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Publicado: Quinta-feira, 20 de abril de 2017

Ituano e Santo André iniciam decisão do Troféu do Interior nesta sexta

Partida no Novelli Júnior tem promoção Futebol Sustentável.

Crédito: Miguel Schincariol/Ituano FC Ituano e Santo André iniciam decisão do Troféu do Interior nesta sexta
Jogadores do Ituano

Ituano e Santo André começam a decidir o título do Troféu do Interior nesta sexta-feira, dia 21 de abril. O primeiro confronto da grande final acontece às 16 horas, no Estádio Novelli Júnior e tem promoção do Futebol Sustentável, com a troca de duas garrafas pet por um ingresso.

São cinco mil ingressos que poderão ser trocados de forma gratuita no próprio estádio, das 10h às 19h e no dia do jogo até às 16h (ou enquanto durarem os ingressos).

Os dois clubes vão reviver os bons duelos do início deste século, quando subiram da A2 e decidiram duas Copas Paulistas. Na época se enfrentaram 16 vezes entre 2000 e 2003. Em 2000 os dois clubes se enfrentaram na A2 e brigaram pelo acesso na Série C do Brasileiro. Em 2001, os dois subiram juntos para a Série A1. Em 2002 foram mais 6 confrontos. Dois no Paulista, sendo que no returno houve um empate em 1 a 1 no Bruno Daniel e o zagueiro Vinicius Bergantin marcou o gol de empate cobrando falta. Este ponto ajudou o Ituano a conquistar o título daquele ano já que a disputa foi por pontos corridos.

No segundo semestre disputaram a Copa Paulista que naquele ano teve o nome de Copa Mauro Ramos. Na 1ª fase o Ituano venceu em casa e o Santo André venceu no ABC. Os dois chegaram a final. Sob o comando do técnico Macalé, que havia subido dos júniores e com um time de garotos, goleou o Santo André por 5 a 0, com dois gols de Tita, e gols de Fernando Gaúcho, Juliano e Caio. “Nosso time era muito jovem e a base que tinha vindo juntos do sub-20. Tinha o Pierre e o Elson, ambos que depois foram para o Palmeiras. Este entrosamento nos ajudou e fizemos uma grande partida naquele dia”, lembra Vinicius Bergantin, atualmente auxiliar de Roque Júnior. No jogo da volta disputado em 8 de dezembro, os torcedores do Ituano que foram ao Bruno Daniel viram o Galo de Itu sair na frente com um gol de Fernando Gaúcho e sofrer a virada no segundo tempo. Com a vantagem construída no primeiro jogo o troféu veio para Itu após a volta olímpica. “Que troféu pesado! Foi meu último jogo pelo Ituano. Depois fui para a Alemanha”, contou Vinicius Bergantin que foi jogar no Hannover.

No ano seguinte foram mais 5 confrontos entre Ituano e Santo André. Já sob o comando do técnico Ruy Scarpino, que havia voltado ao clube ainda no título da Copa Paulista para ajudar o Macalé, o Ituano focou as atenções na Série C. Naquele ano a disputa pelo título Brasileiro foi disputado por uma fase final entre 4 clubes. Ituano, Santo André, e os paraibanos Campinense e Botafogo. O Ituano venceu o Santo André em Itu por 2 a 1 e empatou em 0 a 0 no ABC. Na penúltima rodada venceu o Campinense no Novelli por 1 a 0 e foi para João Pessoa buscar um empate em 4 a 4 e conquistar o título e o acesso para a Série B. O Santo André venceu o Campinense e ficou com a segunda vaga e o vice-campeonato. Curiosamente os dois também chegaram a final da Copa Paulista. No retorno para Itu fez o primeiro jogo da final contra o Santo André e venceu com um gol de Terrão. “Este jogo foi uma festa para os torcedores comemorarem o título do Brasileiro. Tanto que os jogadores do Santo André entregaram a faixa de campeão para nós. No dia seguinte a diretoria dispensou parte do elenco já que o principal objetivo já tinha sido alcançado. Apesar do título que ainda estava em jogo”, lembrou o técnico Ruy Scarpino. O Ituano foi com um time misto para a final no Bruno Daniel e perdeu por 4 a 1. Rômulo fez o gol de honra. O Santo André ficou com o título.

Agora a disputa do Torneio do Interior dá a vaga ao campeão na Copa do Brasil do próximo ano. A disputa será um tira-teima entre estes dois rivais. O jogo da próxima sexta-feira será o 50ª da história, desde 1990.

Foco no troféu!

Independente da perda de alguns atletas como Igor e Morato, o time diz estar focado na conquista do título e da vaga para a próxima Copa do Brasil. “A gente tem uma dificuldade grande. Eu costumo dizer que enquanto a gente não sair desse degrau da Série D, nós vamos ter que conviver com estes problemas. Então chega ao término de um Paulista são jogadores saindo, jogadores recebendo ofertas. É difícil. Com alguns a gente tem contrato só até o final da competição e aí é difícil segurar. Já tem um pré-contrato e é isso o que acontece. Então mesmo a gente querendo é difícil conseguir. Entram negociações, como foi com o Morato e com o São Paulo. É uma exigência dos clubes de Série A que o jogador saia no momento da concretização do negócio. Por isso que temos que ter um elenco competitivo. Foi o que aconteceu. Graças a esse elenco competitivo estamos na final do Interior”, explica o gestor Juninho Paulista um problema recorrente em todos os clubes do interior ao término do Estadual.

O outro fator são as lesões e suspensões que impedem Roque Júnior de antecipar a escalação. “Alguns ficarão fora por questão de lesão outros por conta de cartão. Nós já temos o de cartão que já não joga. Mas alguns podem voltar e outros não. Até porque não queremos antecipar a volta de ninguém para que depois tenham problemas. Mas até amanhã a gente sabe quem realmente estará à disposição para jogar”, esclarece o técnico.

Este tipo de situação dá oportunidade de jovens formados na base de serem lançados no profissional. No último sábado, o volante Baralhas pôde fazer sua estreia. Ele chegou no sub-15 em 2013 e disputou as últimas duas Copas São Paulo.

“A gente já sabe que a filosofia do clube é estar revelando jogadores. Nós temos vários jogadores da base junto com a gente e para alguns é a primeira decisão no profissional. Claro que pesa um pouco. Mas nos reunimos para que toda a responsabilidade que acontecer, nós os mais velhos estaremos assumindo. Para eles ficarem mais tranquilos e jogar leve. Principalmente a concentração, ter calma e tranquilidade para jogar e que se Deus quiser a gente vai conseguir”, diz o capitão Naylhor, há dois anos e meio no clube.

Roque Júnior faz um alerta. “A decisão é um jogo de 180 minutos. É claro que tem a questão ‘jogar em casa’, mas também não podemos sair e querer fazer o resultado a qualquer maneira. Porque o time do Santo André também é uma equipe boa. Temos que estar muito consciente do que a gente quer fazer na partida. Ganhando e tendo um resultado positivo isto nos ajuda, mas não nos dá o título. E a mesma coisa se houver um empate ou uma derrota, eles também não ganham o título. Nós temos estes 180 minutos para jogar. Temos que usar bem esta questão da estratégia. Consciente, usando este fator ‘casa’ para conseguir o resultado. Para a gente é importante sair com a vitória, mas consciente daquilo que temos que fazer nos dois jogos”.

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