Educação

Publicado: Terça-feira, 21 de maio de 2019

Professor do Monteiro Lobato é destaque no 1º Praça Jazz de Itu

Gabriel Maron compartilha a experiência de ter se apresentado

Crédito: Renata Guarnieri/Prefeitura Itu Professor do Monteiro Lobato é destaque no 1º Praça Jazz de Itu
Em apresentação do "Trio Maron", Gabriel participou da abertura do 1º Praça Jazz de Itu

Realizado no último dia 5 de maio, o 1º Praça Jazz de Itu foi um sucesso! Com apresentações gratuitas de quatro grupos musicais, o evento atraiu centenas de pessoas à Praça do Carmo - de crianças a adultos, incluindo moradores e turistas.

Organizado pela Prefeitura de Itu, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, com apoio da Cendi Music e da João Paulo Simão Produção Musical, o 1º Praça Jazz contou com o show do Maron Trio, comandado por Gabriel Maron, violonista e professor de Música do Colégio Integrado Monteiro Lobato. Ainda composto por Bruno Campitelli (baixo elétrico) e João Paulo Simão (bateria), o trio apresentou um repertório de composições autorais e arranjos elaborados a partir do diálogo entre os instrumentos, incorporando e combinando elementos do jazz, do pop e da música popular brasileira por meio de melodias marcantes.

Em entrevista, Maron comenta a experiência de ter participado da primeira edição do novo evento cultural da cidade e destaca a importância das escolas para o desenvolvimento da apreciação musical ainda durante a infância.

Como surgiu o convite para abrir o 1º Praça Jazz de Itu?

Há cerca de um ano e meio, tenho desenvolvido um novo projeto, com um repertório para violão solo de músicas autorais. Já está gravado e, em breve, vai virar um disco. Há alguns meses, procurei a Secretaria Municipal de Cultura para me informar sobre a concessão de espaço e o interesse de apresentarmos ao público tanto este pré-lançamento do meu trabalho solo quanto o de outros projetos que participo, como o Maron Trio.

Muito solícito, o diretor de Cultura Paulo Aranha comentou que também estava com essa vontade de produzir um evento de jazz e música instrumental. Decidimos abraçar a ideia e fazer acontecer. No final das contas, além de ser convidado para tocar, com meus parceiros do Maron Trio, acabei auxiliando na produção do evento, na definição de formato, atrações, data e possíveis parcerias.

Apesar de inédito, o evento foi um sucesso de público. Este resultado foi uma surpresa para você e os demais músicos que se apresentaram?

Quando começamos a pensar no evento e a definir as atrações, esperávamos um público que se identificasse com a proposta da música instrumental. Uma galera mais alternativa, que transita pelo rock, blues e MPB, mas que também aprecia música instrumental e jazz na sua concepção contemporânea. Mas, depois que criamos o evento e vimos o tanto de compartilhamentos e pessoas falando que iriam prestigiar, começamos a entender que teríamos um público maior que o esperado inicialmente.

A que você atribui o interesse do público ituano por esse tipo de evento?

O evento aconteceu das 14h às 21h, com público durante o dia inteiro. Mesmo sendo um fluxo rotativo, havia gente o tempo todo. Isso foi muito bacana! O sucesso não foi surpresa, pois sabíamos que seria um evento de qualidade, um produto cultural legítimo e com atrações de alto nível. Mas a repercussão que ele tomou foi muito especial.

Esse alcance também tem a ver com o fato de que toda as atrações já possuem seus públicos, pessoas que acompanham pelas redes sociais... Enfim, gente que gosta do trabalho e contribuiu com a divulgação.

Enquanto educador, como você observa o papel das escolas no desenvolvimento da apreciação musical e da valorização de diferentes estilos por parte das novas gerações?

As escolas são fundamentais não só no desenvolvimento da apreciação musical, como também na apresentação de opções para os alunos, sem juízo de valor. Ao inserir repertórios diferentes dentro de contextos e atividades bem exploradas, as crianças passar a reconhecer o valor de cada estilo e a entender que aquilo faz sentido para algum grupo de pessoas, pois música também é um aspecto cultural. Esse entendimento acaba, inclusive, com a visão de que um estilo é melhor que o outro.

Eu percebo que muitas crianças têm como única referência a cultura POP norte-americana, pois é o que ela encontra mais facilmente em todos os meios de comunicação. Já ouvi muitos alunos dizerem que não gostam e não conhecem música brasileira e em língua portuguesa; mas, ao terem contato com esses repertórios de forma contextualizada e lúdica, passam a ter interesse. Fazem uma atividade com a obra de Milton Nascimento, por exemplo, e adoram! Então a escola tem o papel de apresentar a música como uma área do conhecimento de fato, que carrega sentidos, valores e que surge a partir da produção de seres humanos, até mesmo por motivações sociais, políticas...

E tem mais: gostar da música comercial, de uma obra de massa, não impede a apreciação de outras músicas que propõem reflexões mais profundas. E vice-versa. A escola tem papel fundamental nesse sentido, de contribuir com o senso crítico ao apresentar opções. Sem falar em tudo o que a música representa para o desenvolvimento de habilidades motoras, cognitivas e socialização.
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O Colégio Integrado Monteiro Lobato fica na Rua Tenente Olavo de Assis, 12, Centro - Itu/SP. Mais informações, inclusive sobre as aulas de Música na Instituição, podem ser obtidas pelo telefone (11) 4024-2984, pelo WhatsApp (11) 99122-0449 e pelo site www.monteirolobato.net.

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