam as duas culturas. “Tenho a impressão de que os pilotos de lá são muito mais completos do que os daqui. No Brasil dependemos muito da equipe; a nossa função é só correr. Já eles têm uma visão diferente: conhecem tudo sobre o carro e montam seus próprios equipamentos”, finaliza.